Hiperatividade vem sendo bastante discutida, em virtude de acarretar sérios problemas de interação social, hoje em dia é considerado uma doença que altera o comportamento e que mais é diagnosticada na escola.
É também associada ao baixo rendimento escolar, porque os pequenos que sofrem desse distúrbio apresentam inúmeras dificuldades de aprendizagem relacionada à atenção e à concentração.
Uma criança mesmo sendo considerada inteligente é muito mal aceita no grupo, porque não consegue parar, levantando-se, anda pela sala de aula distraindo-se e distraindo, perturbando os colegas, impacientando seus professores, promovendo a indisciplina.
Conviver com uma criança hiperativa é muito difícil, pois em sua agitação ela consegue transformar a rotina de todos aqueles que dela se aproxima ou convive no dia-a-dia. O convívio familiar e totalmente alterado, pais, irmãos, professores, muitas vezes ficando sem saber o que fazer.
Sendo o TDAH um transtorno bastante freqüente na idade escolar, pouco se sabe sobre suas causas, apenas conhecemos suas manifestações sintomáticas, porém é um termo bastante usado para descrever uma criança com o comportamento agitado e desatento (BORGES, 1997).
Segundo a Revista Nova Escola (2004, ed. 172), alunos agitados ou desatentos sempre causam preocupação. Antes de atribuir a eles algum tipo de perturbação, é preciso observá-los atentamente, pois há uma série de componentes sociais que também levam uma criança manifestar-se de modo não convencional.
A TDAH é considerado um distúrbio psiquiátrico, portanto uma doença. Na escola os indícios que uma criança possui esse mal precisam ser registrados por no mínimo seis meses antes de encaminhar o aluno a um possível tratamento.
De acordo com a Revista Nova Escola (edição maio, 2000), os professores que têm alunos hiperativos precisam de paciência e disponibilidade e principalmente conhecimento sobre TDAH, pois eles exigem tratamento diferenciado, mais atenção e uma rotina especialmente estimulante para estimular e desenvolver a capacidade de atenção da criança. Valorizando assim seu potencial. 
O  termo hiperatividade, refere-se a um dos distúrbios de comportamento mais freqüente na idade escolar caracterizado por um nível de atividade motora excessiva e crônica, déficit de atenção e falta de auto-controle.
De acordo com Goldstein (1996), em diversos momentos do século XX, tem-se referido a tais crianças como acometidas de inquietação, falha de controle moral, disfunção cerebral mínima, distúrbio pós-cefálico, reação hipercinético da infância, distúrbio de falta de atenção e distúrbio de atenção por hiperatividade, e mesmo que os rótulos tenham mudado, o mesmo não acontece com o problema o qual permanece ao longo dos anos.
Mesmo, tendo sido conhecido desde o último século, e sido estudado exaustivamente, ainda hoje não se conhecem as causas concretas que ocasionam esse problema.
Acredita-se que a causa mais provável é a hereditariedade e que a doença atinge mais meninos que meninas. Não tem cura, mas pode ser controlada desde a infância, e o problema atenua-se na adolescência, e quando isso não acontece esses indivíduos tornam-se, adultos instáveis e depressivos com tendência a marginalidade.
Conforme Borges (1997), o comportamento, agitado da criança que antes era tolerado pela a família passa a ser inconcebível quando ela inicia a escolarização, por ser a escola o primeiro espaço estruturado e com regras de comportamento e regras.
É a escola que geralmente encaminha essas crianças aos consultórios médicos e psicólogos, tentando enquadrá-las no esquema de ensino e aprendizagem, pois as dificuldades da criança tende a se acentuar na escola, porque ela se mostra excessivamente ativa, demonstrando dificuldade a motivação, e a capacidade de esperar, também tende a acentuar o mau rendimento escolar ocasionando mudança de escola e até evasão escolar.
Para Roucek (1973), quando os pais e professores declaram que, a criança é desatenta estão referindo-se que a mesma criança não presta atenção é descuidada, não é observadora, é distraída ou é negligente, sem grande preocupação significativa.
Ainda afirma Roucek (1973) a falta de atenção leva geralmente a várias hipóteses:
1. Relacionado a distúrbio clínico;
2. Conduta natural que ocorre em vários períodos da vida;
3. Conseqüências de condição social.
Em virtude dessa multiplicidade de possíveis causas do TDAH foi elaborado um rol de sintomas para diagnóstico do Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção terminologia adotada recentemente pelos especialistas:
1. Não presta atenção a detalhes e comete erros nas tarefas escolares;
2. Tem dificuldade de manter à atenção em tarefas ou jogos;
3. Parecem não escutar quando lhes falam diretamente;
4. Dificuldade em seguir instruções;
5. Dificuldade na organização;
6. Evita atividades que exigem esforço mental prolongado;
7. Freqüentemente perde objetos;
8. Distrai-se com facilidade;
9. Esquecimento nas atividades diárias;
10. Fala excessivamente;
11. Interrompe e se interrompe;
12. Dificuldade em esperar sua vez, e outros.
Observa-se também, que, muitas crianças com alguma das características da síndrome são consideradas e tratadas como hiperativos, e que, crianças com hiperatividade não são tratadas.
De acordo com a literatura especializada para ser considerado hiperativos, uma criança deve manifestar um certo número de comportamento em pelo menos seis meses.
Um diagnóstico minuciosos da hiperatividade na infância deve incluir oito tipos de informações: histórico, inteligência, personalidade, desempenho escolar, amigos, comportamento na sala de aula, consulta médica. (GOLDSTEIN, 1992, p. 43)
