HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO TÁTICA DO FUTEBOL  

 

 

Aluno: Weiler C Rueda.

 

 

 

Resumo – Este trabalho, realizado sob pesquisa de revisão bibliográfica, trará a evolução da parte tática do futebol, com dados históricos e seus métodos que mais se destacaram sendo aplicados em copas do mundo. A pesquisa buscou dados iniciais datados em 1529 até pesquisas realizadas em 2010. Verificou-se que as variações de grande destaque sobretudo na Europa, são utilizadas em todos os demais continentes e tem a Copa do mundo como seu auge. Levando-se em consideração aspectos culturais, alguns sistemas utilizados jamais foram postos em prática no Brasil, devido à sua peculiaridade no talento do jogador de futebol brasileiro, que, inclusive, já teve esse valor repercutido no mundo, com mais qualidade que nos tempos atuais. A preparação física e o desenvolvimento atlético dos jogadores é peça fundamental para que hajam novos sistemas táticos que possam contribuir para que uma equipe tenha êxito em seus confrontos, de modo que os estudos e a busca por novos métodos que surpreendam o mundo do futebol, será tema constante e inesgotável.

 

Palavras chaves: Tática, Sistema tático, Esquema tático

1. INTRODUÇÃO

                                                                                                  

A Evolução tática do futebol surgiu como uma necessidade estratégica para suplantar o adversário. A tática é um elemento fundamental pois demonstrará a forma prática da estratégia individual e coletiva. Desde o princípio das disputas esportivas, no âmbito do futebol, aqui destacadas, ouve a preocupação com a disposição dos participantes no campo de jogo e a maneira coletiva que seria seguida no decorrer das disputas. Isto implica dizer que para surpreender o adversário com estratégias de ataque e defesa ou para frustrar suas as ações, os jogadores precisam de constante movimentação no campo de jogo, com ou sem a posse da bola. (FRISELLI; MANTOVANI, 1999)

O sistema tático teve sua evolução, por vários fatores, tais como, mudanças na regra do jogo e, nos últimos anos, pelo condicionamento físico, cada vez mais aprimorado pelos atletas, o que diminui os espaços em campo, aumentando a velocidade das partidas e diminuindo o tempo de reação para tomada de decisões, gerando a necessidade de novas concepções táticas que inovem e surpreendam. Para que isso ocorra, os jogadores necessitam de grande capacidade cognitiva e quanto maior sua capacidade intelectual, maior facilidade para absorver as informações e administrar as situações de estresse, à que são submetidas os jogadores, no decorrer das partidas (GRECO, 1992).

Portanto, o presente trabalho, tem por objetivo principal, realizar um levantamento histórico, através de artigos e livros, a cerca das variações táticas ocorridas ao longo da história, além de informar aos futuros profissionais, estudiosos e fãs do futebol, sobre a evolução tática do esporte mais praticado no Brasil.

2. HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO TÁTICA

            Um dos principais aspectos que caracterizam o futebol é sua parte estratégica, que gira em torno de sistemas táticos. Os sistemas táticos são utilizados em qualquer parte do mundo com o intuito de organizar uma equipe no campo de jogo. Definir um sistema tático de uma equipe permite solucionar problemas, determinar objetivos ao longo de uma partida e de um campeonato (AZEVEDO, 2009). O esquema tático, por sua vez, é a parte pessoal do sistema tático, onde o treinador demonstrará seu conhecimento, acerca de seu time, da equipe adversária, e aplicará sua criatividade e liderança sobre a equipe. Ele decide, a partir de um sistema, o posicionamento individual dentro do campo, as formas de marcação, saídas de jogo e jogadas ensaiadas (FALK,  2010; MANTOVANI, FRISSELI, 1999; DRUBSKY, 2003). 

Concepções táticas, didáticas e novos modelos de treinos são algumas mudanças presentes no futebol atual. Este futebol moderno requer dos atletas constantes deslocamentos com ou sem a posse de bola, e esse aumento considerável de suas funções rendeu-lhes a denominação de jogadores “universais ou polivalentes”, ou seja, segundo (LEAL, 2001) os jogadores tem que ser capazes de atuar em várias posições dentro das múltiplas concepções táticas propostas para cada situação de jogo. Isso transformou a preparação física numa área de crescente interesse e a prova disso são os mais diversos sistemas de jogo e ações táticas que tem surgido com a evolução do esporte.

