GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES  NA ATUALIDADE

           

MARIA APARECIDA DANTAS MORAIS

RESUMO

O texto aborda em linhas gerais a nova visão das organizações no campo de gestão de pessoas considerado na modernidade como o maior patrimônio das organizações ao romper com o modelo tradicional de administrar e se buscar novas formas de gestão, com foco em resultados e decisão compartilhada em um processo de aprendizagem contínua, o que tem influenciado as pessoas ao desafio de estratégias focadas em novos conhecimentos e habilidades voltadas para o desempenho de suas funções e atribuições. Outrora a área de recursos humanos estava vinculada à área que cuidava da folha de pagamentos dos funcionários ou da organização. Atualmente quando nos reportamos à área de recursos humanos ou departamento estamos nos referindo à prestação de serviços ou ao departamento responsável pela seleção de profissionais capacitados e qualificados para o desempenho de funções, haja vista serem as pessoas vistas como um dos valores principais da organização seja ela privada ou governamental. Assim sendo, torna-se uma das áreas de maiores desafios para as organizações ao deixar de ter como base apenas as competências e experiências, capacidade técnica das pessoas para considerar todo o contexto do ser humano, valorizando-se tanto o lado intelectual quanto o emocional dos candidatos. Observam-se grandes mudanças organizacionais na medida em que, as pessoas são mais valorizadas como verdadeiro patrimônio da organização, e as organizações que investiram nessa área são que realmente encontram espaço no mercado globalizado e competitivo. Entretanto, é indiscutível que todo o processo de mudança organizacional requer das pessoas envolvidas grandes esforços, muitas vezes além do imaginado antes da implantação do processo e faz-se necessário um ambiente harmônico e comprometido com o processo de forma que possam enfrentar os desafios que aparecerem no decorrer do processo, uma vez que mudar é estar aberto ao novo a uma nova forma de pensar e agir é realmente desaprender para aprender coletivamente dentro da organização. Além dessa busca de aprendizagem e harmonia requer muito esforço planejamento estratégias agilidade e criatividade frente a um mercado globalizado e competitivo onde as mudanças ocorrem em tempo real. Portanto, um dos desafios a serem enfrentados nesse processo é aprender a respeitar as diferenças, tentando compreender as dificuldades que algumas pessoas apresentam isto não significa que tais pessoas não são ou não podem desempenhar determinadas funções, sob outro enfoque podem tornar-se excelentes profissionais, desde que haja se tenha uma visão global de como se utilizar a mão de obra capacitada e qualificada frente às exigências do mercado global. 

Palavras Chave - Mercado de trabalho, mudança, conhecimento, habilidades, tecnologia, valorização humana, organização.

1. INTRODUÇÃO

 

Nos dias atuais as organizações cada vez mais investem na gestão de pessoas, como uma forma de dinamizar e atender as exigências do mercado, que por sua vez requer pessoas capacitadas e qualificadas com conhecimentos diversificados, capazes de enfrentar os desafios da era do conhecimento segundo a qual os domínios das novas tecnologias fazem toda a diferença para o mercado competitivo, atrelado ao conhecimento ainda requer habilidade e criatividade como alternativas de sustentabilidade para o bom desempenho profissional frente à organização.

Nesse contexto, o nível de exigência das organizações para selecionar ou contratar um profissional no mercado de trabalho vai além da competência e do conhecimento adquiridos no campo acadêmico, requer conhecimentos e habilidades extracurriculares, que podem ser adquiridos através de cursos e treinamentos de curta e média duração, atualmente oferecidos por inúmeras empresas especializadas e focadas no mercado de trabalho atual, como afirma POCHMANN (2001) In NASCIMENTO (2006, p.47):

Novos conhecimentos científicos e tecnológicos estariam associados as exigências empresarial de contratação de empregados com polivalência  multifuncional e maior capacidade motivadora e habilidades laborais no exercício do trabalho (POCHMANN, 2001)

Para tanto, agregar valor aos recursos humanos precisa focar nas estratégias e desafios relacionados à gestão de pessoas, tais como o crescimento do negócio, o desenvolvimento de novas competências organizacionais frente à escassez de mão-de-obra qualificada visando atender a demanda de um mercado em processo constante de mudança, exigindo da gestão de recursos humanos além do conhecimento mais habilidade e criatividade gestora.

