MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – FACULDADE DE EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEDUC

UNIÃO DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO – UNDIME/PA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR (EaD)

 

 

 

 

 

 

 

 

GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA: UMA PRÁTICA DESAFIADORA NOS PROBLEMAS DA ESCOLA

 

 

 

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

 

 

 

 

 

 

 

ROSIVANE ROSÂNGELA DE SOUSA CAMARGO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ITAITUBA-Pará

2014

 

 

 

 

GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA: UMA PRÁTICA DESAFIADORA NOS PROBLEMAS DA ESCOLA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rosivane Rosângela de Sousa Camargo

 

 

 

 

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Gestão Escolar (EaD) do Programa de Pós-Graduação em Gestão Escolar, Área de Concentração em Educação, da Universidade Federal do Pará (UFPA), sob a orientação de Profª Ms Telma Guerreiro como requisito final para obtenção do grau de Especialista em Gestão Escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Itaituba-Pará-Brasil

 

2014

 

 

 

 

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – FACULDADE DE EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEDUC

UNIÃO DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO – UNDIME/PA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR (EaD)

 

 

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia

 

 

 

 

GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA: UMA PRÁTICA DESAFIADORA NOS PROBLEMAS DA ESCOLA

 

 

Elaborada Por:

 

Rosivane Rosângela de Sousa Camargo

 

 

Apresentação de monografia à Universidade Federal do Pará como requisito parcial para obtenção de grau de Especialista em Gestão Escolar

 

Comissão examinadora

 

____________________________________

Presidente/Orientador da comissão

Ms Telma Guerreiro

 

 

 

____________________________________

Examinador

Professor Ms Wilson Guerreiro

 

 

____________________________________

Examinador

Professor Ms José Carlos

 

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedico este trabalho a todos os colaboradores: alunos, professores, corpo técnico e pessoal de apoio que trabalhou incansavelmente durante todas as etapas do Projeto Arborizar para preservar e na sua concretização.

 

 

 Dedico!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS

 

 

Agradeço a todos da comunidade escolar, docentes, discentes, especialistas, serventes e vigias por sua colaboração na implantação do projeto arborização.

Agradeço ainda a Escola Profª Maria das Graças pela oportunidade de trabalhar com todos da comunidade escolar na implantação do projeto, valorizando a natureza como fonte de vida para todos nós.

Agradeço principalmente aos professores Ms Telma Guerreiro e Ms Wilson Guerreiro pela orientação a este TCC e durante todo o curso de Gestão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Constatar a realidade nos torna capazes de intervir nela, tarefa incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptarmos a ela.”

 

 

Paulo Freire

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO

 

Este trabalho monográfico apresenta os resultados de um projeto de intervenção realizado pela gestão escolar da Escola Profª Maria das Graças Escócio Cerqueira por meio de um projeto de arborização denominado Arborizar para Preservar. Este projeto faz parte das ações e metas estabelecidas no PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola e visa a sensibilização e conscientização dos alunos sobre a importância das árvores para o equilíbrio ecológico e o bem-estar humano no ambiente escola, e ainda a importância de se trabalhar coletivamente na resolução dessas problemáticas. Deste modo, a gestão enquanto corresponsável tem como papel viabilizar ações que contribuam para a melhoria do ambiente escolar. Para tanto, é preciso trabalhar os conceitos da Educação ambiental com os alunos, e assim compreender formas sustentáveis de intervenção no meio ambiente, e consequentemente mudança de valores e atitudes, levando-os a serem agentes transformadores em busca de uma qualidade de vida melhor. Para tanto, é essencial que a gestão seja participativa em que todos assumam seus papéis enquanto responsáveis pelos problemas da escola. A metodologia aplicada foi a pesquisa bibliográfica e desenvolvida a partir da seleção prévia de autor e/ou obra, instruído de estudo e pesquisa-ação. A técnica foi a observacional para tentar se chegar a uma compreensão eficiente dos procedimentos adotados pela gestão, a fim de propor ações a partir dos resultados obtidos. A pesquisa evidenciou a relevância do processo democrático na resolução de problemáticas como instrumento de fortalecimento das ações da escola.

 

Palavras-chave: Gestão escolar; Trabalho Coletivo; Escola Sustentável.

 

 

 

ABSTRACT

 

 

This monograph presents the results of an intervention project conducted by the school management of the School Prof. Mary Grace Escócio Cerqueira through a project called afforestation to forest preserve. This project is part of the actions and targets set in the PPP (Project Political) school and aims to raise awareness and awareness of students about the importance of trees for ecological balance and human well -being in the school environment, and the importance of work collectively in addressing these issues. Accordingly, management has the role as co-responsible feasible actions that contribute to improving the school environment. To do so, we must work with the concepts of environmental education with students, and so understand sustainable forms of intervention in the environment, and consequently changing values ​​and attitudes, leading them to be change agents in search of a better quality of life. Therefore, it is essential that the management is participatory in that everyone takes their roles as responsible for the problems of the school. The methodology used was the literature research and developed from the previous selection of the author and / or work, directed study and action research. The observational technique was to try to reach an understanding of efficient procedures adopted by management in order to propose actions based on the results obtained. The research revealed the importance of the democratic process in solving problems as well as a tool for strengthening the actions of the school.

