Carla aparecida Lopes Silva.


Resumo: O artigo presente tem como objetivo propor a discussão e reflexão sobre o desenvolvimento da literatura e a vida intelectual na América Espanhola, analisar a literatura para compreender as concepções divergentes que se tem sobre a América. As imagens que foram construídas na chegada ao novo mundo e ao processo de evangelização.

Palavras chaves: América, literatura, concepções do novo mundo.

Quando os Europeus chegaram a América tiveram uma impressão, a qual esta pode ser intercalada às formas de relatos que vieram a surgir a respeito do novo mundo, em primeiro momento será ressaltado pelos desbravadores como é visto no texto de Colombo que escreve em seu diário do bordo a paisagem e ainda conclui que os índios taianos serem acolhedores, portanto com essas descrições criou uma imagem para o novo mundo de um lugar com lindas paisagens e com índios dóceis e gentis, no entanto em naufrágios de Alvar Nuñez Cabeza que relatou outra concepção do novo mundo, a qual expõe que os índios cariabas eram bem menos dóceis que os que Colombo menciona em sua narrativa, pois até mesmo armas como as flechas possuíam para a guerra, portanto a duas versões da visão da América, uma em que seria um paraíso com índios acolhedores e quando os Espanhóis chegam não são acolhedores como propunha Colombo em seu diário, portanto já nos primeiros contatos surgem dois tipos de concepção da América, no entanto deve se ressaltar que a várias tribos de índios e que os mesmos índios que Colombo avisto não foram os mesmos que os Espanhóis.
O segundo momento desta visão da América com a chegada dos missionários, que tem como objetivos que vão além de uma mera impressão, fazem um planejamento para propor aqueles habitantes que se situavam ali uma evangelização, e para que ocorra tal perspectiva os missionários tiveram que mapear a cultura indígena, ou seja, fazer um estudo etnográfico tentar entender a etnia deles, os costumes e hábitos e assim com tais analises encadear o seu planejamento que seria a evangelização, a também o estudo da zoologia e botânica, as quais buscavam entender os rituais e os hábitos dessa etnia e diante esse processo conhecendo os rituais e as ervas, que a Europa pode aperfeiçoar seus conhecimentos medicinais, pois os indígenas utilizam ervas como medicamentos. Então para encadear o seu planejamento missionário jesuítas tiveram que primeiro entender e interpretar o mundo dos índios, para apresentar e colocar em prática seu planejamento de evangelização e civilização para que esses nativos pudessem ganhar a salvação. "Embora relacionado menos diretamente com o processo de evangelização estudo da botânica e da zoologia foi realizada conjuntamente com o da língua." (pg. 599).
Nesse mundo literário de versões da América pode avaliar duas concepções religiosas em relação ao processo missionário de evangelização, sendo estas dos seguintes autores Agostinho e Tomes, as quais vêem a colonização da América como uma punição que coloca como subjugados os nativos aos europeus que proporcionam a estes a realização de um trabalho divino com aqueles nativos que viviam no mundo da escuridão. Embora contrapondo a estes Lãs Casas responde a prerrogativa seguinte se estes não foram evangelizados antes e se situam ainda no mundo da escuridão foi porque era a vontade de Deus e caberia agora esse milagre de trazer estes a luz divina não esquecendo dos preceitos cristãos de amar o próximo.
No terceiro momento literário ainda permanece o modelo europeu, embora haja os poemas épicos com estilo europeu, percebe agora que o conteúdo é americano, então surgiram salões, teatros onde se declamavam poesias, portanto formando um ambiente hibrido com imitação de características européias e misturando esse ambiente com o conteúdo americano nas poesias.
Torna se necessário estabelecer que diante tais argumentos compreenda ? se que o processo literário da América teve vários momentos deste aos de encantamento, evangelização, a qual avalia que á varias versões do processo histórico, diferentes concepções desse passado e é através deste leque de versões que o historiador pode vir a pensar como ocorreu a História da América, através da vida literária, sendo que a literatura que o autor põe como análise são deste os primeiros documentos que surgiram com a chegada dos europeus a América.


Referência bibliográfica:

Leslie Bethell (org). Tradução Maria Clara Cescato. A Literatura e a vida intelectual na América Espanhola Colonial. In América Latina Colonial I. 2 ed. Brasília, DF: Edusp, 1998. Pg. 596- 635.