FACULDADE ALFA BRASIL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM REDES DE ALTA VELOCIDADE 

ELSON BALADELI 

GESTÃO EFICIENTE DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES: MANTENDO A COMPETITIVIDADE NA ERA DA INFORMAÇÃO.

Artigo publicado como pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Redes de Alta Velocidade.

CASCAVEL 

2012 

GESTÃO EFICIENTE DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES: MANTENDO A COMPETITIVIDADE NA ERA DA INFORMAÇÃO 

BALADELI, Elson (PG-UNIALFA)[1] 

Resumo: Este artigo aborda a mudança no paradigma organizacional no que tange a gestão do conhecimento. O que antes poderia ser ignorado pelos gestores passou a ser um tema emergente passando a ocupar um papel central no que se refere a competitividade em face ao mercado globalizado, aonde o tempo de resposta ao mercado tem que ser cada vez mais rápido. Durante muito tempo as informações que circulavam através dos diversos níveis das organizações possuíam uma importância discreta, podendo ser ignoradas e desprezadas. Todavia, com o advento da era da informação as comunicações configuram-se como flexíveis, dinâmicas, velozes, diretas e em tempo real (CHIAVENATO, 2004) e transformaram-se drasticamente os conceitos de tempo e espaço. Nesse cenário, percebeu-se que as informações podem converter-se em conhecimento e, de acordo com DRUCKER (1999) o capital e os bens materiais deixaram de ser o recurso fundamental nas organizações ascendendo assim o conhecimento como ativo estratégico capaz de garantir às organizações respostas de forma rápida e eficientes ao mercado globalizado cada vez mais competitivo. Dessa forma, é pertinente fomentar discussões em relação ao tema gestão eficiente do conhecimento nas organizações que tem sua importância elevada a cada momento.

 

PALAVRAS-CHAVE: informação; conhecimento; gestão do conhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO

 

Em um contexto extremamente competitivo em que o consumo de tecnologia torna-se a premissa para a sobrevivência das organizações, a busca por soluções tecnológicas mais sofisticadas promove uma verdadeira corrida por recursos tecnológicos que atendam as necessidades da atualidade. A utilização de um sistema de informação representa para as organizações a opção viável para aumentar a velocidade nas transações realizadas e promover a satisfação da demanda.

Além dessa necessidade apresentada pelas organizações, a fim atender as demandas tanto internas quanto externas, a opção pela utilização de tecnologia da informação (TI) representa uma estratégia para manter a organização em condições de disputar o mercado. Vale lembrar que em um contexto competitivo próprio de uma sociedade em que o consumo e o acúmulo de capital norteiam a tomada de decisão das corporações, a informação ganha status de mercadoria. Assim, como qualquer outra mercadoria, o seu valor passa a ser regido pelo mercado.

Diante disso, o presente artigo tem por objetivo discutir a importância crescente que as informações possuem nas organizações, evidenciando a necessidade de uma gestão do conhecimento efetiva afim de manter o poder competitivo da organização.

 

CAPITULO 2 - INFORMAÇÃO

 

No atual momento, com a maciça utilização das novas tecnologias da informação, conceitos de tempos e espaço modificaram-se. Com o advento da Era da Informação, alterou-se a velocidade e a intensidade das mudanças, novos desafios surgem a cada instante. Nesse mercado globalizado e interligado pela internet as organizações necessitam romper paradigmas e passar a considerar as informações como um recurso fundamental, gerindo-as de maneira eficiente, para que possam prover um retorno estratégico para o seu negócio.

Com o advento da Era da Informação, de acordo com Chiavenato (2004), as organizações enfrentarão uma avalanche de desafios no que se refere a velocidade das mudanças, obrigando as mesmas a adotar medidas extremas afim de evitar o fim repentino. Com o rápido aumento no consumo de tecnologia, a informação passa a desempenhar um papel fundamental, no que se refere a competitividade nesse mercado globalizado.

Consoante com Chiavenato (2004), Porter e Millar (1997) afirmam que, com a revolução da informação, os gestores das organizações reconheceram a necessidade  da utilização das novas tecnologias, uma vez que a concorrência passará a utilizar a informação como meio de obtenção de vantagem competitiva. Dessa forma, a organização que se omitir em relação à essas mudanças, correrá grande risco de perder espaço em relação às organizações que executarem uma eficiente gestão das informações.