Segundo Patt (1991), a criança hiperativa é sempre candidata ao fracasso escolar, pois seu comportamento é turbulento e suas dificuldades de aprendizagem foge a norma escolar e ao que é esperado de um bom-aluno.
Ressalta Wallon (1971) que é preciso compreender que por trás da descarga impulsiva existe a expressão das necessidades múltiplas da criança que reclama de afeto, ajuda e compreensão.
Segundo Silva (2004) em sua monografia acredita que as escolas deixam muito a desejar, confundindo TDAH com indisciplina e destaca que a sala de aula deve ser organizada e estruturada, e que o professor deve estar preparado para receber uma criança portadora de TDAH e a avaliação deve ser freqüentemente e imediata, procurando valorizar o potencial e habilidades da criança.
Afirma Melvin (1990) que o quadro de hiperatividade é mais freqüente em crianças primogênita, e que o estresse e transtorno psiquiátrico na família aumenta o risco do aparecimento dos sintomas do TDAH.
O tratamento é multidisciplinar e compreende conversas com a criança e a família, consultoria escolar, mudanças ambientais e medicação.
Em casos leves o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica, e em casos graves necessitam de tratamento com medicamentos que deve durar até a adolescência.
Informa Goldstein (1996) que pais de crianças hiperativas devem possuir uma compreensão realista dos tratamentos médicos e não médicos adequado, e que não existe cura, porém, pais e educadores, podem encontrar formas para ajudá-los a serem bem sucedidos.
Nem sempre os pais admitem que o filho é hiperativo, muitos acham que a criança é esperta e está sempre interessados em novidades.
É importante que os pais busquem terapia para adquirirem informação e apoio, diminuindo assim o sentimento de frustração e isolamento que atinge à família. É aconselhável que os pais não se prendam demasiadamente ao problema da hiperatividade da criança, faz-se necessário um descanso, ocupando-se em outras atividades prazerosas a fim de amenizar o desgaste emocional que é uma constante na vida familiar, como também, incentivar a criança a participar de projetos de seu interesse contribuindo assim, com uma melhoria na concentração.
O papel da escola é fundamental na observação da criança hiperativa, pois geralmente ela costuma nos intervalos se meter em brigas, ou brincar quase sempre sozinha, tenta chamar atenção ou se comporta como se fosse alienada.
As meninas que sofrem da doença são mais distraídas, falam demais ou simplesmente se isolam. Os meninos não conseguem manter amizades por muito tempo são agitados e interrompem a aula constantemente.
Na idade escolar, a criança hiperativa
Começa a se aventurar no mundo e já não tem à família para agir como amortecedor. O comportamento, antes aceito como engraçadinho ou imaturo, já não é tolerado... Ela precisa agora aprender a lidar com regras a estrutura e os limites de uma educação organizada e seu temperamento simplesmente não se ajusta muito bem as expectativas da escola. (GOLDSTEIN, 1996, p. 106)
Um dos fatores que mais dificultam o rendimento escolar da criança hiperativa é o déficit de atenção, pois todo momento na classe sua atenção é requisitada pelos colegas e professores. Se a criança hiperativa tem dificuldades de atenção, toda sua aprendizagem pode estar comprometida.
Sua atenção é flutuante, pois qualquer ruído ou movimento a impede de concentrar-se no que começou a fazer. A criança não consegue memorizar bem e tudo que aprendeu deve ser ensinado no dia seguinte.
Quanto mais o professor: "exige a atenção, mais aumenta a tensão emocional e se reduz sua capacidade de prestar atenção" (BORGES, 1997, p. 88).
Patto (1991, p. 340), refere-se ao fracasso escolar, baseada na teoria do déficit e da diferença cultural, precisam ser revistos a partir do conhecimento dos mecanismos escolares de dificuldade de aprendizagem.
ABDA, sugere algumas intervenções do professor para ajudar a criança com TDAH a se ajustar melhor à sala de aula:
• Proporcionar estrutura, organização e arrumação das cadeiras, regras claras é definidas;
• Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, e perto da mesa do professor;
• Encorajar freqüentemente, elogiar, ser afetuoso;
• Proporcionar um ambiente acolhedor;
• Nunca provocar constrangimento;
• Comunicar-se com os pais;
• Ir devagar com o trabalho, proporcionando atividades curtas;
• Recompensar esforços;
• Favorecer oportunidade para movimentos monitorizados.
Imaginemos então em todas as dificuldades por que passam as crianças que são consideradas inadequadas no sistema escolar, em virtude de suas incapacidades. Todos esses aspectos poderiam se constituir num somatório de dificuldades que impedem o estabelecimento interativo proveitosos a formação de vínculos afetivos com aqueles que os rodeiam.
As crianças com esse problema consegue despertar reações de aversão ou negação, por causa de sua inquietação, impulsividade e emotividade excessiva, pois demonstram um certo desequilíbrio entre o pensar e o agir.
Afirma Goldstein (1996), que durante os últimos dez anos profissionais de saúde mental e educadores, manifestaram interesse na área de aptidão sociais e desenvolvimento de amizade, a fim de que a criança possa manter as relações, visto que é um importante fator para prognosticar a felicidade desta criança até a maturidade.
Crianças hiperativas mais velhas tem uma grande dificuldade de fazer amigos e desenvolver aptidões sociais mais complexas, por causa do seu comportamento desatento impulsivo e intempestivo (GOLDSTEIN, 1996, p. 83) 

 A falta de atenção e concentração, como também a excessiva atividade motora em uma criança hiperativa, interfere na aprendizagem levando ao baixo rendimento escolar, como também a um desequilíbrio no convívio familiar. 


. BIBLIOGRAFIA

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