GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Cláudia Souza Brito da Silva ¹

   Edimilson Rodrigues da Silva ²

                                                               Edilson Magalhães Rego ³

 

 

 

 

Resumo

 

 

 

 

              A gravidez na adolescência é um grande problema na saúde publica dos pais em desenvolvimento. O fenômeno no Brasil tem se mostrado estabilizado na faixa etária entre 15 a19anos, com prevalência crescente no primeiro seguimento da adolescência abaixo dos 15 anos. Onde a maioria das gestações é indesejada, ocasionando o aborto, desestruturação pessoal e familiar, a adoção e o abandono. A pesquisa teve como objetivo identificar qual o nível de conhecimento dos alunos de 8° serie do Colégio Municipal Otávio Mangabeira, em relação a causa e risco da gravidez na adolescência. Acredita-se que o numero de adolescentes gestantes vem aumentando e a causa deste aumento seria a falta de informação mais detalhada na escola e na família com relação às causas e riscos da gravidez na adolescência. Sugere-se políticas de intervenção para redução da situação através de programas de educação sexual, atendimento especial para adolescente, orientação e método contraceptivos.

 

Palavras-chave: Adolescência, gravidez, método contraceptivo.

¹ Enfermeira formada Faculdade São Francisco de Barreiras e Tec. em enfermagem/colégio Batista.

² ³ Acadêmicos do 8º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras, 2013

INTRODUÇÃO

 

A adolescência é um assunto de grande relevância e preocupação hoje em dia, pois é nesta fase que predomina a formação da personalidade. Esta etapa da vida se torna difícil e perigosa, tendo em vista que, por vezes, nos deparamos com jovens rebeldes e teimosos, não lhes interessando quando alguém fala sobre o uso de contraceptivos, gravidez precoce, drogas, alcoolismo, HIV, violência entre outros (BRASIL, 2007).

A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva da mulher, onde conflitos e crises são caracterizados pelas mudanças fisiológicas e psicológicas.  A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, e enfatizado pela má utilização e a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria delas também não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. De qualquer forma, o que parece ser quase consensual entre os pesquisadores, é que as facilidades de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez nas adolescentes (BUENO, 2006).

É com a chegada da puberdade, com o desenvolvimento físico, que o ser humano se torna apto a concretizar a sexualidade plena através do ato sexual propriamente dito, que permite tanto obter prazer erótico como procriar. O aumento do interesse sexual coincide com o surgimento dos caracteres sexuais secundários. Este interesse é Influenciado pelas profundas alterações hormonais deste período da vida e pelo contexto psicossocial. O prazer resultante do ato sexual diferencia o ser humano do restante dos animais. Ele é o único ser que, objetivamente, pode ter relação sexual só pelo prazer e não com finalidade reprodutiva e na adolescência isso se torna evidente (LAY-ANG, 2013).

O estatuto da criança e do adolescente (ECA), sob a lei federal 8069 de 13 de julho de 1990 também nos dá sua contribuição ao destacar que consta que ‘’ o adolescente é aquele entre os 12 e 18 anos de idade’’. Assim verifica-se que a adolescência ainda caracteriza-se por grandes questões, como: a busca por uma identidade que possibilite a passagem da fase infantil para a adulta, a exploração, a exploração de novas sensações corporais, a afirmação da escolha sexual, o ingresso da vida profissional, a problemática da dependência dos pais (BUENO, 2006).

Portanto, há de se considerar também que é na adolescência, que ocorre o despertar da sexualidade, esta é a primeira fase, imatura, voltada para o apelo corporal, efetuar a exibição de seus extintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua independência de conquistar varias pessoas (SANTOS 2006).

Dessa forma, compreende-se que a família, nos dias de hoje, atravessa uma fase de grandes mudanças, tanto no aspecto de forma quanto no de desempenho de suas funções básicas, como proteger, prover e definir limites. Tal que a familiar pode influenciar, como um fator facilitador das ações, dos problemas vivenciados pelo adolescente (PASSOS, 2001).

A família é considerada uma instituição social que deve proporcionar o vínculo afetivo, bem como representar as condições de apoio e solidariedade ao adolescente em formação. Portanto, um ambiente familiar agressivo e desequilibrado pode favorecer situações de coação social, ambiguidades, e gerar conflitos, emergindo diretamente na ocorrência de episódios de violência doméstica contra crianças e adolescentes. A violência pode desencadear sentimentos de desamparo, medo, raiva, baixa-estima e culpa, fazendo que crianças e adolescentes cresçam inseguros e sem confiança em si mesma (BRASIL, 2000).

É na fase da infância e da adolescência que as pessoas estão suscetíveis a agravos de saúde e a fatores que constituem vulnerabilidades psicossociais e econômicas. Tais circunstâncias são, muitas vezes, reforçadas por atos violentos praticados pela própria família e que, consequentemente, motivam a perda da confiança desses jovens em seus pais, não os tendo mais como ponto referencial para uma boa educação e proteção (TAQUETE, et al., 2001).