 

Keywords: School management; collective work; sustainable school.

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

08

1

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA AÇÃO COLETIVA NA BUSCA PELA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

 

11

2

GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA: INTERVINDO E TRANSFORMANDO A REALIDADE NA ESCOLA

 

16

2.1

Atuando no espaço escolar a partir do trabalho coletivo

19

 

 

2.2

Resultados esperados

22

       

3

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

24

 

26

 

REFERÊNCIAS

 

 

 

 

 

APÊNDICE

 

28

 

 

 

 

 

 

ANEXO

29


INTRODUÇÃO

 

A Escola é instituição social onde o ser humano organiza e interpreta suas relações com o mundo, objetivando a sua formação e socialização dos novos saberes e daqueles já construídos historicamente. Para alcançar tais objetivos esta precisa, por meio dos sujeitos nela envolvidos, planejar suas ações, estabelecer prioridades e principalmente desenvolvê-las de forma coletiva. Esta desempenha um papel relevante para a vida sociocultural do educando, visto que é por meio desta que adquire a educação letrada, pautados nos atos de ler e escrever, instrumentos estes que são a base para a inserção e participação social e consequentemente para a construção sólida da cidadania. Como afirma Borsa:

É na Escola que se constrói parte da identidade de ser e pertencer ao mundo; nela adquirem-se os modelos de aprendizagem, a aquisição de princípios éticos e morais que permeiam a sociedade; na Escola depositam-se expectativas, bem como as dúvidas, inseguranças e perspectivas em relação ao futuro e às suas próprias potencialidades (BORSA, 2007, p. 02).

 

Ao promover a inserção do cidadão na sociedade a escola passa a desempenhar sua função social, sem moldar a personalidade de seus educandos de acordo com seus interesses, mas de forma holística. Essa relação com o meio se dá através da inter-relação pessoal e da capacitação para atuar no grupo que convive, formando cidadãos críticos, atuantes, bem informados, capazes de compreender e atuar no mundo em que vive. Cabe também a escola o papel de mediadora e cumprir as ações e metas estabelecidas no PPP (Projeto Político Pedagógico) como instrumento de um planejamento coletivo, cujo objetivo é organizar e garantir a execução e a avaliação do trabalho escolar no decorrer do ano letivo, como afirma Veiga (1998) que considera o PPP um instrumento de a ser utilizado em prol e pela escola, direcionando o enfrentamento das dificuldades do trabalho pedagógico de forma coletiva. Logo, esse processo de mudança deve-se a uma nova forma de gestão em que todos os envolvidos no processo educacional assumem papéis e se tornam responsáveis pelos problemas da escola. Nesse sentido Rossi corrobora:

A prática da gestão não se esgota no âmbito da instituição escolar nem se reduz à ação dos gestores nos processos administrativos e pedagógicos. Deve ter em conta um projeto pedagógico, assegurado por organização do trabalho escolar colegiado, envolvendo, se possível, todos os personagens que atuam na escola- pois uma prática que dê respostas a alguns problemas existentes é uma construção coletiva na qual devem comprometer-se diferentes ações individuais. (ROSSI, 2004, p.36-37).

 

Sabe-se que a gestão democrática é uma das formas para se construir uma educação que seja cidadã, emancipadora e autônoma. Entretanto, ainda existem muitos entraves que dificultam a sua implantação partindo desse novo paradigma de ensino em que todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem assumem responsabilidades por meio da divisão de tarefas. Essa nova forma de gestão é assegurada na LDB no artigo 14:

Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I) participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;II) participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.(BRASIL,1996).

 

Essa nova visão de educação ganha força após a implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais cuja finalidade é exatamente desenvolver um cidadão crítico e atuante na sociedade em que vive. A escola, então se transforma num espaço de trabalho coletivo e de aprendizagem, contribuindo para a democratização da escola pública, tornando a educação descentralizada dando abertura de flexibilização à gestão e consequentemente maior autonomia à instituição. Entretanto, não é tarefa fácil, pois educar para a cidadania planetária e para a sustentabilidade é sim um novo desafio da educação.

O presente trabalho apresenta os resultados de um projeto de intervenção realizado pela gestão escolar da Escola Profª Maria das Graças Escócio Cerqueira por meio de um projeto de arborização denominado Arborizar para Preservar, além de investigar de que forma a gestão tem articulado junto a comunidade na resolução de problemas no que concerne às questões ambientais buscando a consciência ambiental dos educandos. Assim, buscou-se analisar todos os passos do projeto desde sua elaboração, apresentação à comunidade, reformulação no PPP (Projeto Político Pedagógico) e aplicação.

Para Thiollent (2000), a pesquisa-ação permite conceber e realizar em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Logo, a pesquisa escolhida foi bibliográfica a partir da seleção prévia de autor e/ou obra e instruído de estudo e pesquisa-ação e observação direta. A técnica observacional foi usada para tentar se chegar a uma compreensão eficiente dos procedimentos adotados pela gestão, a fim de propor ações a partir dos resultados obtidos.

