No atual modelo de educação brasileira temos um quadro diversificado. Temos projetos com qualidade, mas, um número expressivo de escolas da rede pública e privada não desenvolvem trabalhos adequados à aprendizagem e não promove a formação cultural adequada dos valores humanos (moral e cívico).

Introdução

A atual sociedade possui uma postura globalizada que mantêm relação com a aceleração do tempo, pois, atualmente tudo está em plena e rápida mudança, o profissional do presente é o homem globalizado. Para que o ser humano seja "homem globalizado" é necessário que este seja um ser humano não alienado, e que para não ser alienado é necessário se preocupar com a educação e uma boa formação profissional, com as metodologias de ensino. Não se deve somente investir nas Instituições de Ensino. Não vai ser somente as metodologias de ensino a preparação do profissional que vai qualificar de forma integral o futuro profissional, esse futuro profissional que tem por obrigação de ser incentivado, tem direito a uma educação de qualidade desde os primeiros contatos com sua escola, até na sua formação acadêmica. 

Cabendo ao professor fazer uma reflexão teórica do modo, ou jeito como se deram as interpretações ou percepções do conceito de sociedade[1] na relação com o processo educacional (educação e educadores) e das ações diante dela. Haja vista que ocorreram mudanças significativas nas formas de percepção e atuação diante da experiência social, e das relações sociais significativas e suas variáveis.

Através de estudos que partem de problemas específicos, acerca de determinados temas, tendo como proposta fundamental a formulação discursivas de debates em direções opostas, no nível do conjunto de saberes de uma época específica, descrevendo as relações, as direções dos comportamentos nas lutas, conflitos e a relação das decisões e das forças estabelecidas por determinadas sociedade. Sendo uma análise do discurso em sua totalidade de fatos acontecidos e acumulados ao longo de um período histórico. Passando para a grande crítica e os leitores em geral uma visão de que a sociedade começa a viver um grande conflito de valores a partir do momento da percepção de seus problemas específicos e através de suas causas e conseqüências.

O hoje e a pedagogia

No atual modelo de educação brasileira temos um quadro diversificado. Temos projetos com qualidade, mas, um número expressivo de escolas da rede pública e privada não desenvolvem trabalhos adequados à aprendizagem e não promove a formação cultural adequada dos valores humanos (moral e cívico).

As equipes de professores e profissionais das escolas e secretarias deveriam ter autonomia para concretizar, em paradigmas contemporâneos, o desenho curricular e a orientação dos professores, com abertura a avaliadores internos e externos para acompanhar as práticas em seus resultados de aprendizagem.

Tendo como aspectos importantes a formação dos professores para ensinar disciplinas além do que lhe cabe, dando acesso ao aluno à programas de bens culturais, com provisão de meios para acessá-los e, principalmente, a inclusão de uma disciplina específica, que lhe ensinaria uma área de conhecimento na escola da educação social e de valores, como forma imprescindível à educação das crianças e jovens.

Além disso, toda ação educativa precisa ser concebida em redes institucionais envolvendo escolas e todo meio social e cultural, organizações não-governamentais, universidades, instituições culturais, bibliotecas publicas e privadas, associações representativas dos profissionais de movimentos não governamentais e em alguns casos os meios religiosos. Um sonho assim vale a pena e certamente nos ensinará sobre a diversidade nos espaços escolares.

Contudo vale a pena ressaltar que estes mecanismos servem como meio de dês - alienar todo o processo educativo brasileiro, como forma de não criar falsas ideologias nos futuros homens e mulheres.

Logo visto que a ideologia serve como base para uma dês-alienação da vida real, ou seja, o homem toma consciência da realidade.

[...] ideologia é o conjunto das concepções, idéias, representações, teorias, que orientam para a estabilização, ou legitimação, ou reprodução, da ordem estabelecida. São todas aquelas doutrinas que têm um certo caráter conservador no sentido amplo da palavra, isto é, consciente ou inconsciente, voluntária ou involuntariamente, servem à manutenção da ordem estabelecida (LÖWY, 1996, p. 13).

