Antônio Padilha de Carvalho

No mundo em que vivemos atualmente, onde a cada dia que passa os problemas ambientais se agravam, trazendo toda sorte de impactos, os profissionais das mais variadas áreas do conhecimento humano unem-se, para através da Hidrologia, ciência que cuida e estuda a água nos seus mais variados aspectos, buscar conhecer a verdadeira situação e propor ações visando combater as anomalias das ocupações irregulares das bacias hidrográficas.

É sabido que as ocupações dessas bacias se deram de forma apenas a atender interesses dos usuários, sem que levassem em conta a necessária preservação ambiental.

Hoje as conseqüências deixaram de ser em escala da bacia hidrográfica para atingir o seu ápice, vez que a problemática é a nível planetário. É justamente aí que entra em ação as ricas propostas da chamada Hidrologia Aplicada, que tem como objetivos imediatos detectar problemas na utilização dos recursos hídricos, na preservação do meio ambiente, bem como na ocupação da bacia.

Todas essas irregularidades acabaram por nos ensinar que é preciso planejamento e gerenciamento da bacia hidrográfica, requerendo ações públicas e privadas coordenadas no sentido de do bom uso desses recursos naturais.

As nossas cidades estão inchadas. Mais de 80% da população brasileira vive na zona urbana. O Brasil urbanizou-se sem planejamento, em conseqüência disso temos uma grande produção de sedimentos, enchentes e uma péssima qualidade de água que é oferecida à população.

Enquanto isso, na zona rural acontece a expansão das fronteiras agrícolas com impactos violentos e destruidores do meio ambiente. São lançados na natureza grande quantidade de produtos químicos, agrotóxicos potentes, além dos sedimentos e nutrientes que terminam nas águas dos rios, que são assoreados pelos sistemáticos manejos da terra.

Tanto na zona urbana quanto na rural, o desrespeito à natureza se faz de forma totalmente desequilibrada. As cidades jogam nos mares, rios, lagos, reservatórios e aqüíferos os esgotos sem tratamento, os resíduos industriais. No campo, os defensivos agrícolas, venenos da lavoura, de um modo em geral, e sedimentos vão todos para o leito dos rios, poluindo-os.

O trabalho do Hidrólogo visa primordialmente o abastecimento de água, os aproveitamentos hidrelétricos, irrigação e regularização para navegação.

O poder público constituído há que propor eficiente trabalho com relação ao abastecimento de água potável e estruturas de saneamento, proteção contra enchentes, drenagem, assim como provimento de água para atividades produtivas, de maneira economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente equitativa.

Essa nova abordagem deve ser planejada para atingir esses objetivos mais eficazmente, enquanto mantém e preserva o meio ambiente hídrico.

 Antônio Padilha de Carvalho, geógrafo, mestrando em Hidrologia/UFMT, Presidente do CLUBE GEO- Instituto de Defesa do Meio Ambiente.