Quem nunca viu uma adolescente grávida que atire a primeira pedra. As meninas não estão mais aproveitando as fases da vida conforme o antigo método de crescimento natural das coisas.Meninas de 11,12,13 anos ,já pintam unhas,tiram as sobrancelhas,fazem chapinha,passam batons chamativos e perfumes atraentes,e tudo isso pra quê?Afinal, esta é uma idade para se estar jogando algum esporte, estudando e correndo na rua atrás de brincadeiras saudáveis, e não tornando mais mulheres do que realmente são. Pois essa produção todo vai aguçar o sexo oposto,que não pode ver um brotinho novo na área para cair de boca em cima.E como ainda lhes faltam malícia,o jogo de cintura,acham que qualquer garanhão que lhes falem palavras bonitas e conte piadas engraçadas,é o seu príncipe encantado.Daí pra se entregarem sem o mínimo cuidado é só uma questão de tempo...

Temos que viver cada um da melhor forma possível, desfrutando da cada passo de nossa caminhada rumo ao mundo adulto. Compartilhando nossas alegrias com aqueles que nos rodeiam;guardando as dores mais profundas conosco e expulsando-as nas lágrimas,contudo,sem esquecer de que um novo dia sempre vai nascer ;aprendendo com os nossos próprios erros ,que vale a pena ser franco,bom e honesto;sabermos mais ouvir do que falar,se pondo assim no lugar do outro antes de criticá-lo;enfim,fazermos o possível pra nos tornarmos adultos responsáveis por nossos atos e preocupados com o bem-estar dos outros.E no meio desse auto-aperfeiçoamento usufruir de nossa sexualidade em toda a sua plenitude,de forma responsável e livre,sem o peso de ter um bebê pra cuidar ou uma doença pra tratar.

Mas geralmente a atividade sexual das adolescentes é casual, justificando para muitas delas a falta de uso dos contraceptivos. Em outras palavras,por não saberem ao certo quando irão "dar",para que se preocuparem em carregar pra todo o lugar que forem ,camisinhas,comprimidos anticoncepcionais ,pílulas do dia seguinte,etc?Ademais, se iludem de que NUNCA irá acontecer nada de mal com elas se deixarem de proteger uma vez ou outra. Com as OUTRAS gurias pode ser,com ELAS jamais...Pra ajudar,vivem em uma sociedade impregnada de erotismo e sensualidade.E a família e o Estado se omitem de verdadeiramente orientá-las e até contribuem para a iniciação precoce, e descuidada,das meninas em sua vida sexual.Políticos largam pra quem quiser ouvir "relaxa e goza " no meio de seus discursos ,ou se não,incentivam "sexo cinco vezes por semana" ao povo ,baseados em pesquisas duvidosas de que tal quantidade ,por si só,previne contra infarto,hipertensão,estresse,entre outro males .Pais ficam de agarramento na frente dos filhos;estocam material pornográfico em casa,em locais de fácil acesso para os adolescentes;permitem às filhas a se comportarem e se vestirem feito prostitutas baratas;pouco se interessam em saber ao que seus filhos andam vendo na internet(o que se tratando de adolescentes,90% dos casos é referente a sacanagens);e por aí vai.Todos esses maus exemplos banalizam o sexo, fazendo-o ser visto como uma mera diversão.Então não é de se espantar que a jovem inicie precocemente a vida sexual sem tomar o mínimo cuidado.Motivada fundamentalmente pelo prazer,é difícil que ela vá pensar duas vezes antes de abrir as pernas pro primeiro traste que levá-la na conversa.

O resultado de tamanha negligência governamental e familiar para com as adolescentes brasileiras?É que em todos os anos cresce mais o número de meninas que aos 10, 11,12 anos de idade começam a fazer sexo desprotegido. Ignorando totalmente os riscos elas deitam-se com um desmiolado qualquer,geralmente mais velho,que tá nem aí pra o bem-estar dela.O seu único interesse é se aproveitar da menina e mostrar pros imbecis dos amigos que ele é um "pegador"tão bom,que conseguiu "catar" até uma virgem.Um feito em tanto pros nossos dias.Digno de respeito...Depois abandonam a garota e partem pra uma nova "caçada".Enquanto a bobalhona,junto de outras mais bobas ainda,aparecem em consultórios médicos portanto alguma DST(Doença Sexualmente Transmissível),infectadas pela própria AIDS ou ,pra variar,grávidas.

