Muitas empresas atualmente estão divididas hierarquicamente baseadas na centralização do poder. Essa tendência tem persistido nos meios corporativos, e mesmo em pleno século 21 pode-se notar claramente uma visão tradicional e uma administração autocrática por parte dos diretores e executivos.

Nesta configuração centralizada de poder muitas organizações cometem erros em seus processos, sobretudo no que tange à tomada de decisão, e para a sobrevivência das empresas no mercado competitivo atual é imprescindível que as decisões tomadas sejam as mais corretas e assertivas possíveis, minimizando o grau de risco e incertezas para a própria empresa.

Com uma administração centralizada a tomada de decisão torna-se muito mais arriscada pelos seguintes motivos:

- Desconhecimento da situação global da organização;
- Desconhecimento dos departamentos e da situação das atividades principais da empresa;
- Objetivos da decisão podem confrontar com os objetivos das pessoas dentro da organização;
- Risco de erro pela falta de convivência diária com os problemas e processos organizacionais da base;
- Preferências com julgamento de valor por parte do tomador de decisão, anulando a opinião dos demais;
- Distorção dos aspectos ambientais internos e externos que afetam a decisão tomada.


Tendo em vista a responsabilidade da tomada de decisão e suas possíveis implicações fica ainda mais evidente o risco que as empresas correm quando essas decisões não são programadas, ou seja, decisões imprevisíveis para a resolução de problemas não comuns decorrentes da inovação e incerteza.

Seria viável às empresas atuais uma reformulação em seu sistema hierárquico a fim de que suas diretrizes sejam reposicionadas e a autonomia na tomada de decisão e ações seja dada aos colaboradores.

Concentrar o poder nas mãos de um único líder ou de uma única cúpula já se tornou uma atitude de empresas que não inovam e não seguem as tendências do mercado atual, se inserindo à margem da inovação e do dinamismo.

As empresas modernas e os executivos com visão ampliada têm uma visão sistêmica e delegam mais autoridade aos seus subordinados, tendo mais tempo para se concentrarem na formulação e controle das estratégias empresariais.

Eles aplicam em suas ações o conceito do Empowerment.

"Análise do Empowerment e sua importância para as empresas"

O Empowerment nada mais é que a descentralização do poder. Nesse sistema de administração, o poder de decisão é delegado também aos níveis operacionais da hierarquia em sentido vertical, dando autonomia às pessoas e conferindo-lhes maior participação nos processos decisórios organizacionais.

Assim, o empowerment confere maior poder aos indivíduos e abre mão do controle centralizado, promovendo rapidez e flexibilidade na tomada de decisões.

É um sistema de grande importância para a sobrevivência das organizações atuais, e mesmo com muita resistência algumas empresas têm conseguido migrar sua visão tradicional e individualista para uma visão coletiva e inovadora, onde as pessoas e os departamentos empresariais se integram, se relacionam e executam suas tarefas com mais dinamismo, rapidez e eficiência.

Analisando estes fatores, podemos afirmar também que as empresas descentralizadas e hierarquicamente mais flexíveis atendem melhor a seus clientes e geram mais satisfação a eles. De outro lado, com clientes mais satisfeitos e possivelmente fidelizados, essas empresas obtêm mais lucro e passam a crescer e a se destacar no mercado competitivo.

Essa descentralização na tomada de decisões estimula uma maior responsabilidade nas pessoas e nas equipes autodirigidas, dando-lhes motivação e sensação de confiança.

Outras vantagens é o desenvolvimento dos colaboradores através de treinamentos e novas técnicas, além de proporcionar o espírito de liderança nas pessoas, abrindo os horizontes e definindo metas e objetivos a serem seguidos.

"Conclusão e análise final"

Sendo assim, é inevitável que as empresas tradicionais e orientadas somente para as tarefas venham a se estagnar. Em um mundo globalizado e cada vez mais competitivo, o executivo - chefe deve abrir seus horizontes e mudar sua forma de pensar.

Descentralizar o poder dentro das organizações pode gerar muitos benefícios para as empresas, aumentando suas receitas, sua cultura organizacional, sua boa imagem e sua aceitação no mercado.

Além disso, é preciso acreditar nos gerentes, nos supervisores e encarregados, e não obstante, deve-se confiar também na base da pirâmide hierárquica.

Valorizar as pessoas e dar-lhes autonomia dentro da empresa é atirar no alvo certo, é investir no know-how alheio. Quanto maior o contato de um funcionário com os clientes mais chances de sucesso ou risco as empresas têm. E com a oportunidade de tomar decisões as chances de sucesso aumentam.

O ideal é estabelecer um limite de autonomia e poder de decisão, mas não abrir mão de descentralizar os processos decisórios, pois executivos mais focados na estratégia da organização geram mais idéias e benefícios para as mesmas, sem ter de perder tempo com os processos da base, onde outras pessoas podem ter a competência de administrar.