 O presente trabalho está dividido em dois capítulos: no primeiro será abordada a Educação Ambiental e o papel da escola como agente transformador do meio promovendo discussões sobre a Educação Ambiental que assume cada vez mais essa função transformadora e imbuindo a corresponsabilização como meta no desenvolvimento sustentável e tematizados a partir da arborização no entorno da escola no qual serão analisadas as vantagens de arborizar áreas urbanas em todos os seus aspectos, bem como utilidades e benefícios de forma a constatar que a arborização é um instrumento que pode minimizar os impactos negativos em áreas urbanas. Trata também trata da legislação voltada para as questões ambientais abarcando as esferas federal, estadual e municipal, evidenciando que é da rede municipal a responsabilidade da elaboração e execução de leis respeitando as peculiaridades locais como no caso da arborização sem ferir a Constituição Federal, e ainda as penalidades previstas em Lei.

No segundo capítulo expõe-se de que forma a gestão escolar tem agido para intervir na sua realidade de forma democrática como articuladora dos problemas enfrentados pela escola e ainda analisar ações referentes ao Projeto Arborizar Para Preservar na busca por transformar espaços ociosos da escola em espaços verdes e de que maneira estão sensibilizando os educandos quanto a conservação e preservação do meio ambiente. Logo, o projeto aqui exposto é uma escolha objetiva na defesa da vida, por isso sua justificativa se solidifica pela busca de uma prática educacional que focalize as questões ambientais e sociais. Para tanto é essencial o desenvolvimento de atividades que culminem com uma educação ambiental capaz de ampliar a sensibilização e conscientização dos educandos.

 

 

 

 

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA AÇÃO COLETIVA NA BUSCA PELA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

 

Sabe-se que a Educação ambiental é essencial no processo de conscientização em prol da preservação do meio ambiente, promovendo não só a reflexão sobre o tema, mas também realizando de fato uma mudança de atitude. Para tanto cabe à escola o papel de promover discussões, analisar conceitos, desenvolver projetos ambientais que ajudem nesse processo de reconhecimento sobre a importância de um ambiente arbóreo e saudável.

A Educação ambiental é um processo que leva a população mundial a ser mais consciente e preocupada com o ambiente oferecendo subsídios como conhecimentos, competências e motivações lhes permitam trabalhar coletivamente na busca por um meio ambiente melhor.Conforme o Art. 10 Lei nº 9.795 de 27 de Abril de 1999 da Política Nacional de Educação Ambiental deverá ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) essa temática é transversal, por isso não pode se referir apenas às disciplinas que abordem com mais frequência sobre questões ambientais, e sim incorporá-la como uma prática educativa integrada, de forma interdisciplinar e envolvendo todos da comunidade escolar, devendo, portanto, fazer parte do currículo de qualquer instituição que se ocupam em educar o cidadão. Nesse sentido Leff (1998) enfatiza a importância da educação ambiental no que concerne ao processo educativo.

A educação ambiental traz consigo uma nova pedagogia que surge da necessidade de orientar a educação dentro do contexto social e na realidade ecológica e cultural onde se situam os sujeitos e atores do processo educativo. Por outro lado, isto implica a formação de consciências, saberes e responsabilidade que vão sendo moldados a partir da experiência concreta com o meio físico e social, e buscar a partir dali soluções aos problemas ambientais locais. (...) (LEFF 1998, p 257)

 

Ao se trabalhar a Educação ambiental no contexto escolar é preciso orientar e definir papéis a todos os envolvidos no processo de conscientização sobre o meio. Diante da distribuição de tarefas os conceitos poderão ser colocados em prática, e não se limita apenas a definições visto que é a partir da experiência concreta que é possíveis mudanças. De fato trabalhos voltados para a Educação Ambiental é uma necessidade contínua em todas as instâncias sociais, em especial no ambiente escolar.

 Nestes tempos em que a informação assume uma conotação relevante no processo educativo, levando o aluno a uma educação voltada para a cidadania e possibilitando a motivação para sensibilizá-los a diferentes formas de participação em prol da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização é meta no desenvolvimento sustentável. A relação entre o meio ambiente e a educação, é desafiadora e demanda novos saberes para assimilar processos sociais e a intensificação dos riscos ambientais. É um processo continuo e com longo caminho a ser percorrido é preciso estabelecer metas, determinar ações e atribuir tarefas. Assim, o cidadão sendo parte do processo de interação homem-meio-educação passa a se tornar responsável pelas mudanças ocorridas em prol do meio ambiente.

É crescente a preocupação em relação ao meio ambiente urbano em virtude das enormes áreas que são desmatadas para a construção de novas moradias, construções comerciais, instituições públicas e particulares. Para tanto, a arborização é uma das alternativas para contornar tal problemática, como corrobora Silva Filho (2005) que afirma que uma solução possível é a implementação de estruturas arbóreas em vias públicas, instituições, praças e áreas de preservação, pois ajudam na redução de problemas causados pela excessiva impermeabilização do solo em virtude de materiais que elevam a amplitude térmica das cidades.