 

METODOLOGIA

 

 

Segundo Minayo (2004) a metodologia é o referencial do caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. O método é “a essência da alma”, distinguindo a forma exterior com que muitas vezes é abordado tal tema (como técnicas e instrumentos) do sentido generoso de pensar a metodologia como a arte de articular entre conteúdo, pensamento e existência.

 

Trata-se de uma pesquisa quantitativa com abordagem exploratório-descritiva e tem como objetivo elucidar maior familiaridade com o problema com vista a torná-lo mais explicito, estabelecendo critérios, métodos e técnicas para a elaboração da mesma, oferecendo informações sobre o objeto de estudo. Possibilitando a construção de hipótese, analisando e interpretando os fatos e dados obtidos. Referente à natureza dos dados. O projeto se desenvolverá a partir de estudo exploratório, de natureza quantitativa. Primeiramente serão levantadas idéias de autores diversos sobre a temática abordada. Em seguida, será feito um questionário com cinqüenta adolescentes de 13 a 17 anos, no Colégio Municipal Otavio Mangabeira em Barreiras. Os alunos responderam um questionário composto por nove perguntas fechadas, procedido por um termo de consentimento.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Com os dados coletados na pesquisa realizados com estudantes adolescentes de ambos os sexos, no Colégio municipal Otavio Mangabeira na cidade de Barreiras- BA. Obtemos o seguinte índice, 67,5% dos pesquisados eram do sexo feminino e a participação do sexo masculino foi de 32,5%.

Entre os estudantes 10% dizem receber informações  na família, porem 13% dizem  ter  informação só na escola e 77% dizem terem informações na escola , na família e em outras fontes. Diante destes dados constata-se que existe participação, preocupação da escola e da família em estar passando as informações aos adolescentes, isso pode reduzir o índice de gravidez não planejada.

Dos dados obtidos 89% dos estudantes dizem terem informações suficientes sobre métodos anticoncepção, entretanto 11% responderam que não tem informações suficientes.

Ficou evidenciado que a maioria dos estudantes pesquisados eram mulheres, e que as informações sobre gravidez na adolescência eram obtidas através de outras fontes como TV, revistas e outras pessoas, uma pequena parte eram obtidas na escola e família. E sobre método contraceptivo com 89% a maioria dos pesquisados tem as informações necessárias, mas não colocam em pratica, devido à fase de a adolescência ser influenciados pelos impulsos momentâneos e a produção em excesso de hormônios, tornando difícil aceitação das orientações

Conclusão

           

Este trabalho teve como finalidade demonstrar a fragilidade do processo de transformação do adolescente quando não se tem uma estrutura familiar planejada, sendo como referencia em sua vida. Priorizando identificar e analisar os principais vícios de postura destes adolescentes e seus fatores de risco; criar estratégias relevantes de intervenção a serem aplicadas no âmbito escolar e familiar, com a utilização de material educativo elaborado para os educadores e pais. Onde deveram estar incumbidos para esta ação toda a família, a sociedade e o governo.  Sabe se que hoje não basta um item e sim um conjunto deles, que possa favorecer uma condição melhor para toda a população.

Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos. Porém, havendo rejeição, conflitos traumáticos de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá sentir-se profundamente só nesta experiência difícil, correndo o risco de abortar, sair de casa, acreditando resolver seu problema.

O bem-estar afetivo da adolescente grávida é muito importante para si própria, para o desenvolvimento da gravidez e para a vida do bebê. A adolescente grávida, principalmente a solteira e não planejada. A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes com sérias conseqüências para a vida do adolescente, do bebê e de sua família. É preciso encarar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio necessários para seu conforto afetivo, precisa dispor bastante de um diálogo esclarecedor.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde, Capacitação: Educação e Promoção da Saúde no Contexto Escolar, 2007. Disponível em: Portal da Saúde < http://www.saude.gov.br> Acesso em: 10-05-13.

BRASIL. Ministério da Saúde, Gravidez na adolescência: desejo ou subversão. In Ministério da Saúde, Prevenir é sempre o melhor. Brasília: Ministério da Saúde 2000.

BUENO, G. M; Variáveis de risco para a gravidez na adolescência. 2006, Disponível em: http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html  Acesso em: 01-07-13 .

LAY-ANG G, Bióloga - A gravidez na adolescência, Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/gravidez-adolescencia.htm> acesso em: 27-11-13;

MINAYO, M. C. S; DESLANDES, S. F; NETTO, O. C; GOMES, R. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 23º ed. Petropólis. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2004.

PASSOS, M. R. L; et al., Doenças Sexualmente Transmissíveis. Se educar, dá pra evitar! Rio de Janeiro: Reviter, 2001.

SANTOS, M. M. J. F; Gravidez precoce: matéria da capa. Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.

TAQUETE, S. R;  et al., Clinisex: promovendo uma sexualidade saudável, prevenindo comportamentos de risco e protegendo adolescentes vulneráveis. 2001. Rio de Janeiro: Núcleo de Estudo da Saúde do Adolescente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – NESSA/UERJ, 2001.