Para que se tenha uma escola que atenda as atuais exigências da vida social, a Gestão Escolar tem como os principais objetivos: formar cidadãos e oferecer a possibilidade de apreensão de competência e habilidades necessárias e facilitadoras na inserção social.
Quando se diz “Gestão Escolar” é um equivoco pensar apenas na figura do diretor. De acordo com Dos Santos (2006) a gestão está dividida em três importantes áreas que funcionam interligadas: Gestão Administrativa, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Pedagógica.
Hengemuhle (2004) Considera a Gestão Pedagógica o lado mais importante e significativo da gestão escolar. Cuida de gerir a área educativa propriamente dita da escola e da educação escolar. Estabelece objetivos, gerais e específicos, para o ensino. Define as linhas de atuação de acordo com os objetivos e o perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas. Elabora os conteúdos curriculares. Acompanha e avalia o rendimento das propostas pedagógicas e dos objetivos e o cumprimento das metas. Avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo.
Suas especificidades estão enunciadas no Regime Escolar e no Projeto Político-Pedagógico, também denominado Proposta Pedagógica, da escola. Parte do Plano Escolar ou Plano Político-Pedagógico de Gestão Escolar também inclui elementos da gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar.
Libâneo (2001) afirma que toda organização precisa de um plano de trabalho que indique os objetivos e os meios de sua execução, superando a improvisação e a falta de rumo. A atividade de planejamento resulta, por tanto, naquilo que denominamos de projeto pedagógico-curricular. O projeto é um documento que propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, formula metas, prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação. Ainda segundo esse autor:

O planejamento consiste em ações e procedimentos para tomada de decisões a respeito de objetivos e de atividades a ser realizadas em razão desses objetivos. È um processo de conhecimento e de análise da realidade escolar em suas condições concretas, tendo em vista a elaboração de um plano ou projeto para a instituição. O planejamento de trabalho possibilita uma previsão de tudo o que se fará com relação aos vários aspectos da organização escolar e prioriza as atividades que necessitam de maior atenção no ano a que ele se refere. Assim podem ser distribuídas as responsabilidades a cada setor da escola e aos membros da equipe (Libâneo, 2001, p.345).

Evidencia-se a partir da citação acima que a Gestão Escolar também acontece de forma conjunta, onde cada setor tem participação importante na organização escolar e será com esta visão que será dada continuidade ao trabalho de estudo, a escola como uma unidade de organização. Para Chiavenato (1989):

As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar determinados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações, porque tudo o que fazemos é feito dentro de organizações (Chiavenato, 1989, p. 3).

A organização escolar refere-se aos princípios e procedimentos relacionados ao planejamento e ação do trabalho escolar tais como: controlar o uso de materiais, coordenar e avaliar o trabalho das pessoas, tendo em vista a realização dos objetivos.
A definição de Paro (1996) também é útil por sintetizar a tarefa de administrar em dois conceitos bem claros, a racionalização dos recursos e a coordenação do esforço coletivo em função dos objetivos. Ele assinala:

Em seu sentido geral, podemos afirmar que a administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados (...) Os recursos envolvem, por um lado, os elementos materiais e conceptuais que o homem coloca entre si e a natureza para dominá-la em seu proveito; por outro, os esforços despendidos pelos homens e que precisam ser coordenados com vistas a um propósito comum. A administração pode ser vista, assim, tanto na teoria como na prática, como dois amplos campos que se interpenetram: a “racionalização do trabalho” e a “coordenação do esforço humano coletivo” coletivo” (Paro, 1996, p.18 e 20)

Esses processos de chegar a uma decisão e de fazer a decisão funcionar caracterizam a ação designada como gestão. De acordo com Libâneo (2001) a gestão é, pois, a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativo.
A direção é princípio e atributo da gestão, por meio da qual é canalizado o trabalho conjunto das pessoas orientando-as e integrando-as ao norte dos objetivos. A direção vai além da mobilização das pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade, definição de um rumo educativo, tomada de decisão ante objetivos escolares sociais e políticos, em uma sociedade concreta.
Observa-se que a organização e os processos de gestão assumem diferentes modalidades, conforme a concepção que se tenha das finalidades sociais e políticas da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos. Colocando-se as concepções em uma linha contínua, ter-se-ia em um extremo a concepção técnico-científica e, no outro, a sociocrítica. Na primeira a direção é centralizada em uma só pessoa, sem a participação dos professores, especialistas e alunos. Já a segunda modalidade a organização escolar é concebida como um sistema que agrega as pessoas. O processo de tomada de decisões é feita de maneira coletiva, possibilitando aos membros do grupo discutir e deliberar, em uma relação de colaboração.
O modo pela qual uma escola se organiza e se estrutura tem dimensão pedagógica, pois tem que ver com os objetivos mais amplos da instituição relacionados ao seu compromisso com a conversão ou com a transformação social.
Por ser um trabalho complexo, a organização e a gestão escolar requerem o conhecimento e a adoção de alguns princípios básicos, cuja aplicação deve se subordinar às condições concretas de cada escola. As escolas públicas não são organismos isolados, mas integram um sistema escolar e dependem das políticas e da gestão públicas. Ou seja, os recursos para manter a instituição não são retirados da mesma. A direção da escola deve ser exercida com controle de suas atividades internas de acordo com suas necessidades particulares e sua realidade.
Para atingir suas finalidades, as instituições determinam papéis e responsabilidades, organizando assim a divisão de tarefas, cargos e também o relacionamento dos vários setores. E assim certamente aparece a burocracia, justamente porque as escolas públicas integram um sistema educacional. Por existir uma autoridade legal na qual se estabelece outros níveis hierárquicos. As escolas podem amenizar essa burocracia por meio de eleições para a escolha dos dirigentes, gestão participativa e gestão mediante conselhos. Para Libanêo (2001)

Toda instituição escolar possui uma estrutura escolar de organização. interna, geralmente prevista no regimento escolar ou em legislação específica específica estadual ou municipal. O termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e de disposição de setores e funções que asseguram o funcionamento de um todo, no caso a escola. (Libâneo, 2001, p.339).

Além de zelar pelas condições físicas, é preciso organizar e acompanhar as atividades de elaboração do plano de ensino e prestar assistência pedagógico-didática aos professores na sala de aula.
A gestão refere-se a todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima do trabalho, e a avaliação de desempenho. Dirigir e coordenar significa assumir, no grupo, a responsabilidade de fazer a escola funcionar mediante o trabalho conjunto, tendo assim uma maior participação na gestão escolar.