A presença de árvores ajuda na redução do efeito estufa, que é o processo em que parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por certos gases presentes na atmosfera, e com isso retém o calor provocando o aumento da temperatura. Logo, as árvores interceptam, refletem, absorvem e transmitem radiação solar, melhorando a temperatura do ar no ambiente. Contribuem também no controle e redução da poluição urbana, pois as árvores no ambiente urbano têm maior potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera, sendo que essa capacidade de retenção a poluentes varia entre as espécies, já que algumas têm facilidade de filtrar compostos químicos poluentes, como o dióxido de enxofre (SO2), outras o ozônio (O3), e ainda o flúor.

Para Souza et al. (2006) a arborização é indubitavelmente um instrumento que pode reduzir os impactos negativos nos centros urbanos. Todavia, essa defesa ao meio ambiente não deve ser apenas uma iniciativa de pessoas, ONGs, nem de órgão governamentais, mas, sobretudo do Estado e de toda a sociedade. Assim, a escola através de projetos de arborização pode tornar seus espaços ociosos em espaços verdes, visto que o ato de plantar árvores não exige muito esforço físico e é essencial na sensibilização de todos sobre a importância de viver bem e em comunhão com a natureza. Diante disso percebe-se a necessidade de trabalhar no âmbito escolar com a educação ambiental, enfatizando a importância do meio ambiente para o equilíbrio da terra e sobrevivência de nós seres humanos e ainda a necessidade urgente da colaboração de todos a fim de regredir a situação alarmante pela qual o planeta está passando.

Segundo a legislação vigente a arborização é amparada por dispositivos legais nas esferas federal, estadual e municipal. Cada nível desses determina limitações, restrições e normas de acordo com a Constituição Federal estabelecendo competências, preservação e conservação da natureza, manuseio do solo, ou seja, quaisquer questões pertinentes ao meio ambiente e sua gestão.

Na arborização urbana destacam-se leis federais que determinam e orientam a organização e atribuições da gestão ambiental dos municípios como o Código Florestal brasileiro que estabelece que toda forma de vegetação são bens de interesse comum a todos de uma nação, sendo dos municípios a competência de fiscalizar e promover a descentralização administrativa. Além disso, orienta que os planos diretores e as leis de uso e ocupação do solo devendo respeitar os princípios e limites contidos no Código Florestal quanto as áreas de preservação permanente.

 De acordo com Constituição Federal (art. 30 e art. 182) e do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), é de responsabilidades dos municípios criar, preservar e proteger as áreas verdes em áreas urbanas e também sua arborização. Evidente que ao aplicar suas leis de desenvolvimento urbano deve atender aos interesses da comunidade em consonância com as determinações e orientações das leis federais e estaduais. Nesse patamar a arborização deve constituir-se num serviço publico disponibilizado tendo em vista a redução de impactos ambientais, devido as condições do meio urbano e levando em consideração seus aspectos ecológicos, históricos, culturais, sociais e estéticos tendo em vista um relacionamento harmonioso entre homem e natureza. Deste modo, sendo responsabilidade municipal as questões ambientais a sua atuação deve ser feita por meio de instrumentos de política ambiental abarcando leis, portarias, planos e outros mecanismos. Desta forma, ao se realizar projetos voltados para arborizar áreas ociosas faz-se necessária a realização de planejamento adequado, levando em conta as legislações existentes, não só pelo o que está previsto na Constituição, mas pensando de forma consciente que preservar a natureza é preservar a vida.

Desta forma a arborização no espaço escolar é o ponto inicial para uma discussão mais ampla sobre formas e meios de conservação e preservação do ambiente tendo em vista contribuir para minimizar problemas globais. Como vimos são muitos os benefícios sociais da arborização escolar nas áreas que antes eram ociosas, pois ajuda a saúde física e mental dos estudantes, além dos outros resultados como o equilíbrio climático e o controle da poluição.

Assim, a Educação ambiental deve propiciar mudanças que abarcam não só o conhecimento teórico, mas também mudança de comportamento que leve o individuo a atuar de forma consciente na exploração do meio. Nessa visão esta tem como principio a mudança de atitudes e para isso faz-se necessário a adoção de metodologias que conduzam o individuo, a partir dos conhecimentos que tem sobre o cuidado que se deve ter com o meio ambiente a agir de modo sustentável.

Souza (2005) afirma que o desenvolvimento sustentável é o que preserva o meio ambiente, sobretudo os recursos naturais não renováveis. Tais recursos mantêm o equilíbrio ecológico e sua escassez compromete a natureza. É possível falar de desenvolvimento sem destruir ou esgotar os recursos naturais. Para tanto depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse é um dos desafios da sustentabilidade ambiental urbana, portanto deve-se imbuir no individuo que a conscientização desse processo é um longo caminho a ser percorrido e não meta a ser alcançada.

Nesse processo de reconhecimento da importância da Educação ambiental no âmbito escolar, faz-se necessário que o educando seja levado a conhecer todos os problemas ambientais que afligem a sua comunidade escolar e assim perceber, e que é por meio do trabalho coletivo que é possível se obter resultados mais rápidos e satisfatórios para o seu bem- estar. Logo, é preciso uma nova abordagem em relação ao meio ambiente em que o educando seja provocado, instigado e sensibilizado a ser um agente transformador desta sociedade voltada para o capitalismo que manuseia os recursos naturais de forma indiscriminada, sem considerar as consequências para a população futuramente.