Ambos os autores exaltam a importância da informação para as organizações que desejam se manter ativas e competitivas. De acordo com Laudon e Laudon (2007)  quando uma empresa consegue melhor desempenho que outra ela possui uma vantagem competitiva. O mesmo autor considera que isso se dá, principalmente, pela melhor gestão de seus recursos, destacando entre eles a informação e o conhecimento. Chiavenato (2004) complementa colocando o conhecimento como o recurso mais valioso para as organizações, evidenciando assim a obrigatoriedade por parte dos gestores no que tange a gestão eficiente das informações, para convertê-la em um ganho real para a mesma.

Vale ressaltar que não é toda e qualquer informação produzida nas organizações que pode resultar em aumento da competitividade. Chiavenato (2004) considera informação importante como conjunto de dados com alguma relevância, capaz de propiciar decisões mais assertivas. Considerando a necessidade de respostas rápidas às mudanças constantes ocorridas na Era da Informação, a possibilidade de se obter subsídios capazes de potencializar as decisões necessárias, destacam a importância crescente de uma administração eficiente das informações geradas nas organizações.

Para que uma informação seja útil para a organização deve ser relevante ao propósito da mesma, de acordo com Santiago Jr. (2004). Para o autor um correto gerenciamento da informação representará a possibilidade de geração de conhecimento a partir de informação relevante, podendo então ser utilizado para tomada de decisões. Possuir informações relevantes que possam colaborar na tomada de decisões mais assertivas poderá representar uma grande vantagem competitiva.

Drucker (1997, p.5) afirma que “ […] informação é o dado dotado de relevância e objetivo. Converter dados em informações, portanto, requer conhecimento.” . Dessa forma evidencia-se a necessidade de tratar as informações existentes na organização, convertê-las em conhecimento para posteriormente se tornar um bem estratégico. Para Drucker (1997) as empresas  de grande porte serão forçadas a transformarem-se em empresas baseadas na informação, principalmente devido a evolução e a utilização em massa das tecnologias da informação.

Côrtes (2008) considera informação como os dados que foram classificados, sendo que, a partir desse momento, decisões podem ser tomadas. A eficácia das decisões dependerá da quantidade e da qualidade das informações. O que pode ser considerado consenso entre os autores citados se refere a importância que as informações adquiriram no que tange manutenção da competitividade das organizações, considerando esse contexto da era da informação.

 

CAPITULO 3 - CONHECIMENTO

 

Somente uma gestão eficiente das informações disponíveis na organização não garantirá um retorno para mesma pois, para que a informação possa representar um recurso importante, se faz necessário que essa gestão possibilite a produção de conhecimento capaz de representar um diferencial competitivo. O conhecimento gerado a partir da gestão das informações representará a possibilidade de uma organização se sobressair em detrimento das outras que ignorarem sua relevância. Chiavenato (2004), considera como conhecimento um conjunto de informações organizadas capaz de possuir alguma relevância para a organização.

As organizações deverão passar a considerar o conhecimento como um ativo tão ou mais importante que os ativos físicos e financeiros, de acordo com Santiago Jr. (2004). O autor ainda afirma que esse conhecimento gerado e gerido pelas organizações poderá se tornar uma condição para a sobrevivência das mesmas.

Para Drucker (1999), o conhecimento acendeu ao posto de recurso mais relevante em detrimento da terra, mão de obra e o capital, sendo considerado pelo autor como meio para se atingir os resultados sociais e econômicos. Nesse sentido, o conhecimento como um recurso supera em importância o capital, algo dificilmente imaginado pois, ainda de acordo com o Drucker (1999), através do conhecimento é possível obter os outros recursos, anteriormente considerados como únicos.

O conhecimento poderá representar um diferencial competitivo de diversas maneiras para as organizações, conforme Hope e Hope (2000), de acordo com o  segmento em que ela  atua, sendo necessário a sua correta utilização para que seja possível obter um retorno satisfatório. O autor complementa considerando como grande desafio prover mecanismos capazes de garantir que o conhecimento se reverta em uma vantagem competitiva.

