NELSON DE MOURA JUNIOR

 HENRI FAYOL E OS PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO

 

Fayol apresenta seu trabalho no formato de um manual prático, ele enxerga a indústria como um corpo social onde as ordens convergem do cérebro (no caso, da direção) para todas as partes do organismo (organização). Faz uma analogia com as leis e regras da sociedade destacando que não existem princípios rígidos e absolutos.

Como idealizador da teoria clássica da administração Fayol procurou dar grande ênfase à estrutura organizacional, visando basicamente os lucros, a eliminação o desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção e com relativa preocupação com o bem estar dos agentes que deveriam demonstrar sempre grande eficiência, como compensações eram oferecidos incentivos materiais e salariais, na convicção de que o salário constituía a única forma de motivação ao trabalhador, tudo isso sob uma forte unidade de comando e responsabilidade.

O foco principal da Teoria Clássica teve como característica marcante seu enfoque na prescrição e normatização, descrevendo as funções da administração e os princípios gerais que o administrador deve seguir na sua atividade, também, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência.

Fayol afirma que a principal qualidade do administrador é saber realizar uma avaliação das funções com precisão e enfatiza que a autoridade denota a capacidade de assumir responsabilidades. O autor interpreta as funções e obrigações de um administrador perante a sociedade e diz que a administração é extremamente importante e deveria estar no plano de ensino nas escolas.

Temos que levar em consideração que a obra foi escrita há muito tempo, quando a realidade das empresas era completamente diferente das de hoje, alguns de seus conceitos estão desatualizados, outros, no entanto, continuam válidos.

Exceto a algumas empresas muito tradicionais e em instituições religiosas e militares, hoje em dia não observamos com tanta frequência um modelo de administração tão verticalizada como o propostoem sua obra. Comevolução das empresas temos visto atualmente modelos mais modernos como os propostos por Henry Mintzberg com relações horizontais e diagonais, procurando associar a estratégia da empresa à sua configuração organizacional e como ela deve se estruturar para atender um determinado tipo de negócio ou mercado. Os modelos de Mintzberg, mostram as estruturas organizacionais e analisam os métodos de coordenação entre seus componentes.

O modelo hierárquico vem sofrendo grandes modificações ao longo dos anos, anteriormente os mais tradicionais apresentavam uma estrutura com até nove camadas, desde o presidente até as funções mais básicas, hoje os modelos mais modernos sugerem, no máximo, quatro camadas.

Um dos princípios apresentados por Fayol que é extremamente atual é a iniciativa, hoje aprimorado, desenvolvido e conhecido pelas empresas com o intra-empreendedorismo que permite ao profissional ter uma idéia e colocá-la em prática, dando-lhe liberdade para dedicar-se e transformá-la em um produto ou serviço de sucesso. Ele sente e age como se a empresa fosse o seu próprio negócio.

Mesmo sem definir com clareza de qual maneira deveria ocorrer, Fayol já falava em participação nos lucros, apesar de julgar a prática perigosa. Funcionaria como um bônus sendo ofertado pelo empregador e distribuído as trabalhadores da empresa de acordo com o tipo de trabalho desenvolvido e com nível hierárquico.

O valor de obra de Fayol é inquestionável, com sua teoria clássica da administração ele conseguiu enfatizar a estrutura organizacional e a busca pela eficiência máxima, apesar da algumas críticas que recebeu sobre manipulação de trabalhadores através de incentivos salariais e materiais e a excessiva unidade de comando, seu trabalho serviu de base para outras importantes escolas administrativas que viriam a sucedê-lo.

 Referência Bibliográfica


Fayol, H. Administração industrial e geral 10. ed. São Paulo: Atlas, 1990.