A tática, de acordo com (GRECO, 1992), envolve processos cognitivos e exige alto grau de concentração e capacidade de raciocínio rápido por parte dos atletas.  O atleta é envolvido, durante a partida, em situações que requerem reflexão, avaliação da situação, tomada de decisão e ponderações sobre suas reações instintivas, onde o componente tático e sua capacidade crítica são imprescindíveis. Isso implica dizer que a capacidade atlética aliada ao conhecimento intelectual torna mais fácil a compreensão e ao autocontrole necessário dentro de uma partida, bem como à compreensão de variações táticas que podem ocorrer transcorrer da partida. 

 O desenvolvimento das habilidades, que facilitarão o aprendizado da parte tática, oferece ao atleta subsídios fundamentais na busca de soluções às mais variadas situações que o jogo competitivo lhe imporá (GRECO, 1992). Para tanto, é fundamental que haja uma programação consciente, metódica, progressiva e planificada de fatores que possam indicar ao atleta, seu desenvolvimento no que tange à sua capacidade de percepção, antecipação e tomada de decisão, como também da análise de quais os resultados serão atingidos a partir da decisão tomada naquele milésimo de segundo (GRECO e BENDA, 1998).

Atletas profissionais que foram submetidos à treinamentos táticos no início da prática esportiva, ou seja, na iniciação esportiva, tendem a ter maior poder de compreensão às variações táticas desempenhadas por cada treinador e ainda mais às mudanças ocorridas no decorrer das partidas. É fundamental que os profissionais do esporte, sejam eles atletas ou treinadores, preparadores físicos e auxiliares estejam em constante atualização e a cada dia mais dispostos a mudar concepções e quebrar paradigmas.     

Desde o princípio da prática esportiva, de forma intuitiva, o sistema de jogo já se fazia presente através de um desenho tático ou de uma estratégia usada pelos grupos que se enfrentavam, para superar o oponente, utilizando ferramentas que hoje podemos caracterizá-las da seguinte forma:

Sistema de jogo: É a distribuição dos jogadores, no campo de jogo, para o início de uma partida. É a formação básica que tem por objetivo preencher todos os espaços do campo de modo uniforme (FRISELLI; MANTOVANI 1999; BANGSBO; PEITERSEN 2003). Deve-se definir o sistema básico da equipe, treiná-lo com afinco toda a dinâmica do sistema e variações. (EMÍLIO PAULO, 2004).

Estratégia: Determina o posicionamento e a movimentação de cada atleta  durante a partida, tanto relacionada à visão individual quanto coletiva (BANGSBO; PEITERSEN, 2003).

Tática de jogo: Entende-se como sendo a ação que determina a maneira de ataque e defesa, sendo dividida em tática individual ou tática coletiva, ocorrendo com a bola em movimento, ou seja, são, em tese, todos os movimentos realizados pelos jogadores durante a partida, que tem a função de surpreender ou frustrar as ações e tentativas do adversário (FRISELLI; MANTOVANI, 1999).

De acordo com (FERREIRA, PAOLI & COSTA, 2008), a tática pode ser observada como resultado de várias ações individuais e coletivas dos jogadores, para a qual a equipe está organizada e treinada, de uma forma racional. Enquanto que o sistema tático é uma situação estática, imóvel, de cada atleta, utilizada para a distribuição dos jogadores em campo para o início da partida.

Os interesses individuais e os interesses coletivos não podem entrar em conflito. (PARREIRA, 2006)

De acordo com (THOMAZ & PAOLI, 2007), o aspecto tático representa apenas uma parte, dentro do universo de uma partida de futebol, e todas as ações que são executadas pelas equipes são consideradas táticas.