Assim sendo, tais mudanças despontou após o período pós - industrial, no qual as mudanças começaram a serem percebidas em uma velocidade antes nunca vista no ambiente organizacional. Percebe-se que estes fatores têm levado os profissionais a construir novos conhecimentos, seja pela volta às escolas formais, ou pelo ingresso em cursos de centros de ensino não formais, mas de forma que possam encontrar adquirir novos conhecimentos, lapidar suas habilidades para atender as exigências do mercado atual, globalizado e competitivo. Mas afinal, qual é o propósito das mudanças organizacionais?

Num primeiro olhar pode-se entender que o objetivo de todas estas mudanças no ambiente organizacional tem como foco o desenvolvimento das pessoas frente às transformações no mundo dos negócios, no qual a revolução pós-industrial exige da sociedade novas tecnologias capazes de enfrentar os desafios do mundo globalizado e competitivo. Diante desse quadro, a mão - de- obra qualificada passa a ser o eixo central da organização, haja vista que, a transformação organizacional não depende meramente de equipamentos modernos, mas depende de pessoas capacitadas para operacionalizar de maneira eficiente e eficaz, o que se configura num diferencial dentro do ambiente de trabalho e da organização.

A noção de trabalho baseada nos princípios taylorista e fordista estão em decadência hoje, uma vez que na versão moderna da sociedade valorizam-se cada vez mais os conhecimentos acumulados e adquiridos pela pessoa, destacando-se a humanização e o reconhecimento da mão-de-obra, o que requer dos gestores a identificação do potencial das pessoas, além de capacidade para compreender e saber ouvir, como elementos observáveis das competências e do desenvolvimento no ambiente organizacional sem, contudo, perder o foco nos objetivos e princípios da organização frente à sustentabilidade social e econômica do mercado globalizado e competitivo que, prioriza não apenas a competência mais a qualidade.

Mas afinal o que é a gestão de pessoas? Se buscarmos em qualquer dicionário, vamos encontrar que é o ato de administrar, gerir orientar exercer dar o norte, encaminhar, governar é dar uma direção à vida das pessoas, CHIAVENATO (1999) nos explica que essa gestão é formada pessoas e organizações nesse caso uma dependem da outra, a organização para existir precisa que as pessoas nelas envolvida destine boa parte do seu tempo para fazer com que ela funcione e tenha sucesso , e as pessoas precisam dessas organizações para alcançar seus objetivos e sucesso pessoal, sendo assim fica difícil, quase impossível separar a vida pessoal do trabalho. 

 

 2. GESTÃO DE PESSOAS E OS DESAFIOS DA SOCIEDADE ATUAL

A gestão de pessoas nas organizações atualmente tem enfrentado sérios desafios no ambiente de trabalho, no tocante a gestão de pessoas. Mediante tais desafios, o conhecimento é a forma pela qual o ser humano relaciona-se diretamente reage e atua na sociedade é a partir do acesso que tem a educação, ou não deseja aprimorar sua capacidade produtiva física ou intelectual a fim de desenvolver suas habilidades e competências no ambiente de trabalho e assim procurar atender os objetivos organizacionais.

O triple conhecimento, competência e habilidades passaram a ser considerados pelas organizações que atuam em mercado global, como recursos econômicos determinantes, irrestrito ao simples uso de equipamentos modernos de alta tecnologia, mais principalmente pelos profissionais que se apresentam capazes de transformar o conhecimento em beneficio para o cliente organização e sociedade. Conforme o autor:

Segundo CHIAVENATO (1996):

 

Todas essas transformações denotavam que os contornos daquilo que o mundo será nos próximos anos já começam a definir-se através de cinco fatores fundamentais que provavelmente dominarão o mundo das empresas no século XXI: Tecnologia, informação, globalização, serviços e conhecimento. (CHIAVENATO 1996, p. 14).

 

Assim sendo as mudanças decorrentes de todo o processo motiva as organizações, e principalmente as pessoas assumirem uma postura de aprendizagem permanente, haja vista serem as mudanças decorrentes das pessoas, não dos equipamentos modernos, de alta tecnologia. Sob esse aspecto, as organizações e empresas contemporâneas enxergam seus funcionários como colaboradores mudando assim dessa forma seu gerenciamento, tornando-se mais flexíveis para estabelecer convivência com o real cenário da tão propagada. Era do conhecimento ou da informação, que instigou a nova forma de gerenciar as pessoas e as organizações numa visão mais flexível e transparente.

Contudo, infelizmente somente em pleno século XXI, as organizações perceberam que o ser humano é o principal recurso da organização, e embora sendo valorizado  ainda há necessidade de avanços significativos, dentre eles o desprendimento de cada um, visto que, é comum se julgar o outro a partir dos seus próprios princípios, valores atitudes e crenças, pois tudo ainda é muito novo e desafiante, tanto para os profissionais da área de recursos humanos, como para a organização como um todo, e além disso, deve-se considerar as particularidades do ser humano, como a questão ética e moral.