Além da ingenuidade feminina e da malandragem masculina, também podemos relacionar a gravidez fora de tempo a uma menor auto-estima da mulher e a falta de um projeto de vida nos planos dela, bem como a uma educação deficiente da família. Neste caso ,a adolescente pode estar morando com o pai ou com a mãe,podendo ter madrasta ou padrasto;talvez esteja sendo criada pelos avós ou tios;quem sabe vivendo só com os irmãos mais velhos;e assim por diante.Entretanto,mesmo desestruturadas,as famílias deveriam prestar mais atenção às necessidades e carências de sua meninas,a fim de evitar quem joguem fora a vida delas por causa de uma aventura sexual impensada.

Em nosso país gravidez na adolescência não parece ser considerado um problema tão importante. Os pais não estão sensibilizados para o tema e crêem tolamente (e egoisticamente) que trata-se de um problema dos outros,que jamais lhes irá atingir.Até que num belo dia sua filha adolescente chega diante deles e solta a bomba:"Pai,mãe,to grávida...".E a alta taxa de meninas engravidando é até bem vista com bons olhos pelos depravados de plantão que,faceiros,pensam:"Eba!Aquela ali teve filho,já é uma mulher,ninguém irá ligar se embarrigar de novo.Depois do primeiro é normal virem outros mesmo.Hum...que bundinha...e só tem 14 aninhos....".De fato,os homens só pensam "naquilo".E quanto mais velhos,pior...Deveras,numa sociedade egoísta e machista que nem a nossa,não era de se esperar que os homens fossem tão devassos,e que vissem a mulher como um mero objeto.Útil somente para 4 coisas: limpar,cozinhar,cuidar dos filhos e ser "comida" .

Porém deve-se frisar que essa linha de raciocínio oprime muito mais as jovens de classe baixa do que as de esferas mais altas. No caso das meninas pobres,o desejo de ter um filho é predominante.Tanto que em várias famílias é comum a adolescente engravidar novamente,podendo o pai ser o mesmo do primeiro filho ou não.A repetição gestacional ocorre devido a essas jovens acreditarem que ser mulher ainda equivale a ser mãe."Tsc,e daí se eu engravidar se não me proteger?Acho que até é melhor ter um bebê.Assim vou ter o que fazer por um bom tempo, vão me respeitar direito e serei importante pra alguém...",relatos como este explicam o porquê de muitas considerarem o bebê ser" tudo" para elas.A criança é, portanto,depositária de muitas expectativas :terá o que elas,em sua maioria,não tiveram,como estudo completo,perspectiva de um futuro melhor e até mesmo uma família de verdade."Você será o que eu não fui,meu amor.Você será feliz...".Isso resume tudo.

Agora com as jovens de boas famílias a história é outra. Observa-se ,em geral,maior resistência por parte delas em ter um filho.A pressão social familiar se expressa de forma mais enfática do que nas de classes populares,sob argumentos de estudo,do ingresso numa faculdade,da garantia de um bom emprego futuro,etc.Isso lhes possibilita viver de modo mais prolongado sua adolescência ,ao contrário das meninas pobres,em que a maternidade interfere nesse ciclo.Logo,para as mais abastadas,surge outros objetos de desejo capazes de suprir a carência afetiva,e o desejo de serem mãe pode ser adiado para a vida adulta.E mesmo que engravidem cedo,conseguirão retomar os seus projetos de vida depois,já que terão do seu lado o poder financeiro de sua famílias para lhes apoiar.No final das contas,o que separa uma gravidez feliz de uma jovem para outra,é a classe a qual ela pertence.O quanto de dinheiro e instrução sua família possui.

E você,caro leitor,o que pensa disso?