Introdução
Neste documento discutem-se temas relacionados à inovação tecnológica desde os conceitos inicialmente concebidos por J. B. Say e Schumpeter até os escritos mais recentes sobre pesquisa, desenvolvimento, inovação e, por outro lado, os diversos agentes e fatores que a influenciam.
Entre outros tópicos aborda-se o processo de transferência de tecnologia, inclusive proteção intelectual e direito autoral.
A política de inovação tecnológica do governo, comentada no artigo, enfatiza a necessidade de formação de redes e projetos internacionais de pesquisa bem como ambientes de inovação e ações de empreendedorismo como o desenvolvimento de parques e incubadoras de empresas com o apoio de agências de fomento e outras instituições de governo. Destacam se as possibilidades de intercâmbio e cooperação entre as instituições de ciência e tecnologia - ICTs, empresas nacionais, organizações de direito privado sem fins lucrativos e outras iniciativas como o compartilhamento de instalações, equipamentos e laboratórios com micro e pequenas empresas como também a faculdade de permitir a sua utilização por empresas nacionais e organizações privadas sem fins lucrativos.
Particularmente importantes são as políticas que incentivam a ação de pessoas com atitudes e habilidades características do espírito empreendedor - o que favorece o desenvolvimento tecnológico e a criação de invenções. Entre aquelas se incluindo empresários empreendedores, os agentes de financiamento, o pesquisador público e o inventor independente.
O objetivo principal é a discussão de questões relacionadas ao empreendedorismo, geração de tecnologia para inovação em Instituições de Pesquisa.

Inovação tecnológica

O cenário competitivo atual, pautado pela revolução tecnológica e fenômenos relativos à globalização, extrema competitividade, ênfase em preços, qualidade e satisfação dos clientes exige, como estratégia para a competência, que a empresa contemporânea esteja focada de forma permanente na inovação (LEIFER et al, 2002).

Shumpeter, autor muito citado no discurso acadêmico, desenvolveu no livro publicado em 1926 o conceito de inovação, descrito como um conjunto de evoluções que alteram os métodos de produção, criando novas formas de organização do trabalho, produção de novas mercadorias, novos usos, formas de consumo e novos mercados (CARON, 2004).

Em conformidade com essa visão constituem inovações:
? A introdução de um novo bem com o qual os consumidores ainda não estão acostumados ou de uma nova qualidade de um bem.
? Introdução de novo processo de produção, ainda não testado pela experiência no ramo da indústria, que não precisa ser baseado em descoberta científica nova, podendo constituir também em um novo processo de comercializar uma mercadoria.
? Abertura de um novo mercado em que a indústria do país não tenha ainda entrado, quer tenha esse mercado existido ou não.
? Conquista ou descoberta de novas fontes de matéria prima ou de bens semifaturados já existentes ou criadas.
? Estabelecimento de nova forma de organização industrial com uma formação de monopólio ou fragmentação de um monopólio.

Essas inovações podem resultar de idéias e percepções sobre necessidades de clientes, utilização de novos materiais de baixo custo, descoberta de novos segmentos de mercado. Podem também resultar, mas não necessariamente, de criações originadas de pesquisa e desenvolvimento.
Freqüentemente são provenientes de uma visão privilegiada de pessoas com o caráter empreendedor.
Dolabela (1999a) cita pesquisa sobre empreendedorismo feminino realizada por Hisrich (1996), na qual se sugerem como variáveis típicas do caráter do empreendedor a polivalência, o espírito inovador, desejo de experimentar, criatividade, eficiência, dedicação ao trabalho e comprometimento. Na pesquisa, entre alguns fatores delineados por aquele autor incluem se fatores como comprometimento no trabalho, energia, valores econômicos e resultados, oportunismo e inovação, ânsia pelo sucesso, empatia e desejo de servir. Curiosamente, observou - se que as mulheres, mais que os homens, percebem o empreendedorismo de forma mais positiva. Entretanto observamos:
A natureza empreendedora dos indivíduos comprometidos com o resultado, que são criativos, que desafiam a adversidade e que tem o "espírito" inspirador da criação, homem ou mulher, talvez seja o mais importante motivo propulsor do desenvolvimento de soluções inovadoras.