Os sistemas táticos tratam da disposição dos jogadores em campo permitindo as mais variadas possibilidades de alteração destas táticas (BARBIERI,  BENITES,  SOUZA  NETO,  2009; VENDITE,  MORAIS, 2006;  CRIVELLENTI,  SOARES,  2005;  RÉ,  2008,  AZEVEDO,  2009).  Para  Leal (2001),  os  sistemas  táticos  além  da  função  de  distribuição  dos  jogadores  em  uma posição inicial  organizada  e  coordenada, tem  funções definidas  que  se  complementam  e  se  deslocam  visando, o alcance do resultado com maior qualidade e o  menor  esforço possível,

           A primeira informação encontrada na história, relativa à posicionamento de jogadores em determinado campo, para uma partida de futebol, vem da Itália e é datada de 17 de fevereiro de 1529, na cidade de Florença, na Piazza Santa Croce, onde dois grupos cada qual formado por 27 jogadores resolvem tirar suas diferenças políticas em uma partida de “cálcio”. A necessidade de vencer obrigou as equipes a se armarem tática e estrategicamente. A disposição utilizada pelos dois grupos indicava que 15 jogadores atuariam no ataque, 5 jogadores no meio de campo e 7 jogadores na defesa, dos quais 3 mais recuados. Não existia uma estratégia, de modo que todos atacavam e defendiam. (MANTOVANI; FRISSELLI,1999)

 Sobre o mesmo momento histórico, 1529, (VENDITE & MORAIS, 2004), dizem que essa partida composta por 27 jogadores para cada time, e a disposição de cada grupo, já poderia ser caracterizada como sendo sistema de jogo

 Nos relatos datados de 1660, a quantidade de jogadores já havia sido reduzida para 17, e estes já distribuídos em quatro diferentes linhas, criando o sistema 3-4-5-5 (MELO,1999), conforme figura 1.

              Figura 1: Sistema 3-4-5-5, utilizado em 1660.

               Fonte: Melo, 1999.

O número de 11 jogadores, usado atualmente, foi utilizado, pela primeira vez em 1860, na Inglaterra. Naquela época o futebol ainda não possuía regras definidas e durante sua partida era bastante confundido com as regras do “Rugbi”.

Em 29 de outubro de 1863, o futebol foi regulamentado e surgiram as primeiras 9 regras. O sistema utilizado era o 1x1x8. Assim, um zagueiro e um meio campista, com obrigações defensivas, e no ataque 08 jogadores. (MELO, 1999; BARBIERI, BENITES, SOUZA  NETO, 2009; LEAL, 2001; DRUBSCKY, 2003; MANTOVANI, FRISSELI, 1999; CRIVELLENTI, SOARES, 2005). Conforme figura 2.

           

           Figura 2 : Sistema  1-1-8, utilizado em 1863.

            Fonte: Vendite, 2006

            Essas regras, bem como a determinação da quantidade de jogadores, surgiram para que o futebol fosse disciplinado e, sobretudo, diferenciado de outras modalidades que nasciam e também faziam uso dos pés como caracterização de esporte (DRUBSCKY, 2003).

            O futebol praticado naquele tempo era baseado na superação individual sobre cada adversário, havia o drible e ocorria um grande número de choques entre os jogadores. (MANTOVANI e FRISSELLI,1999)

As mudanças na parte tática do futebol continuaram ao longo dos anos seguintes, e em 30 de setembro de 1872, os escoceses tinham uma partida marcada contra a seleção da Inglaterra. Naquela ocasião, para preencher mais os espaços do campo e impedir o ataque inglês, os escoceses recuaram mais 2 jogadores do ataque, e o novo desenho tático, mostrava em campo formava um quadrado na frente do goleiro. Esta inovação no sistema de jogo ajudou os escoceses a não sofrerem gol dos ingleses, que à época, era uma equipe temida. Com a defesa reforçada, ocorria, então, o primeiro 0x0 da história do futebol. Este sistema ficou conhecido como 2-2-6 (MELO, 1999). Conforme figura 3.

            

             Figura 3: Sistema 2-2-6, utilizado em 1872.

              Fonte: Vendite, 2006

A partir do sucesso do sistema tático utilizado pela Escócia, os técnicos iniciaram a busca por um maior equilíbrio entre a defesa e o ataque, desta forma, surgiria o sistema CLÁSSICO ou PIRAMIDAL, formado por 1 goleiro, 2 zagueiros, 3 meio campistas e 5 atacantes; 2x3x5. Nesta época a função de cada jogador começou a se tornar mais específica. (VENDITE, 2004).Conforme figura 4.

             

              Figura 4: Sistema 2-3-5, final do século IXX.