Davenport e Prusak (1998) ratificam a relevância do conhecimento para as organizações como um ativo fundamental, tanto quanto outros ativos tradicionalmente destacados, proclamando o conhecimento como fator que mantém o funcionamento da organização. Dada essa grande importância, considerando a globalização da economia, os autores colocam o conhecimento como a mais relevante vantagem competitiva para as organizações.

Em relação à vantagem competitiva, Nonaka (2001) alçou o conhecimento ao nível de única origem confiável para obtê-la, considerando a crescente utilização da tecnologia, as contantes mudanças nos mercados e a consequente proliferação dos concorrentes. Nesse sentido o autor defende que a criação e difusão do conhecimento pela organização assim como sua incorporação aos seus produtos poderá representar o seu sucesso.

De maneira análoga aos autores citados, Hopper (1997) corrobora com a importância atribuída ao conhecimento, considerando como recente desafio para as organizações a produção de conhecimento superior partindo do mesmo conjunto de dados dos concorrentes, destacando-se pela agilidade e perspicácia na análise das informações provenientes desses dados, obtendo emfim o conhecimento desejado. Fica evidenciado a importância da gestão do conhecimento para sobrevivência e para garantir a competitividade, nesse momento em que a utilização maciça de tecnologias da informações obriga as organizações a reagir de modo rápido as constantes mudanças ocorridas nesse mercado globalizado e interconectado. 

 

CAPITULO 4 - GESTÃO DO CONHECIMENTO

 

Considerando as definições de informação e conhecimento relatados pelos autores e dada a importância dos mesmos para a sobrevivência das organizações e para garantir seu o poder de competitividade, evidencia-se a necessidade das organizações gerir o conhecimento disponíveis na mesma.

Laudon e Laudon (2007) define gestão do conhecimento como um grupo de métodos capazes de propiciar a geração do conhecimento, assim  como o seu acúmulo e sua disseminação na organização, para que seja possível sua aplicação. O autor ainda complementa assegurando que a única maneira de o conhecimento representar uma utilidade para a organização é quando o mesmo é disseminado e empregado para a resolução de problemas.

De forma semelhante à Laudon e Laudon (2007), Santiago Jr. (2004) considera indispensável que hajam procedimentos acessíveis nas organizações que possibilitem a captação do conhecimento, assim como sua partilha e disseminação. Gestão do conhecimento refere-se, para Santiago Jr. (2004), ao processo de adicionar valor às informações para possibilitar a sua utilização, produzindo resultados para a organização, no qual o autor considera como principal resultado o desempenho financeiro. Evidencia-se que uma correta gestão do conhecimento pode significar um retorno mensurável para a organização, considerando um retorno financeiro, justificando investimentos em processos capazes de propiciar esse resultado.

Angonezi (2006) define gestão do conhecimento como um processo em que o conhecimento é extraído, transformado e difundido por toda a organização de forma que esse conhecimento possa ser compartilhado com todos, podendo assim ser reutilizado. Ainda segundo esse autor, a gestão do conhecimento apresenta como base a aprendizagem e a memória organizacional referindo-se a transformação e no compartilhamento do conhecimento entre os indivíduos na organização.

De acordo com Sveiby (1998, p. 20), gestão do conhecimento “é uma ferramenta estratégica competitiva capaz de aproveitar os recursos existentes na própria empresa ao mesmo tempo em que proporciona aos empregados as melhores práticas”. Esse autor considera que as organizações devem desenvolver sua estratégia de gestão do conhecimento com o objetivo de fazer o melhor uso possível do conhecimento que possui para a geração de vantagens.

De acordo com Moradin (2004, p. 12), gestão do conhecimento pode ser definido como “o esforço de gestão que procura identificar, desenvolver, disseminar e atualizar o conhecimento coletivo da organização para aumentar a capacidade de inovação e resposta e ajudá-la a competir”. Dessa forma, o autor considera que a gestão do conhecimento quando alinhada com a visão estratégica da organização pode resultar em vantagens competitivas.

Para Frappaolo apud Salmazo (2004, p. 21), gestão do conhecimento consiste “em um conjunto de ferramentas para a automação dos relacionamentos entre informações, usuários e processos, e visa conectar detentores do conhecimento e usuários destes por meio através de tecnologia”. O autor destaca ainda a importância dessa gestão afim de garantir o compartilhamento das informações nas organizações.