As vezes a ideologia pode ser mal interpretada, servindo como escudo por uma determinada corrente política para a manutenção da ordem estabelecida. Mas, é bom salientar que o termo ideologia se destinge de utopia. Sendo a utopia uma realidade ainda inexistente, então é bom salientar que: A ideologia é o conjunto de algumas formas de pensar, vários estilos de pensamentos, diferentes pontos de vistas ligados ou não a interesses pessoais, um posicionamento diante de fatores criados nas relações sociais, é a visão social do mundo.

O objetivo maior é somente descrever o conjunto de idéias, valores ou crenças que orientam a percepção e o comportamento dos indivíduos sobre diversos assuntos ou aspectos sociais, como: as opiniões.

Visões sociais de mundo seriam, portanto, todos aqueles conjuntos estruturados de valores, representações idéias e orientações cognitivas. Conjuntos esses unificados por uma perspectiva determinada, por um ponto de vista social, de classes sociais determinadas (LÖWY, 1996, p.13. 14).

O homem é subordinado a um sistema social de valores e limitações, modifica como um todo o seu espaço geopolítico (social) perdendo de uma vez por todas sua essência e suas características individuais (não tem vinculo cultural com o espaço onde nascera e crescera). E as esperanças humanas são então projetadas em um além do mundo físico.

A emancipação humana só será completa quando o homem coletivo absorver para dentro de si o cidadão abstrato que é; quando como um homem individual, em sua vida quotidiana, em seu trabalho, e em suas relações. Através da revolução se desfaz da alienação do corpo social e do modo de produção, por que o saber histórico não será capaz de afetar as mudanças.

O homem só era capaz de realizar suas forças intelectuais e físicas interagindo com o ambiente. Dependendo da natureza para crescer e conseguir sustento. Sua consciência não pode ser fechada, subjetiva, mas sim ser moldada pela realidade natural e social. O trabalho alienado transforma o homem estranho a si mesmo e ao ambiente onde vive.

        A propriedade privada é fruto do trabalho alienado, é conseqüência e causa do trabalho alienado, da mesma forma que o salário também é conseqüência deste. Marx chegou ao conceito de trabalho alienado a partir da economia política, que tudo atribui à propriedade privada  e nada ao trabalho.

[...] conforme aumentava a riqueza da sociedade, os operários passavam a sonhar com uma sociedade sem classe, em que a abolição da propriedade privada garantiria a todos a satisfação de suas necessidades [...] o Manifesto comunista insiste na necessidade de substituir o programa contra a propriedade privada em geral pelo projeto da apropriação coletiva dos meios de produção, atingindo, pois, pela raiz, tanto o funcionamento do modo de produção capitalista, quanto a fonte de alienação do homem que vive numa sociedade desse tipo (MARX, 2005, p.13).

A alienação tem origem nas condições materiais da existência humana[2]. Só seria possível mediante a mudança das condições materiais e não dependeria das condições individuais, e sim de todo uma mudança no processo de organização da coletividade. A ideologia comunista serve como base para uma dês-alienação da vida real, ou seja, o homem toma consciência da realidade.

O fim da alienação na esfera da política requer a negação da política, que é a abstração do ser genérico. O mesmo tipo de negação é também requerido na esfera do trabalho, da atividade quotidiana do homem. Marx tem uma noção altamente inovadora em relação a sociedade ele tem a noção de uma união primitiva entre sociedade civil e Estado, homem e homem. Ao invés do Deus pessoal, Marx optou por conferir à História o domínio sobre todos os acontecimentos.

A primeira premissa de toda história humana é, evidentemente, a existência de indivíduos humanos. Por isso, o primeiro fato a se determinar é a organização corporal desses indivíduos, e em seguida sua relação com o resto da natureza. É claro que não podemos investigar aqui nem a própria natureza física do homem, nem as condições naturais em que ele se encontra—geológicas, oro-idrográficas, climáticas e assim por diante. A historiografia deve sempre partir dessas bases naturais e sua modificação, no decorrer da história, pela ação do homem (MARCONDES, 1999, p. 135).

As idéias que surgiram ao longo da história se explicam pelas sociedades nas quais seus mentores estavam inseridos. Elas são oriundas das necessidades das classes sociais daquele tempo.

A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um Estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Sendo primordial a inversão da pirâmide social, para construir uma nova sociedade.

