VICENT, Gérald. Guerras Ditas, Guerras Silenciadas e o Enigma Identitário. In: ARIÉS, P., DUBY, G. (org). História da Vida Privada. Cia. Das Letras, 1991. V.5. p. 200-231 e 247 (notas). [edição original: 1987]

Franciele Sabrina Tiecher[1]

O autor inicia seu texto tratando sobre o sentimento de guerra presente nos seres humanos, para ele, a guerra sempre está presente no pensamento humano, como algo permanente, que não cessa. Talvez até como algo natural.

Nunca Mais A Guerra Dita-1914-18, segundo o autor a guerra cria “ilusões”, em que a “Ética da convicção e a ética da responsabilidade, ao menos uma vez reunidas, convencem cada soldado de que a sorte da guerra depende de sua coragem” e não somente de outros fatores, as artilharias estavam literalmente entregues a sorte, se tinha em mente o lema “resistir”, por isso o vencer dependia unicamente da vontade e não das condições que as tropas se encontravam.

O autor por meio de testemunhos expõe os horrores da guerra, as mutilações, são animais presente no mesmo espaço dos humanos com ratos (gordos de tanta carne humana), dentre muitos outros horrores. Mas, mesmo com tantos horrores e mortes como a Guerra pode prevalecer por quatro anos?

Ele cita três hipóteses para tais, primeira a idéia de morte que ainda é vista como um caráter normal naquele periodo, segundo a guerra cria hierarquias novas, que são regidas coragem física e na integridade, e por fim o nacionalismo salientado pela perda de Alsáscia e Lorena.

 “O nacionalismo é um “valor” partilhado tanto pela direita quanto para a esquerda (contestado apenas por uma minoria dessa última), o que explica o malogro total do internacionalismo em 1914”.

O autor também cita os monumentos construídos, sendo muitos os milhares que para ele, são fortunas escandalosas construídas sobre as misérias humanas.

Para o autor a “grande guerra” contemporânea da Revolução Russa, inaugura uma nova era na história da humanidade, sendo muitos aqueles que tiveram diferentes tipos de seqüelas, incapazes de se readaptar a uma vida civil.

A Guerra Silenciada e a Tentativa da Negação 1939-45, segundo o autor quando a França foi derrotada na Guerra o país contava com 300 mil judeus, sendo que metade era estrangeiro, eles foram excluídos de todas as funções efetivas ou públicas, além disso, os números oficiais dão conta de bem menos deportados, justamente por isso o autor faz alguns questionamentos que ele mesmo responde.

 Alguns desses judeus conseguiram fugir e outros se esconderam por isso os números não batem.

Guerras Ocultas, neste trecho o autor refere-se à ausência de nome aos combates tratados apenas como “prestação de serviço” ou mesmo operações para “manter a ordem”, mas que dizimam centenas de milhares de vidas.

Segundo o autor a Guerra do Vietnam também se inclui entre as guerras silenciadas, pessoas que necessitam de aula psicológica, que se envolvem com álcool, drogas, que são esquecidas das mídias e dos demais tratando-se assim do silencio das autoridades fazem dessa guerra uma guerra silenciada.

As Colônias Penais, neste subtítulo o autor cita a obra A Colônia Penal de Kafta, e O Conceito de amor em Santo Agostinho de Hannah Arendt, que cita justamente a respeito dos campos de concentração, sendo assim “salvaguardar a pureza da raça alemã é mais importante do que ganhar a guerra”. 

Os horrores praticados, que para autor cita a disciplina desses funcionários, que antes de tudo buscavam ordem e produtividade mesmo que essa produtividade significasse a morte de milhares.



[1]  Estudante do VI período de Licenciatura em História, pela UNIR (Universidade Federal de Rondônia)