Portanto, a educação ambiental deve ser o primeiro passo na busca por essa conscientização de que o ambiente em que vivemos e do qual exploramos os seus recursos, necessita de nosso cuidado e é por onde devemos começar esse trabalho, e assim perceber que essas pequenas ações em nossa casa, nosso bairro, nossa escola poderão fazer parte da resolução de problemas maiores e consequentemente poderão prevenir catástrofes mundiais. Desta forma, a escola deve estar imbuída na luta pela proteção do meio de modo sustentável não só em seus arredores mas pensando também numa vida melhor e mais saudável em nosso planeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA: INTERVINDO E TRANSFORMANDO A REALIDADE NA ESCOLA

 

 

 

A educação contemporânea pautada em novos princípios de ensinar e aprender deve está voltada para a reflexão, cooperação, coletividade e ainda preparar o aluno para o convívio em sociedade. Esta não pode se limitar a prepará-los a absorver conteúdos pré-estabelecidos, mas imbuir lhes os limites e regras sociais, normas de convivência, tolerância e da hierarquia. Deste modo, favorecerá a formação de seres críticos e conscientes cumprindo assim, seu papel de agente transformador nas mudanças sociais. Nessa ótica em que a educação passa por reformulações importantes e a gestão é peça fundamental nesse novo processo de aquisição de conhecimentos e de atribuição de papéis por meio de um planejamento participativo e que configure a realização de uma Gestão Escolar democrática e que atenda às demandas sociais da comunidade na qual a escola está inserida.

A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre a teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores. (VEIGA, 1997, p.18)

 

Surge deste modo um novo processo educativo no qual a gestão escolar democrática e compartilhada assume uma dimensão articuladora dos recursos humanos, burocráticos e financeiros. Logo, a educação passa a ter outra conotação em que “fazer da educação, tanto formal, quanto não formal, um espaço de formação crítica” e não apenas “formação de mão de obra para o mercado” (GADOTTI, 2006, p.52).Logo, a gestão baseada em seus princípios de cooperação, igualdade e autonomia deve de forma transparente propor ações em que todos interajam e participem de modo que as decisões administrativas sejam socializadas e conscientes dos seus atos e  assim assumir possíveis consequências com responsabilidade. Nesse sentido, quando se busca construir na escola um processo de participação baseado em relações baseadas no trabalho coletivo, faz-se necessário o diálogo para assegurar o respeito às diferenças e a liberdade de expressão. Essa forma de gerenciamento da escola faz com que todos sejam responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso escolar. Desta forma, a qualidade de ensino depende do trabalho em conjunto. Libâneo (1992) confirma a importância do trabalho coletivo ao se tratar de educação:

A educação, momento da prática social atua como coadjuvante no momento da transformação social; atua na tomada de consciência do poder coletivo por parte dos sujeitos, “portadores da práxis social”, ou seja, na elaboração crítica consciente nas relações sociais a que são levados a viver. Aqui se releva o trabalho docente crítico: compreender educação enquanto ação prática transformadora, sabendo-se, porém, impossibilitada de atingir seus objetivos na plenitude, já que condicionadas pelas condições de produções capitalistas. (LIBÂNEO, 1992, p.136).

 

A instituição escolar deve sim trabalhar o conhecimento de forma diversificada, respeitando às diferenças nas formas de pensar e agir de cada aluno, levando-o a compreender os fenômenos sociais, a fim de interferir na realidade e modificá-la de acordo com seus interesses. Entretanto, a escola não pode abster-se de sua responsabilidade e oferecer condições adequadas para garantir que o conhecimento adquirido seja apropriado e que possa de fato influenciar na construção do saber.

É uma tarefa complexa, visto que articula interesses, sentimentos e valores diferenciados. “Uma das tarefas da escola é a de formar um cidadão-trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la” (LIBÂNEO, 1998, p.18). Sendo a escola um espaço livre deve preparar o indivíduo para a vida, focalizando suas carências evidenciadas e trabalhar seus princípios educativos a fim de que possam amenizar os devaneios sociais. Nesse panorama a gestão democrática em educação apresenta um compromisso social-político, em que o interesse de todos deve prevalecer ultrapassando todos os limites da instituição.

Nesse contexto o gestor é essencial na condução do trabalho administrativo, pedagógico e financeiro, já que é um dos responsáveis pela execução de uma política que atenda às necessidades e anseios da escola. Então é de sua competência articular e integrar todos os segmentos da unidade escolar implicando no redimensionamento de seu papel e na consolidação de espaços de gestão colegiada, onde a gestão se efetive por meio de processos de articulação entre todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem e assim construir uma gestão democrática.  Assim, compete não só a gestão, mas também ao conselho escolar a tarefa de colocar em prática todas as metas e ações prevista no PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola. O PPP não é meramente a produção de um documento, mas constitui-se fundamentalmente na implantação de um processo visando a reflexão do trabalho coletivo e a vontade política de todos. Como afirma Veiga:

 “Construir um projeto pedagógico significa enfrentar o desafio da mudança e da transformação, tanto na forma como a escola organiza seu processo de trabalho pedagógico como na gestão que é exercida pelos interessados, o que implica o repensar da estrutura de poder da escola”. (VEIGA, 2004, p.40),

 

Nesse cenário em que todos assumem responsabilidades ante aos problemas da escola, é preciso refletir sobre suas concepções de ensino a fim de transformar a prática pedagógica em um ensino de qualidade, no qual a educação possa ser considerada uma ferramenta indispensável ao combate das desigualdades sociais e na melhoria da qualidade de ensino.

