A hiperplasia benigna da próstata ou hiperplasia prostática benigna (HBP) é uma das condições patológica mais comum em homens idosos. A próstata aumenta, estende-se para cima, para dentro da bexiga, e obstruindo o fluxo e urina ao avançar sobre o orifício vesical, isso ocorre em muitos pacientes com mais de 50 anos. Morfologicamente, o exame revela uma próstata grande, elástica e indolor. A HPB é a doença mais predominante da próstata, estima-se que 50% dos homens expõem evidências histológicas de HPB aos 50 anos e 90% aos 80 anos de idade (SMELTZER; BARE, 2007).

 

As causas da HBP ainda não foram totalmente elucidadas, mas evidências sugerem que os hormônios iniciam a hiperplasia do tecido do estroma de sustentação e dos elementos glandulares na próstata. Com isso ocorre obstrução do colo vesical ou uretra prostática devido à hipertrofia dos lobos, causando o esvaziamento incompleto da bexiga e retenção urinária, vindo a ocorrer uma dilatação gradual dos ureteres (hidroureter) e rins (hidronefrose) (SMELTZER; BARE, 2007).

 

A HPB é considerada uma doença progressiva, causa o crescimento contínuo da próstata, levando à intensificação de sintomas e aumentando risco de complicações ao longo do tempo, como a retenção urinária aguda e cirurgia devido à HPB (BRUM et al., 2005).

Epidemiologia e Sintomas da HBP

 

A HBP é conhecida como uma das condições clínicas mais freqüentes que acometem os homens. Essa afecção esta relacionada com o envelhecimento masculino, podendo acometer até 90% dos homens com idade superior a 80 anos. Ressaltando ainda, que com o aumento da longevidade do homem, incluindo a população brasileira, aspectos relacionados à HBP se tornam cada vez mais relevantes do ponto de vista epidemiológico (AVERBECK et al, 2010).

 

A verdadeira prevalência da HPB clínica é difícil de ser determinada, mesmo tendo vários estudos epidemiológicos relacionados à HPB. A prevalência histológica da HPB é associada à idade e aos achados anatomopatológicos da glândula. A idade e os andrógenos são considerados fatores de risco para ocorrência de HPB (AVERBECK et al, 2010).

 

Os sintomas relacionados à HBP são denominados sintomas do trato urinário inferior (STUI), anteriormente denominado prostatismo. Os STUI relacionados à HBP podem causar danos significativos à qualidade de vida, também pode causar morbidade não desprezível, especialmente em casos não adequadamente conduzidos do ponto de vista diagnóstico e terapêutico (SMELTZER; BARE, 2007).

 

Dentre os sintomas, os portadores de HBP podem vir apresentar jato urinário fraco e intermitente, sendo de alta prevalência, podendo variar em períodos do dia; hesitância, denominação dada ao aumento do intervalo entre o início do desejo miccional e a ocorrência efetiva do fluxo urinário; gotejamento terminal, que pode ocorrer por permanência de pequeno volume urinário na uretra bulbar por falha na manutenção da pressão do detrusor durante toda a micção; polaciúria, terminologia que define uma freqüência de mais de oito micções ao dia; noctúria, considerada como o aumento do número de micções em período noturno. Além dos sintomas citados, tem-se a retenção urinária aguda, que é tida classicamente como evento final da obstrução crônica causada pela HBP (SMELTZER; BARE, 2007; AVERBECK et al, 2010).

 

Contudo, a HPB integra um problema de saúde pública, por causa da alta prevalência na população masculina e dos problemas relacionados à qualidade de vida dos indivíduos afetados. A avaliação do paciente com HBP é realizada através da anamnese com aplicação do escore de sintomas prostáticos, exame físico com toque retal, avaliação laboratorial (PSA sérico, exame de urina e função renal), além dos exames de imagem e urodinâmica (AVERBECK et al, 2010).

 

REFERÊNCIAS

 

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