               Fonte: Vendite, 2006

Muitas mudanças táticas só ocorreram em decorrência da criação de novas regras e mudança de algumas já existentes. Houve uma mudança, em 1925, que obrigou as equipes a evoluírem na construção de seus sistemas táticos, que foi a regra do impedimento. Esta regra dizia que um jogador para ter “condição de jogo’ (situação que permite a continuidade da jogada na forma da regra) teria que haver 2 jogadores mais próximos à linha de fundo do que o atacante,  de modo que as equipes foram obrigadas a reforçar a defesa e passaram a utilizar três zagueiros, um sistema que é muito utilizado em muitas equipes pelo mundo e até nos dias de hoje. Anterior à esta mudança, a regra exigia que houvesse 3 jogadores mais próximos a linha de fundo que o atacante. (VENDITE & MORAIS, 2004; MELO, 1999),

Com o surgimento desta nova regra do impedimento, o inglês, Herbert Chapman, então treinador do Arsenal, time da Inglaterra, criou o sistema WM, que perdurou por aproximadamente 30 anos como o principal esquema de jogo no mundo. Com este sistema começou também a marcação individual, já que no anterior a marcação era por zona. (MANTOVANI; FRISSELLI, 1999). Conforme figura 5.

[F1]                                 

               Figura 5: Sistema WM ou 3-4-3, utilizado entre os anos de 1925 e 1955.

               Fonte: Vendite, 2006

Ainda na década de 40, surgiria a formação 4-2-4, que seria usada pelo Brasil na Copa do Mundo de 1958. Contudo, o sistema WM permaneceu sendo um dos mais utilizados mundialmente até sofrer modificações, por volta de 1958, tornando-se de vez o sistema 4-2-4 ou sistema diagonal onde os jogadores denominados meio campistas oscilavam na defesa e no ataque (VENDITE, 2006). Conforme figura 6.

Figura 6: sistema 4-2-4, utilizado na Copa do Mundo de 1958, pelo Brasil.

Fonte:  Vendite, 2006

Em 1962, O sistema WM estava em decadência e o 4-2-4 já era pouco utilizado e perdeu ainda mais espaço com o surgimento do sistema 4-3-3. O posicionamento e sua obrigações em campo tornavam-se cada vez mais sujeitas à definições previamente determinadas, o que abria espaço para as improvisações ao longo das partidas. (MANTOVANI; FRISSELLI,1999). Conforme figura 7.

                     

Figura 7 – Sistema 4-3-3, utilizado a partir de 1962

Fonte: Vendite, 200 6

 

Em constante mudança, em virtude da evolução na preparação física, o 4-3-3 começou a dividir espaço com o sistema 4-4-2 e suas variações, que se caracterizavam por maior preenchimento no meio de campo, já com visão de posse de bola. Este sistema contava com dois meio campistas armadores e apenas dois atacantes responsáveis pelas finalizações das jogadas. No entanto, esta mudança aproximou os meios campistas da área adversária e esses jogadores precisavam de características físicas e técnicas específicas para o desempenho das funções de armação e conclusão das jogadas. Esse sistema começou a surgir em 1982. (MELO, 1999) Conforme figura 8.

  

   Figura 8: Sistema 4-4-2, utilizado a partir de 1982.

   Fonte: Vendite, 2006

 

Na Eurocopa de 1984 a seleção da Dinamarca inovou seu sistema de jogo e disputou aquela competição com um sistema composto por 3 zagueiros, 2 alas, 3 jogadores no meio campo e mais 2 atacantes. Esta novidade no seu sistema de jogo ficou conhecido como 3-5-2, tendo uma possibilidade de variação defensiva para o 5-3-2.  Conforme figura 9.

  

Figura 9: Sistema 3-5-2, criado em 1984 – (VENDITE, 2006)

Fonte: Vendite, 2006

 

Com a necessidade de forte marcação, aumento da velocidade das partidas, surgiu, em 1994, o sistema 4-5-1 bastante utilizado pela Europa, que consistia em 4 jogadores na defesa, sendo 2 laterais, tal qual no sistema 4-4-2, porém, com 5 jogadores no meio campo, dos quais 3 eram de forte marcação e combate e apenas 1 definidor (MELO, 1999). Conforme figura 10.