 A democratização da gestão da escola constitui-se numa das tendências atuais mais fortes do sistema educacional, apresar da resistência oferecida pelo corporativismo das organizações de educadores e pela burocracia instalada nos aparelhos do estado, muitas vezes associados na luta contra a inovação cultural (GADOTTI, 1994, p.6)

 

Diante do exposto, é preciso que a escola repense o seu papel enquanto formadora de cidadãos críticos, participativos e atuantes. Para tanto, é necessário compreender também a ação pedagógica do gestor escolar assumindo uma postura de compromisso frente aos desafios e adversidades a serviço da comunidade. Logo, deve imbuir em seus educandos e na comunidade a necessidade de se tomar providências referentes aos fatores ecológicos, políticos, econômicos e educacionais. Proporcionando a estes uma atividade a qual desenvolverá seu senso crítico e solidário diante do ambiente, bem como a motivação para conservação e melhoria no meio em que convive, formando cidadãos capazes de serem disseminadores da consciência da importância das áreas verdes na comunidade.

Levando em consideração os conhecimentos prévios sobre a conservação e preservação do meio ambiente, a escola por meio da implantação de projetos como o de arborização, estimula o aluno a colocar em prática todos os conceitos sobre a utilização correta dos recursos naturais, bem como promover mudanças de atitudes e ainda garantir que o ambiente escolar seja mais agradável e saudável.

 

 

2.1 Atuando no espaço escolar a partir do trabalho coletivo

 

Observando as dificuldades enfrentadas pela Escola EEM Profª Maria das Graças Escócio Cerqueira em que atuo como gestora no que concerne as problemáticas ambientais, propus a revitalização de um projeto de arborização já contemplado no Projeto Político Pedagógico em função de a mesma possuir muitos espaços ociosos há vários anos e sem soluções contundentes para o problema. Esse projeto foi construído, mas não foi desenvolvido por razões adversas. Então, reorganizei a reformulação do mesmo para que pudesse ser efetivamente colocado em prática por todos os membros da comunidade escolar.

Esta escola está localizada num bairro periférico e atende cerca de 1500 alunos de Ensino Médio nas modalidades Regular e (EJA) Educação de Jovens e Adultos, nos turnos diurno e noturno. Atualmente desenvolve vários projetos nas mais diversas áreas do conhecimento abrangendo aspectos socioculturais, pedagógicos e ambientais. Todos os projetos estão previsto no PPP- Projeto Político Pedagógico da escola com ações e metas a serem alcançadas no decorrer do ano letivo.

É uma unidade de ensino que atende alunos de todas as faixas socioeconômicas, advindos de outras escolas públicas e particulares. Por se tratar de uma escola pública recebe recursos em sua grande maioria insuficientes para atender a demanda de problemas que a mesma apresenta. Foi projetada por meio de um projeto conhecido como Projeto Alvorada implantando pelo governo federal e que não foi concluída por falta de recursos e do descaso pela escola pública. Algumas de suas dependências não foram totalmente concluídas apresentando assim vários problemas físico-estruturais, tudo isso associada à logística que não é suficiente para atender a demanda de alunos.

A partir de estudos ambientais reconhece-se a importância de uma planta em qualquer lugar, principalmente em áreas urbanizadas, pois proporcionam conforto ambiental, interceptam, absorvem e refletem os raios solares. Logo, as áreas arbóreas tendem a ter temperaturas mais estáveis e em geral mais frescas. Pensando nisso a gestão juntamente com alunos, professores e demais servidores buscou solucionar essa problemática por meio deste projeto de arborização denominado Arborizar para Preservar e assim despertar uma consciência ecológica com o intuito de melhorar a qualidade de vida da comunidade escolar contribuindo para a preservação do meio ambiente no não só no entorno da escola, mas também estender-se ao planeta.

Este projeto está sob a coordenação de nossa gestão envolvendo professores, técnicos, alunos e pessoal de apoio. Tem como objetivo despertar em toda a comunidade escolar a necessidade de trabalhar junto a gestão por soluções para os problemas da escola como a presença excessiva de espaços ociosos e ainda conscientizar os alunos sobre a importância da arborização no entorno da escola, bem como promover a socialização e envolvimento entre os membros da comunidade escolar com as questões ambientais e assim garantir a preservação e conservação do meio ambiente escolar. Foi desenvolvido em duas etapas: a primeira teórica com intuito de esclarecer todos os benefícios e cuidados que as árvores oferecem ao meio ambiente, bem como a importância de se trabalhar coletivamente em prol da melhoria do ambiente escolar; a outra a prática, isto é, incluindo a preparação do solo e o plantio das mudas.

