Neste dia agraciado com clima ameno cujas horas transcorrem a contento,ofereci-me ao deslumbramento de cores e sons dominicais. As dezessete horas, com minha mãe à bordo, estive em um de meus locais preferidos; a praça em frente à Igreja Nossa Senhora da Piedade, localizada ao lado do centro universitário da Feevale, no bairro Hamburgo Velho em nossa cidade.

Deste local privilegiado pode ver-se o poente entre árvores seculares.Ao fundo os Ciprestes erguem-se majestosos, sombreando o oeste onde jazem nossos ancestrais. O Cemitério é belíssimo, arborizado, dando
abrigo às aves e zumzuns de abelhas.

O aroma das laranjeiras que ladeiam a rua adentra as narinas contrastando com a típica poluição da Avenida Maurício Cardoso ao leste.

No túmulo de meu pai plantamos uma Pitangueira e um arbusto cujas flores são conhecidas pelo nome de chuva de ouro, no tronco desta orquídeas já floresceram. Colhi três pencas para alegrar meu lar.

As dezoito horas, ao badalar magno dos sinos da Igreja, o sol se punha entre brumas entardecentes, deste mês peculiar; estando entre julho e setembro, agosto possui temperatura mista que vai de sua característica invernal abrangendo a estação seguinte, nossa agradabilíssima e esplêndida primavera sulina, bastante úmida o que favorece a condução dos sons na atmosfera.

(Ouvir http://vicamf.multiply.com/music/item/221/Som_dos_Sinos_de_Bronze Download )

Sendo atravessada pelos tons e sons, chego à casa a tempo de editar as fotos, escrever este breve registro no diário e para em silêncio olhar ao longe do décimo terceiro andar, ao sul as luzes das cidades vizinhas, entrecortando as colinas, como um lindo adorno de contas de opalina e esmeraldas. Neste instante de quase êxtase surge a luz crescente de um avião, decolado a poucos minutos... Com ele meu pensamento alinha-se
em vôo ao norte e ao espreguiçar da noite, embalada por grilhares, noturnos sonidos e o ansiar das corujas...


http://vicamf.multiply.com/journal/item/333/333