2. Introdução

A discussão iniciada neste artigo, é pautada numa visão econômica da processo de globalização, vale salientar que não isolamos o efeito da globalização como sendo apenas de cunho econômico, mas procuramos analisar esse processo nesta ótica, entendendo que seria importante para compreensão do tema como um todo o entendimento deste na estrutura econômica.
Estamos enfadados de visualizar o processo de globalização apenas como fator modificador da estrutura cultural, o que não seria o fundamento das modificações, nas visão deste artigo, queremos evidenciar que o fundamento das mudanças seja ela em qualquer âmbito provem a principio de mudanças econômicas.
Para que o texto tornasse de fácil compreensão tentamos partir das definição do termo globalização, analisando as varias vertentes de definições sobre o termo; em seguida tentamos identificar o início da globalização; e por fim visualizamos os efeitos da globalização na esfera econômica sobre a atuação dos blocos regionais.

3. Definindo Globalização

Diante de tantas definições criadas até os dias atuais sobre globalização, o que só torna mais complexo tentar defini-la mais uma vez, é o que a principio iremos fazer neste momento. Como já percebemos definir o termo globalização não é tão fácil, mas tentaremos romper com alguns paradigmas, é logico buscando nos fundamentar em alguns teóricos do assunto.
Demétrio Magnoli define globalização desta forma: "Globalização é o processo pelo qual a economia-mundo identifica-se com a economia mundial. Ou, dito de outro modo, é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade." (MAGNOLI, 2004, p. 11). Bem, como podemos ver a concepção de Magnoli sobre globalização é puramente econômica, o que constituí um grave problema no âmbito histórico-geográfico, limitarmos globalização como um simples fator econômico, é esquecer ou fazer esquecer os seus efeitos culturais, ou como alguns o chamam de invasão cultural.
Já Carlos Walter traz uma definição mais branda quanto a globalização, ele diz: " [?] a ideia de globalização como superação das fronteiras e das barreiras locais e nacionais." (WALTER, 2006, p. 14).
Ao analisarmos as definições de globalização esboçadas por esses dois teóricos, percebemos a principio algumas verdades que não podemos esquecer sobre globalização, primeiro é que não podemos visualizar o efeito da globalização numa ótica apenas econômica, e segundo é o fato da importância de sempre vincularmos o efeito globalização a fatores políticos, sociais, econômicos e culturais.
Descrever mesmo que numa ótica capitalista de globalização (porque entendemos como sendo este modo de produção o seu promotor), não nos veta de olharmos as suas definições, razões e efeitos no âmbito cultural; se deste forma parecer incoerente responda-me: podemos desvincular fatos de mudanças econômicas a mudança de comportamento? E tais comportamentos não estão ligados a questões culturais?
4. Onde Começa a Globalização?

Não podemos podemos afirmar com exatidão sobre quando começa o processo de globalização, se não compreendermos o que a globalização abrange, já percebemos no capitulo anterior que ao tentarmos definir o termo globalização devemos pensar em mudanças na estrutura política, social, econômica e cultural, em caráter de interação.
Alguns teórico como é o exemplo de Carlos Walter, entende que o processo de globalização começou com o feito das grandes navegações, e após isto iria passar por diversas mudanças em sua estrutura, mudança sessas que acompanharam as evoluções do capitalismo. Sobre este fato ele afirma: " Poderíamos localizar nessas data o início do processo de globalização. A partir dali, sem dúvida, passamos a ter uma história e uma geografia verdadeiramente mundiais, cada vez ais se impondo às histórias regionais ou, pelo menos, as condicionais." (WALTER, 2006, p. 24).
A ligação entre início do processo globalizante não pode ser visto nunca desconectada do início do capitalismo, pois foi através das grandes navegações que o mundo realmente se relacionou, isto é que o mundo se conheceu e se inteirou, mesmo que de forma desarmônica.
É neste período que se conhece sistemas de governos diferentes, sociedades desiguais, economias distintas e culturas opostas. E o que a globalização fez? Infelizmente não podemos ser românticos o suficiente para pensarmos o melhor sobre esta indagação, os problemas encontrados com os choques culturas, sociais, políticos e econômicos vai fazer valer a seleção natural, ou seja, vai prevalecer os mais fortes. Os globalizantes usaram de premissas positivistas, onde o progresso só é alcançado através da ordem, e vão estabelecer a sua ordem, a ordem europeia, a ordem opressora.
Mas ainda segundo Carlos Walter o processo de globalização só alcançará o seu clímax nos anos de 1970, com o que o geografo Milton Santos chama de período técnico-científico-informacional. Realmente a globalização em seu clímax só pode ser notada no segundo meado do século 20.
hoje podemos avistar fatos realmente globalizantes, o que em nada nos faz lembrar de uma caravela rompendo por três meses os mares para estabelecer relações comerciais, na atualidades com um simples clique se transfere somas milionárias, compramos e vendemos, apesar do capitalismo-globalizante ter iniciado no século XV com o movimento das grandes navegações, a globalização só chegará a sua fase adulta no século XX com a introdução das relações informatizadas.