Primeiramente foi feita a apresentação e divulgação do projeto como parte integrante das metas e ações do PPP (Projeto Político Pedagógico da escola), bem como seus objetivos e cronograma de atividades a serem desenvolvidas durante a sua execução a todos os membros da comunidade escolar para que pudesse ser reformulado. Essa fase resumiu-se basicamente em esclarecer às necessidades quanto a questão ambiental da escola e de que forma irá agir para tentar senão resolver mas minimizar os impactos ambientais que as áreas ociosas tem provocado no ambiente escolar com a implantação de um projeto de arborização e com a colaboração de todos. A próxima atividade contava de Pesquisas referentes ao solo e plantas adequadas ao nosso clima. Foram realizadas Palestras por Técnicos cedidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Produção (SEMMAP) sobre a importância do verde em áreas urbanas. Nessa fase alunos, professores e pessoal de apoio interagiram, trocaram ideias e sanaram dúvidas quanto ao projeto. Foi um momento importante de esclarecimentos técnicos sobre as fases do projeto quanto aos cuidados com a área a ser arborizada, técnicas de plantio e manutenção. Deste modo, para que todos participassem ativamente do projeto ficou estabelecido que seriam criados grupos para facilitar o trabalho. Assim, foram divididas três equipes dirigidas pelo Corpo Técnico, Corpo docente e Pessoal de Apoio sob a coordenação direta desta gestão. Para fins de análise do projeto de intervenção ora desenvolvido as equipes serão identificadas como grupo “A” (Especialistas em Educação e Conselho Escolar), “B” (professores) e “C” (serventes e vigias).

O grupo A sob a orientação da gestão direcionou a reformulação do projeto de arborização visando atender as novas demandas da escola. Para tal foram realizadas algumas reuniões convocadas por meio do Conselho para que todos participassem do processo de construção das novas metas. Foram observados itens como objetivos, metas e ações, cronograma de atividades (incluindo palestras, pesquisas e execução) e ainda os critérios de desempenho e avaliação. Essa fase foi bastante minuciosa, pois exigiu além da presença de toda a comunidade escolar foi um momento de suma importância para o bom andamento do projeto em que todas as equipes foram diretamente envolvidas nesse processo, uma vez que a partir dessas novas mudanças foi possível o direcionamento das atividades, atribuição de responsabilidades e metas a serem alcançadas.

O grupo B também sob a coordenação da gestão ficou responsável pela parte didático-pedagógica. Organizou as equipes de trabalho que se enquadraram nos grupos de acordo com suas afinidades, realizou pesquisas em livros, jornais, revistas e principalmente na internet sobre a arborização, vantagens, utilidades, benefícios e cuidados, isto é, elencaram toda informação necessária para que a implantação deste projeto fosse bem sucedida. Após a coleta de informações esta equipe reuniu as demais para repassar todas as informações obtidas.

E o grupo C trabalhou juntamente com as demais equipes e a gestão na execução final do projeto. De posse do projeto reformulado e das novas informações coletadas realizou a arborização das áreas ociosas transformando-as em espaços verdes. Nessa instância foram realizadas a limpeza da área a ser plantada, delimitação e aberturas das covas. Enfim, foi a concretização do Projeto Arborizar para Preservar.

Esse projeto têm sido de grande relevância para toda a comunidade da escola, visto que propiciou a gestão a oportunidade do trabalho coletivo, bem como voltar a atenção de todos para o cuidado que se deve ter com a natureza de modo global sem restringir-se unicamente ao ambiente escolar. Assim, com o envolvimento de todos na busca de alternativas para os problemas ambientais que afligem a escola foi possível iniciar um trabalho de conscientização pautado nos princípios da educação ambiental e que terá continuidade nos anos subsequentes ao de implantação deste projeto.

 

2.2 Resultados Esperados

 

Atualmente, a gestão democrática tem como principal foco o trabalho compartilhado em que pautam a partilha de poder, a atribuição de responsabilidades, a partilha de poder, além do entrosamento entre todos os segmentos que compõem a Unidade Escolar desde Corpo docente, Corpo discente, Corpo Técnico-administrativo e demais servidores.

São muitas dificuldades de se trabalhar com uma escola de grande porte como é o caso da Escola E.E.M. Profª Maria das Graças já que possui um quadro funcional numeroso e que atende a uma grande demanda de alunos, mormente quando se trata de escola pública em que os recursos são poucos e que necessita constantemente de incentivo. Sabe-se também que os resultados de um projeto de arborização não são imediatos visto que envolve mudança comportamental e conscientização dos problemas que afligem a comunidade escolar. É um processo longo e contínuo e demanda tempo para que os educandos coloquem em prática todo o conhecimento adquirido.