               

   Figura 10: Sistema 4-5-1, surgiu em 1994 – (VENDITE – 2006)

               Fonte: Vendite, 2006

METODOLOGIA

Para elaboração deste estudo descritivo, foram realizados levantamentos bibliográficos através de artigos acadêmicos publicados em base de dados como, Google acadêmico, Lilacs e Scielo e Pubmed. Ao todo, foram encontrados 45 artigos que tratavam do tema proposto, porém, não continham informações que pudessem enriquecer o estudo. Dentre todos os encontrados foram selecionados 7 artigos que possuíam foco mais abrangente no objeto da pesquisa. Os critérios para a seleção foram a similaridade de temas, abordagem clara e exemplificada e dados históricos sobre futebol. Além dos artigos pesquisados, foram verificados 10 livros sobre futebol, dos quais 7 foram selecionados. Os critérios utilizados, para exclusão dos livros, foi a pouca ligação entre o tema de estudo e o conteúdo exposto nos 3 livros excluídos. A pesquisa foi realizada no acervo da Universidade Católica de Brasília, com livros datados entre 1995 e 2010 e pesquisas realizadas na internet junto aos sites Universidade do futebol.com.br, netvasco.com.br e planeta do futebol.com. Após a seleção dos livros e artigos, foi realizada a leitura e seleção dos aspectos relevantes para a preparação e execução do trabalho  Os descritores utilizados foram: [sistema tático], [esquema tático] e [tática].

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Tabela 1 – Apresentação das fontes e suas principais características

Autores

Título do artigo

Características - artigo/livro

Joaquim Pedro P. Azevedo

A construção de uma forma de jogar específica. Um estudo de caso com Carlos Brito na equipa sênior do Rio ave futebol clube

Trata da preparação do esquema e sua aplicação. A criação de um sistema de jogo.  Os detalhes que podem acarretar em alterações no decorrer da partida.

Fábio a. Barbieri

Larissa C. Benites

Samuel S. Neto

Os sistemas de jogo e as regras

do futebol: considerações sobre suas modificações

Cita as mudanças históricas e conclui que houve empobrecimento do futebol com as mudanças ocorridas nas regras e sistemas.

Fábio C.Crivellenti

Organização e Evolução do sistema tático no Futebol

Trata de relatos históricos e da pouca preocupação com estratégia definida. Apenas a colocação no contexto tático.

Ricardo Drubscky

O universo do futebol tático, escola brasileira

Trás um relato histórico do futebol e suas evoluções táticas com uma visão técnica.

Paulo Emílio

Futebol: dos alicerces ao telhado

Trata da importância de todos os aspectos relativos à parte tática e estratégica. Valorizando o conhecimento teórico e prático.

Paulo Roberto Alves Falk

Futebol: Gestão e Treinamento

Trata de conceitos de técnica e estratégia e analisa a postura profissional dentro e fora de campo de jogadores e treinadores, bem como gestão de pessoas e liderança.

Rafael B. Ferreira

Próspero B. Paoli

Felipe R. da Costa

Proposta de “scout” tático para o futebol

Mostra os recursos tecnológicos que auxiliam os treinadores na melhor escolha do esquema e sistema para sua equipe, mostrando sua complexidade por setores do campo.

Ariobaldo Friselli

M Futebol: Teoria e prática

Trás uma abordagem histórica da tática no futebol, mostrando a fragilidade dos sistemas originários.

Pablo Juan Greco

Considerações teóricas da tática nos jogos esportivos coletivos.

Trata de aspectos cognitivos no apoio ao aprendizado da parte tática em esportes coletivos.

Julio Cesar Leal

Futebol arte e ofício

Trata da evolução histórica dos sistemas táticos, princípios de defesa e ataque, características físico, técnicas e psicológicas dos jogadores por função em campo e métodos de treino.

Rogério Silva Melo

Sistemas táticos para o futebol

Trata das possibilidades de variação tática para os sistemas táticos, tanto na forma ofensiva quanto na defensiva.

Carlos Alberto Parreira

Formando equipes vencedoras

Trata a necessidade da busca constante pelo conhecimento  técnico e a importância de se desprender da vaidade e do ego individual para o sucesso do coletivo.

Alessandro Nicolai Ré

Características do futebol e do futsal: Implicações para o treinamento de adolescentes, adultos e jovens.

