Há sempre um meio-termo.

Existem muitos fatores que influenciam a decisão de uma pessoa sobre qual o caminho a ser trilhado para se alcançar a tão sonhada realização profissional. Mas pra falarmos sobre isso é necessário que cheguemos a um consenso sobre o que é realizar-se profissionalmente. Acho que seria impossível que alguém se realizasse apenas profissionalmente, pois se obtivesse êxito tão somente neste aspecto, muito dificilmente se sentiria completo de algum modo. O que todos nós buscamos é a realização plena, como seres humanos, como cidadãos, como pais, como membros de um grupo social, como defensores de uma bandeira (seja ela qual for), como membros ativos na defesa dos interesses coletivos que nos cercam. Realizarmo-nos profissionalmente talvez então seja tudo isso. Existe então um paradigma de realização profissional? Embora tenhamos algumas aspirações que pareçam comuns a todos, não seria correto dizer que há um modelo padrão a ser seguido. Para alguns ter família, casa, carro, filhos e certa segurança financeira, seria mais que suficiente para se considerar uma pessoa realizada.

Para outros nem tanto. A esses faltaria talvez o reconhecimento, o status, o poder, a aventura, a avidez pelo desconhecido. Do outro lado alguns poderiam se contentar apenas com um amor e uma cabana. Felizmente as pessoas têm diferentes aspirações, caso contrário teríamos a sensação de estarmos comprando um kit seja feliz que serviria para todos.

Voltando à nossa pergunta principal, independente das aspirações de cada um devemos buscar trilhar este caminho da forma mais digna possível. Os gurus do comportamento falam da necessidade de ser aberto ao trabalho em equipe, mas as pessoas têm confundido a capacidade de empregar sua força de trabalho em prol da equipe com a necessidade de serem amigáveis e aprazíveis o tempo todo. Mais uma vez a questão de ordem aqui é o bom senso. Não precisamos discordar sempre, mas também não podemos dizem amém o tempo todo àqueles com quem lidamos diariamente. O desafio é ser verdadeiro sem ser rude - e ser agradável sem ser adulador. Talvez mais do que isso: é ser comprometido sem pensar só em trabalho, é ser econômico sem ser avarento, é saber se divertir sem perder o juízo, ser adulto sem ter medo de rolar no chão com os filhos, é dizer obrigado ao patrão sem esquecer de dizer obrigado aos pais, é rodar o mundo sem esquecer de onde partimos.

Trilhemos o caminho rumo à nossa realização, seja ele qual for, mas buscando sempre uma palavrinha que encaixa em qualquer situação: equilíbrio.

Sucesso!

Autor: Helmar Fernandes