Logo, essa gestão por meio desta intervenção tem o intuito de levar os alunos a atuar na dinâmica da escola de forma responsável e despertar uma consciência ecológica capaz de interferir no meio ambiente de forma sustentável, provocando mudança de hábitos e comportamentos, levando-os a cuidarem dos espaços verdes no entorno da escola, e sensibiliza-los à conservação e preservação do mesmo para que melhore a qualidade de vida no ambiente escolar. Após todas as atividades colocadas em prática, espera-se que todos os envolvidos no projeto percebam a importância de se trabalhar coletivamente e em parceria com a gestão escolar na busca por soluções nos problemas que surge n ambiente escolar e ainda sejam capazes de compreender e, sobretudo praticar em seu cotidiano a preservação das áreas verdes como um agente disseminador, propagando seus conhecimentos com o objetivo de sensibilizar a sociedade a qual está inserido. Desta forma, o projeto poderá servir como incentivador e desencadeador de um processo de conscientização necessário devendo, pois, ser visto por todos como garantia de possibilidade de vida às gerações futuras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Como vimos a escola é a responsável pela formação do educando em todos os seus aspectos sociais, políticos e culturais preparando-o para a cidadania. Essa formação implica na construção de novos conhecimentos, aprofundamento ou revisão de alguns conceitos, bem como mudança de comportamentos e valores. Assim, a educação oferecida a este deve propiciar tais mudanças pensando no bem comum e na coletividade. Ao reconhecer a importância de seu papel na vida do educando deve oferecer subsídios para garantir uma educação capaz de interferir no seu cotidiano diante de situações que exijam um posicionamento crítico. Nesse processo a gestão é elemento fundamental de intermediação entre a escola e o aluno já que promove um direcionamento de interesses. Assim, começar um trabalho de conscientização partindo do seu próprio espaço é o passo inicial nesse processo de construção de novos saberes. Daí a importância de se trabalhar a Educação ambiental como parte integrante do currículo escolar. Esta deve ser praticada de forma a levar o aluno a uma reflexão critica a fim de compreender seu papel como agente transformador do meio em que está inserido e como corresponsável pelas mudanças ocorridas no planeta.

Desta forma, o PPP _ Projeto Político Pedagógico da escola deve contemplar projetos ambientais como o de arborização no entorno da escola. A arborização é essencial no planejamento urbano e têm várias utilidades tais como propiciar sombra, o poder de purificação do ar, atrair aves, diminuir a poluição sonora, constituir fator estético e paisagístico, diminuir o impacto das chuvas reduzindo os alagamentos pois contribuir para o balanço hídrico, valorizar a qualidade de vida local, preservação de espécies da fauna e da flora, dentre outro benefícios que ajudam a conservar e preservar o meio ambiente. Além disso, no ambiente urbano, a arborização pode ter inúmeros efeitos positivos sobre as condições ambientais, daí a necessidade de plantar nas proximidades de estradas, casas, escolas, parques, jardins e vias de acesso. Neste contexto, as áreas ociosas da escola quando transformadas em áreas verdes se transformam em mais um espaço sadio contribuindo com o meio ambiente.

As ações desenvolvidas no projeto Arborizar para preservar foram voltadas para a educação ambiental tendo em vista uma mudança de atitudes. Isso implica numa mudança de comportamentos dos alunos que os levem por meio dos novos conhecimentos adquiridos a perceber que o consumismo exagerado pode esgotar os recursos naturais e somente novos hábitos de racionamento, conservação e cuidado podem mudar essa realidade, em assim se tornarem de fato agentes transformadores do espaço. Esse projeto passou por várias etapas envolvendo pesquisas, palestras. Buscou mostrar também a importância de um espaço arborizado e ainda sensibilizar os educandos quanto à conservação e preservação do ambiente no entorno da escola. Além disso, procurou promover discussões sobre hábitos saudáveis por meio da Educação Ambiental alertando e despertando a curiosidade do educando para a problemática ambiental mundial e ainda incutir nos alunos a participação sua participação efetiva e coletiva na resolução dos problemas da escola.

Verificou-se por meio das discussões sobre a Educação ambiental que todos os procedimentos adotados neste projeto desde palestras, pesquisas, informações até a finalização das etapas com o plantio de mudas que as necessidades apresentadas pelos educandos e suas curiosidades evidenciam que é autêntica e necessária a implementação de avanços sobre os estudos do meio ambiente e esse  envolvimento abarque não só os aspectos econômicos, mas que ceda espaços a todos os outros segmentos tendo em vista a viabilização de um processo de transformação  por meio da educação.

Diante disso a escola se preocupa e reconhece a importância de seu papel na vida social, acadêmica e também na formação ambientalmente falando do cidadão. Entretanto, a gestão precisa estar aberta ao diálogo e ser a promotora e viabilizadora das ações a serem desenvolvidas na escola de forma cooperativa em que cada membro da comunidade tenha consciência de sua responsabilidade na dinâmica escolar e assuma seu papel dentro da gestão participativa. Portanto, deve contribuir para o desenvolvimento cultural e cientifico do aluno de forma a levá-los a participar ativamente dos problemas da escola, configurando assim a gestão democrática em todos os segmentos da unidade de ensino.

 

 

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APÊNDICE

 

                   

PALESTRA COM O TÉCNICO DA SEMMA

 

                

ALUNOS REALIZANDO A LIMPEZA DA ESCOLA COLETIVAMENTE