Trata das questões táticas, técnicas, físicas e psicológicas de jovens e adultos na prática do futebol e o desenvolvimento de ações motoras durante as práticas esportivas.

Caroline Vendite

Sistema, estratégia e tática de jogo: Uma análise do conhecimento dos profissionais que atuam no futebol.

Trata a forma como os treinadores de futebol, no Brasil, e a imprensa, vem o futebol e suas nuances táticas. Diferencia sistema e esquema tático.

Os dados coletados nos trazem informações importantes a cerca da história do sistema tático do futebol, os fatores causadores de transformações e as adequações de cada época às adversidades que se apresentavam.

Os autores

Segundo (MANTOVANI; FRISELLI, 1999;).Desde o surgimento do sistema tático, o objetivo maior desta técnica era superar o adversário, ou anulando suas principais qualidades ou marcando mais gols que o oponente, sem que existisse definição entre estratégias de defesa e ataque.

Os auNaquele tempo o sistema utilizado era o 1-1-8. Assim, um zagueiro e um meio campista, teriam obrigações defensivas, e o ataque seria realizado por 08 jogadores. (MELO, 1999; BARBIERI, BENITES, SOUZA  NETO, 2009; LEAL, 2001; DRUBSCKY, 2003; MANTOVANI, FRISSELI, 1999; CRIVELLENTI, SOARES, 2005).

Os sistemas daquele tempo desprotegiam defensa, visto que não havia uma estratégia definida, ou seja, todos atacavam e defendiam, contudo, a prioridade era atacar, uma vez que é muito mais simples e fácil atacar, já que por ser um ato instintivo, não depende exclusivamente de parte tática, de modo que com sistemas 1-1-8 ou 2-2-6 era difícil conter o ímpeto dos ataques.

               Contudo, um sistema mostrou-se eficaz ao priorizar mais a defesa, e por volta de 1872 os escoceses criaram uma tática para bloquear o poderio ofensivo da seleção da Inglaterra e desde então as equipes começaram a se preocupar mais com os sistemas defensivos.

A partir do sucesso do sistema tático utilizado pela Escócia, os técnicos iniciaram a busca por um maior equilíbrio entre a defesa e o ataque, desta forma, surgiria o sistema CLÁSSICO ou PIRAMIDAL, formado por 1 goleiro, 2 zagueiros, 3 meio campistas e 5 atacantes; 2-3-5. Nesta época a função de cada jogador começou a se tornar mais específica. (VENDITE, 2004)

Houve sistemas táticos que permaneceram por muitos anos sendo utilizados por todo mundo, como o WM, que foi o sistema mais vencedor de seu período. Este sistema trabalhava a força do meio campo e um ataque com posições fixas, o que foi inovador à época. Com este sistema começou também a marcação individual, já que no anterior a marcação era por zona. (MANTOVANI; FRISSELLI, 1999). Esta mudança de percepção, saindo da visão de ataque extremo e entrando na análise de marcação e proteção do sistema defensivo, outros sistemas foram se desenvolvendo para impedir o sucesso dos ataques. Os sistemas 4-5-1 e 4-4-2 foram sistemas que priorizaram a defesa, tendo sistemas táticos compostos com mais jogadores no meio campo e defesa, reduzindo a quantidade de jogadores no ataque e com funções táticas específicas, para cada jogador do meio campo, o que tornava esses sistemas ainda mais sólidos.

Com a necessidade de forte marcação, aumento da velocidade das partidas, surgiu, em 1994, o sistema 4-5-1 bastante utilizado pela Europa, que consistia em 4 jogadores na defesa, sendo 2 laterais, tal qual no sistema 4-4-2, porém, com 5 jogadores no meio campo, dos quais 3 eram de forte marcação e combate e apenas 1 definidor (MELO, 1999).

Nesse sentido, o esquema 3-5-2 pode ser tanto defensivo quanto ofensivo. Essa variação ocorre por conta do posicionamento do meio campo, que pode contar com mais jogadores de marcação ou de contenção, o que caracterizará como defensivo ou com mais jogadores de criação, armação, o que pode tornar o esquema ofensivo.