Nesse contexto, é possível afirmar que a capacidade de entender o outro depende dos modelos mentais que ao longo de nossas vidas vamos construindo, internalizando e modelando pensamento atitudes e habilidades, tratar sobre a valorização humana nas organizações é permitir a abertura ao novo como possibilidade de se permitir experimentar novos modelos mentais, antes de tudo esta preparado para enfrentar o inesperado, sentindo-se capaz de gerenciar seus impulsos muitas vezes difíceis de serem controlados no ambiente organizacional.

 Diante do processo das grandes mudanças tecnológicas, compreender que a mudança não acorre nas máquinas, nos equipamentos, mas verdadeiramente no modo de manusear, de operacionalizar as máquinas, o que somente é possível se existir o conhecimento, a competência e a habilidade necessária para realizar a ação, e dessa forma atender as exigências de um mercado extremamente competitivo, NASCIMENTO (2006) diz que:

Os impactos do desenvolvimento tecnológico, as novas formas organizacionais, a criação e inovação de métodos de trabalho, de novos produtos e serviços estão fazendo com que as empresas sejam mais exigentes no recrutamento de seus profissionais (NASCIMENTO, 2006, p. 40).

 

Portanto, para atender ao mercado atual indiscutivelmente necessitamos buscar novos conhecimentos, sem menosprezar os conhecimentos anteriores, vivências e experiências acumuladas ao longo da vida pessoal e profissional, esses são fatores imprescindíveis para o sucesso. Além disso, outra contribuição valiosa é se livrar dos pressupostos acumulados ao longo da vida, que impossibilita enxergar e aceitar no outro um canal facilitador ao atendimento de objetivos e metas no campo pessoal e ou organizacional. Enfim, gerenciar pessoas é ter a capacidade de ouvir entendendo e compreendendo a comunicação do outro, para posteriormente transforma esse ato em gerenciamento eficiente e eficaz. 

3. CONCLUSÃO

A gestão de pessoas nas organizações como o próprio nome sugere é procurar de forma dinâmica nortear as pessoas consideradas suportes vitais da organização, para que canalize seus esforços para o alcance dos objetivos e metas propostos, lançando-se aos desafios visando atender além de seus desejos e interesse pessoal, também o interesse da organização, sem perder o foco na valorização profissional.

Sabe-se que a implantação de um processo de mudança requer alguns cuidados tais como percepção, compreensão, colaboração e criatividade, tais cuidados são fatores indispensáveis à formação de uma equipe multidisciplinar na organização. Por essa razão as pessoas envolvidas no processo de mudança na organização não podem se deixar levar pelo calor da emoção em alguns momentos, para não atropelar um processo que naquela situação exigia o uso da razão e não comprometer a estrutura organizacional.

É válido afirmar que a gestão de pessoas frente a um processo de mudanças num mercado exigente, globalizado e competitivo exige das pessoas o acompanhamento das mudanças e evoluções, não mera especulação, mas focada no objetivo aprender a aprender, ou seja, buscando-se novos conhecimentos, construindo e reconstruindo saberes, internalizando-os e colocando-os em prática, avaliando, planejando, elaborando estratégias capazes de possibilitar o melhor desempenho, o aproveitamento das habilidades de cada profissional pertencente a organização focando nos resultados satisfatórios a todos, buscando desenvolver as capacidades físicas intelectual e moral das pessoas envolvidas no processo, contribuindo para a   reflexão  e análise de sua postura, a construção do direito de vir a ser e não apenas do ter. Enfim, a valorização do ser humano acontece a partir de todo processo de monitoramento das ações, crenças e atitudes frente a um complexo ambiente de vivência pessoal e profissional.

Portanto, investir na valorização das pessoas num processo de gestão requer agregação de novos conhecimentos, desenvolvimento de habilidades, bem como o repensar das atitudes, para se transformar em um instrumento motivador e essencial para o sucesso pessoal e profissional das pessoas.            

                               

 REFERÊNCIAS

BOWDITCH, James L, ANTHONY F. Buono - Elementos de Comportamento Organizacional, São Paulo, Pioneira Thomson, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto - Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações, São Paulo, Pioneira Thomson Learing, 2004.

_____________, Idalberto – O novo papel dos recursos humanos nas organizações, Rio de Janeiro, Campus, 1999.

NASCIMENTO, Leyla- Gestores de Pessoas: os impactos das transformações no mercado de trabalho-Rio de Janeiro ,Qualitymark,2006.