A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a dês-alienação. Ou seja, a partir do momento que o sujeito-produtor dá valor ao que produziu, ele já não está mais alienado.

Uma vez que na sociedade atual a divisão social decorreu da apropriação dos meios de produção por um determinado grupo de pessoas.

Portanto numa perspectiva moderna a ideologia é um conceito que denota uma falsa consciência, uma crença mistificante socialmente determinada pela necessidade de uma classe dominante, que visa estabilizar a ordem social vigente em seu benefício.

Conclusão

Portanto o problema da restauração da ordem deveria ser enfrentado, porque a sociedade brasileira parece um pouco perturbada, pois nela reina um clima de desordem e de anarquia. Mesmo na era da super tecnologia não será capaz de satisfazer todas as necessidades humanas.

Havendo a necessidade de surgi um pensamento amplo que parti de visões sólidas possam dar cabo dos problemas existentes. É chegado o momento de proceder a uma indagação crítica da sociedade, desejando aplicar os métodos investigativos partindo da matemática para os estudos dos fenômenos sociais.

É possível combinar o uso da razão como racionalidade social e com o da observação, para que os mesmos procedimentos das chamadas ciências naturais pudessem dar conta com exatidão dos fenômenos sociais.

Então cabe ao professor interpretar de maneira uniforme ou não as mudanças dos hábitos[1] de cada sociedade. Caberia a ele proclamar a existência da educação social. É possível perceber o movimento de uma sociedade educacional, como as mudanças políticas, por exemplo. Dando cabo de estudar as mudanças individuais de cada aluno, para dar cabo da coletividade. Perante as mudanças culturais, partindo da individualidade de cada um.

Neste sentido a vida em sociedade deve seguir o seu curso natural, elaborando suas mudanças lentamente. Porque o homem se constituiu sociologicamente usando sua racionalidade, sem se esquecer que ele é ao mesmo tempo um ser que pode modificar a natureza, mesmo vivendo em natureza, ou seja, faz parte da natureza.

A sociedade seria mais beneficiada pelo processo educacional se este sistema fosse mais presente e ativa, salienta-se que não basta apenas ter uma escola, tem que ter toda uma estrutura pedagógica para poder funcionar este sistema, a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta. E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento do futuro próximo.

Caracterizando a educação como um bem social, e a relacionando-a às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo.

Desenvolvendo métodos pedagógicos e idéias que possam ajudar a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista. Saindo a responsabilidade de educar um pouco do educador e passando também para a família, não limitando o papel da ação educativa e formando um cidadão que tomará parte do espaço público, ou seja um verdadeiro cidadão.

A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança os estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade moderna no seu conjunto. As exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas ao grau de desenvolvimento das ciências sócias. O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber, quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada.

O homem só pode falar de comunidade quando está diante de grupos sociais unidos por laços afetivos, como também a proximidade física entre as pessoas, que a vida em pequenas comunidades proporciona, permitindo vínculos mais significativos entre elas e, portanto, um maior sentimento de solidariedade. Então se pode classificar comunidade como sendo as relações pessoais de uma determinada comunidade, que se relacionam por meio de vínculos pessoais diretos, por meio de caráter afetivo, emocionais ou ideológicos. Estabelecida em um determinado espaço geográfico, onde prevalece um pequeno número de pessoas que vivem em uma pequena cidade, aldeia ou em um conjunto de aldeias. Que cultiva uma determinada cultura, passada de uma geração de pessoas á outra, cultivando por um longo período de tempo, certos valores culturais, cívicos e éticos. Mantendo a comunidade unida através dos valores e laços culturais, constituídos pela família e a educação.

Referências Bibliográficas

LÖWY, Michel. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. Ed 11ª—São Paulo. Cortez, 1996.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia—São Paulo. Brasiliense, 2007.

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Tradução: Pietro Nassetti. Martin Claret. São Paulo. 2007.

MARX, Karl. Para a critica da economia política. Do capital. O rendimento e suas fontes. Tradução: Edgar Malagodi. Nova cultural. São Paulo. 2005.



[1] Comportamento.


[1] Sociologia.

[2] No conjunto das relações sociais.