Moradin (2004, p. 27) considera que “o processo de transferência ocorre em vários níveis: entre indivíduos, de indivíduos para fontes explícitas, de indivíduos para grupos, entre grupos, do grupo para organização”. Segundo o mesmo autor a gestão do conhecimento normalmente está associada ao uso de sistemas de informação para o compartilhamento de informação ou conhecimento, ressaltando a importância da utilização de sistemas de informações para a gestão do conhecimento.

Gestão do conhecimento é, portanto, o processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos que são estratégicos em uma organização englobando a administração desses ativos intangíveis das organizações, que constitui o conhecimento.

A gestão do conhecimento leva as organizações a mensurar com mais segurança a sua eficiência, tomar decisões acertadas com relação à melhor estratégia a ser adotada em relação aos seus clientes, concorrentes, canais de distribuição e ciclos de vida de produtos e serviços, saber identificar as fontes de informações, saber administrar dados e informações, saber gerenciar seus conhecimentos. Trata-se da prática de agregar valor à informação e de distribuí-la com maior eficiência.

 

CAPITULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O processamento, armazenamento e gerenciamento da informação no contexto atual torna-se cada vez mais relevante no interior das organizações. É inconteste que uma gestão eficiente da informação promova uma vantagem competitiva da organização, além do que disponibilizar as informações de forma segura e rápida prove os indivíduos da organização de condições para a tomada de decisão.

Porém, juntamente com a necessidade de uma eficiente gestão do conhecimento capaz de prover os usuários dos sistemas de informações confiáveis, surge também a necessidade de garantir que esse conhecimento seja disponibilizado pela organização e utilizado de forma integrada entre todos os indivíduos da organização.

No atual contexto sócio-econômico, o termo Gestão do Conhecimento está diretamente ligado ao desempenho e competitividade das organizações, se tornando imprescindível aos gestores, não só conhecer esse termo, mais também aplicá-lo de maneira eficiente em todos os níveis da organização.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ANGONEZI, Alexandre. Gestão do conhecimento como estratégia de negócios para uma

empresa do setor metalúrgico: um estudo de caso. (Dissertação de Mestrado em

Administração), 2006.80 f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.

 

 

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 7.ed.,Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

 

CÔRTES, Pedro Luiz . Gestão da Tecnologia da Informação. São Paulo: Catho e-learning, 2004 (Apostila).

 

DAVENPORT, T. H. & PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: Como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

 

DRUCKER, P. F. O advir da nova organização. Rio de Janeiro: Harvard Business Review, Revoluçãoem Tempo Real, p.3-15, Campus, 1997.

 

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999.

 

FRAPPAOLO apud SALMAZO, Paulo Rogério. Monografia. Um Estudo em Gestão do Conhecimento para

uma Empresa de Tecnologia da Informação. Porto Alegre. 2004. 21p.

 

HOPE, J. & HOPE, T. Competindo na terceira onda: Os 10 mandamentos da era da informação. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

 

HOPPER, M. D. O comentado SABRE – novas formas de competir com informações. Rio de Janeiro: Harvard Business Review, Revoluçãoem Tempo Real, p.115.130, Campus, 1997.

 

LAUDON, K. C. e LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. 7.ed.,São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2007.

 

MORADIN, Fabrizio Almeida. Estratégias de gestão do conhecimento e o uso de

tecnologia de informação: um estudo de caso. (Dissertação de Mestrado em Administração),

 2004. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

 

 

NONAKA, N. A Empresa criadora de conhecimento. São Paulo: Harvard Business Review, Gestão do Conhecimento, p.27.49, Elsevier, 2001.

 

PORTER, M.E., MILLAR, V.E. Como a Informação lhe Proporciona Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Harvard Business Review, Revoluçãoem Tempo Real, p.61-84, Campus, 1997.

 

SANTIAGO JR., J. R. S. Gestão do conhecimento: a chave para o sucesso empresarial. São Paulo: Novatec, 2004.

 

SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios do

 conhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

 

 



[1]              Bacharel em Administração – UNIOESTE. Pós-Graduando em Redes de alta velocidade – Faculdade Alfa Brasil, UNIALFA. Atua como Técnico de Redes Jr na Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR. Contato: [email protected]