Atualmente existem inúmeros sistemas, contudo, a moda é a utilização de dois meias de armação abertos nas pontas, que possam auxiliar o ataque tanto pelas laterais quanto pelo meio, como elemento surpresa, além de terem a responsabilidade de voltarem na marcação dos laterais adversários, quando estes estiverem no ataque. Esse esquema novo é o 4-2-3-1, bastante ofensivo, mas que conta com forte marcação por conta do preenchimento do meio campo. Este esquema tem sido utilizado pelos principais times do mundo e também é referência para algumas seleções.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

          

 Assim como na vida pessoal, fica claro que a necessidade de organização e planejamento sempre esteve presente na prática esportiva para que houvesse sucesso e alcance de resultados. Historicamente a busca pela vitória e por conquistas motivou o estudo de novas estratégias. No início, os sistemas táticos eram altamente ofensivos e todos tinham responsabilidade de atacar e defender, contudo, isso os tornavam vulneráveis. Ao longo dos tempos houve uma redução do número de atletas e uma nova percepção de que se poderia explorar novas formar de atacar que incluíam um aspecto defensivo mais cuidadoso. Alguns sistemas criados começaram a definir a função específica para cada setor do campo e posteriormente, para cada jogador, em busca de eqiulibrio entre ataque e defesa, e assim, começaram a ser estudados e novos sistemas, mais eficientes, foram montados, permitindo força no ataque e proteção na defesa. Muitas variações táticas surgiram a partir de equipes ofensivas ou defensivas que obtiveram sucesso ao longo dos anos, entretanto, sempre houve a necessidade de inovação para evitar que os oponentes neutralizassem as estratégias elaboradas.

Alguns sistemas permaneceram em utilização por mais tempo, como o WM, que demorou até ser neutralizado, e outros foram rapidamente superados.

O que sempre será buscado é um esquema que permita marcar gols e não sofrer, de forma perfeita, porém, os estrategistas estarão sempre atentos às novidades para manterem suas equipes preparadas para as mais variadas estratégias de ataque e defesa, de forma equilibrada e com o menor risco.

6. REFERÊNCIAS

AZEVEDO, J. P. P. A construção de uma forma de jogar especifica. Um Estudo

de Caso com Carlos Brito na Equipa Sénior do Rio Ave Futebol Clube. Porto,

2009.

BARBIERI, F.; BENITES, L.; SOUZA NETO, S. Os sistemas de jogo e as regras

do futebol: considerações sobre suas modificações. Motriz, Rio Claro, v.15, n.2,

p.427-435, abr./jun. 2009.

CRIVELLENTI, F. C.; SOARES, F. L. Organização e Evolução do Sistema Tático

no Futebol. Batatais, Mon. Centro Universitário Claretiano, 2005.

DRUBSCKY, Ricardo. O universo tático do futebol, Escola Brasileira, Belo Horizonte. Health, 2003.

Emílio, Paulo. Futebol: dos alicerces ao telhado. Rio de janeiro: Oficina dos livros. 2ª Ed. 2004.

FALK, P. R. A.; PEREIRA, D. P. Futebol: Gestão e Treinamento. São Paulo:

Editora Ícone, 2010.

Ferreira, R. B., Paoli, P. B., & Costa, F. R. (2008). Proposta de 'scout' tático para o futebolEFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, año 12.

FRISSELLI, A., MANTOVANI, M futebol: teoria e prática. São Paulo: Phorte Editora. 1999.

GRECO, P.J.; CHAGAS, M.H. Considerações teóricas da tática nos jogos esportivos coletivos. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 1992.

LEAL, J. C. Futebol Arte e Ofício. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2001.

MELO, Rogério silva. Sistemas e táticas para o futebol. Rio de janeiro: Sprint, 1999.

PARREIRA, Carlos A. Formando Equipes Vencedoras. Rio de Janeiro: Editora BestSeller, 2ª edição, 2006.

RÉ, A. N. Características do Futebol e do Futsal: implicações para o

treinamento de adolescentes adultos jovens. Buenos Aires. Revista Digital

Buenos Aires – Año 13 – nº 127 – Diciembre de 2008.

 VENDITE, Caroline C. & MORAES, Antonio Carlos de. Sistema, estratégia e tática de jogo: Uma análise do conhecimento dos profissionais que atuam no futebol. Disponível em: http://bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000383600&f d=y Acesso em: 10 mar. 2014.


 [F1]Reajustar de acordo com os limites da página, assim como fiz com os outros.

Figura

Fonte