Igualdade para quem?

Como disse o Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil não é um país pobre. O Brasil é um país injusto. Isto infelizmente é uma verdade, mas quem são os responsáveis para mudar tal situação? O governo? A população? Na verdade, somos todos nós, mas o que acontece é que no modelo neoliberal em que vivemos não damos a devida atenção para o planejamento e implementação de ações que visem o bem comum, não reivindicamos mudanças ao governo, como na década de 80, na qual conseguimos um alargamento na garantia dos nossos direitos, simplesmente nos acostumamos e nos acomodamos com a nova ótica que nos foi imposta com a globalização, na qual o mais importante é o "ter" o não o "ser".
O que vemos são os poderosos buscando alternativas para se distanciar cada vez mais dos menos favorecidos, um exemplo disso é a criação de um muro em Santo Amaro no Recife-PE, que separa a população pobre do bairro, das elites que freqüentam o Shopping Tacaruna, violentando assim, os direitos desta população. Isso nos leva a refletir por que ao invés de criar oportunidades de emprego a essa população visando à melhoria de vida da mesma, a classe dominante opta por "esquecer" que os problemas sociais existem e que tudo está perfeito? Não seria mais fácil buscar alternativas para resolver as desigualdades? Será que a criação deste muro atendeu aos objetivos de quem o criou? A violência foi diminuída?
Um dos grandes problemas do nosso país é a sociedade pensar que se reduzirmos a pobreza, estaremos eliminando as desigualdades sociais. Mas isso não é verdade, o Brasil possui uma das maiores concentrações de renda do mundo, são inúmeras as expressões da questão social, que se agravam a cada dia. Nosso pensamento não deve ser direcionado apenas para eliminar a pobreza, mas também exclusão, discriminação, fome, trabalho infantil, entre outros. Precisamos fazer um trabalho de conscientização com toda a população, disseminando a idéia de que todos somos iguais, temos os mesmo direitos, os mesmos deveres e por isso, pobres ou ricos, negros ou brancos, altos ou baixos, devem ser respeitados, devem ter as mesmas condições dignas para sobreviver e se reproduzir, como consta na Constituição de 1988.