5. Regionalização, Globalização e Capitalismo

A princípio é importante que quando nos referirmos ao termo regionalização, este não seja entendido no âmbito cultural, e sim, em caráter econômico, ou seja, estou falando de blocos econômicos que aparentemente se fecham em grupos para a ampliação de suas economias. O que é interessante notarmos é neste meio a participação do capitalismo e da globalização.
Há alguns que pregam que a formação de blocos econômicos desestimula a atuação da globalização, isto é, fecha as portas para a economia exteriores se infiltrarem, bem, o que vamos perceber é que esta é uma concepção totalmente equivocada, pelo contrário, este fato estimula as relações globalizantes entres as nações que compõe o grupo, e por sua vez, este grupo agi de forma globalizante com outros grupos não regionais, estabelecendo assim, um capitalismo globalizante.
Sobre esta discussão Magnoli afirma:

A teoria econômica explica que a formação de zonas de livre comércio acarreta duas consequência simultâneas. De um lado, fluxos comerciais já existentes são redirecionados, em função da atração exercida pela remoção de barreiras alfandegárias. De outro, criam-se novos fluxos comerciais, na medida que a retirada de barreiras alfandegarias estimula a importação de mercadorias a custos mais baixos. O primeiro fenômeno atua contra a tendência à globalização; o segundo, atua a favor. (MAGNOLI, 2004, p. 75)

Bem, como nós vimos o processo de regionalização dos mercados tem fatores favoráveis e contrários ante a globalização. Mas o que acredito que mais afetaria as estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais com o efeito regionalização dos mercados, seria a hegemonia que uma nação criaria sobre as demais no bloco, se usarmos como exemplo a proposta do bloco econômico da ALCA, perceberemos que as empresas nortes americanas nos esmagaria, distorceria a nossa cultura (o que já estão fazendo), modificaria a nossa estrutura social ? não para melhora, tudo isso em busca de mais rendimentos isolados norte americanos.
Não podemos vermos o processo de regionalização e aprovarmos apenas olhando o seu caráter econômico, mas a sua postura política, suas concepções sociais e culturais, só por razão da globalização isso não se explica, não podemos sermos um tanto irresponsável para assistirmos a todas essas ações de forma "bestializada".
O caráter da globalização como sub-promotora dos blocos regionais é bom em partes, mas por outro lados traz grandes detrimentos para a economia local. Mas questionamos: É possível vivermos e atuarmos de forma indiferente a essa realidade em um mundo capitalista globalizante? A economia atual permite isolamentos unitários? A respostas para estas indagações não é simples, primeiro, isolamento nunca seria a solução num mundo globalizado, ou seja, numa economia de interação nunca funcionaria esta tática de rebelião perante o sistema, a exemplo disto temos Cuba, que até os dias atuais permanece isolada e retroagindo economicamente; segundo, a melhor forma de lidarmos e lutarmos contra os diversos ataques e frustrações econômicas causados dos países que se auto intitulam os lideres é se aliando a eles, e através desta aliança usufruirmos das riqueza geradas desta relação, mesmo que a princípio possamos perder valores, isto se constituí um risco obrigatório.

6. Considerações Finais

Em cunho de conclusão, o que notamos é a foto da impossibilidade de desavir o tema globalização de capitalismo, é impossível a explanação e o entendimento da temática abordada se não trazermos para a roda de discussões o fator econômico capitalista, outro fato também que consideramos importante foi a compreensão dos blocos econômicos como promotores camuflados da globalização. Por fim, sintetizamos o mérito da percepção desta relação - capitalismo/globalização, para o entendimento do mundo atual.

7. Referências

WALTER, Carlos. A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização. 1ª edição. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira. 2006.
MAGNOLI, Demétrio. Globalização: Estado Nacional e Espaço Mundial. 2ª edição. São Paulo. Editora Moderna. 2004
_____________. Projeto de Ensino de Geografia. 1ª edição. São Paulo. Editora Moderna. 2001.