GESTÃO DA DIVERSIDADE: LIDERANÇA, QUALIDADE DE VIDA E PRODUTIVIDADE ¹

Aldeir Sousa Gomes²

Alfredo Barbetta³

RESUMO

Qualidade de vida é um desafio para a organização, afeta diretamente a vida dos indivíduos e os resultados da organização, proporciona condições para o desenvolvimento dos indivíduos e seu bem-estar, esse é o elemento chave para as organizações bem sucedidas e o grande desafio para os gestores é olha as pessoa como seres humanos e não como ferramentas e sim com a importância dos fatores como: igualdade, oportunidade, remuneração justa dentre outros.

Falar sobre liderança é seguir alguns priciprios que desencadeam o potencial humano individual de integrar a coletividade, pois a liderança é considerada um papel social, já que do líder depende muitas das pessoas, que depositam sua confiança para melhorar suas condições de trabalho.

Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho, Liderança e Diversidade

INTRODUÇÃO

Atualmente nas organizações, fala-se muito em qualidade, que tem objetivo de fazer com que todo funcionário esteja trabalhando para fazer o melhor para ela, uma empresa com qualidade é aquela que possui colaboradores que, ao atender as suas necessidades básicas, estejam satisfeitas com a empresa e seus colegas de trabalho.

A qualidade de vida tem que satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver as suas dentro da organização, já que as pessoas são mais produtivas dentro da organização, quando estiverem satisfeita com o próprio trabalho, a qualidade de vida é conquistada na maior parte, dependendo do individuo, dentro ou fora da organização, dependendo da sua auto estima, imagem, mas acima de tudo, na sua postura de transformação da realidade e da consciência de seus direitos e deveres.

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1.Paper apresentado à disciplina Psicologia Organizacional, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco - UNDB.

2.Aluno do 3º período do curso de Administração, da UNDB.

3. Professor Mestre, Orientador.

Segundo Dejours (1992), qualidade de vida é uma expressão de difícil conceituação, tendo em vista o seu caráter subjetivo, complexo e multidimensional. Ter qualidade de vida depende, pois, de fatores intrínsecos e extrínsecos. Assim, há uma conotação diferente de qualidade de vida para cada indivíduo, que é decorrente da inclusão desses na sociedade.

Qualidade de vida é um termo difícil de ser definida, pois o termo pode ser utilizado de várias maneiras, devido ao fato de essa questão ser relacionada com a subjetividade, refere-se ao indivíduo e por isso existem vários pontos de vistas, mas podemos resumir como o modo de viver bem ou estar bem essa satisfação biológica se refere ao bem estar físico, na psicologia tem haver com a auto realização, autoconhecimento, já na social o sujeito deve estar interagido na convivência com os demais indivíduos.

Feigenbaum (1994) entende que a QVT é baseada no princípio de que o comprometimento com a qualidade ocorre de forma mais natural nos ambientes em que os colaboradores se encontram, intrinsecamente, envolvidos nas decisões que influenciam diretamente suas atuações. Já para França (1997), a qualidade de vida no trabalho é um conjunto de ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho.

Realmente esses autores de fato, concordam que as empresas tem que se tornar consciente de que o colaborador faz parte da organização, se vendo como um todo.

“um dos mais importantes conceitos dos programas de qualidade está na premissa de que, somente se melhora o que se pode medir e, portanto, é preciso medir para melhorar, sendo, assim, necessário avaliar de forma sistemática a satisfação dos profissionais da empresa e, nesse sentido, o processo do autoconhecimento e as sondagens de opiniões internas são de grande importância para detectar a percepção dos funcionários sobre os fatores intervenientes na qualidade de vida na organização do trabalho”CAMPOS, Vicente Falconi. TQC - Controle da qualidade total. 2. ed. São Paulo: Bloch, 1992.

Os gestores devem conhecer melhor essa qualidade de vida e deve vivencia-la no trabalho com seus funcionários isso faz com que o ambiente de trabalho se torne mais agradável e seus funcionários permaneceram satisfeitos e dedicados, e a empresa ganha com isso.

A teoria de Henry Ford (fordismo) não considerava o Homem como parte da organização e sim como uma ferramenta, este conceito durou décadas e algumas infelizmente ainda a usam nos dias de hoje. Um exemplo disso é a mão de obra que ainda é visto como custo pela organização.

Entretanto, as empresas estão mas globalizadas a economia não é a mesma de anos passados as empresas estão cada vez mais competitivas então este pensamento está perdendo o sentido, estamos na era de valorização da mão de obra, o foco antes estava no produto, hoje o foco é a qualidade dos produtos e serviços e a manutenção de clientes e para que isso aconteça, as empresas passam a ter uma visão humanizada.

Muito embora o objetivo seja o mesmo, os meios estão cada vez mais voltados para o homem que é de fato que compõe as organizações. A qualidade de vida no trabalho pode ser resumida, em satisfação proporcionada por boas condições de trabalho, físicas e psicológicas, remunerações condizentes com as funções, segurança, benefícios auferidos, relacionamento interpessoal, liberdade de decisões e exposição de ideias, entre outros itens que propiciem o bem-estar do trabalhador.

Estamos na era do conhecimento e da valorização humana, onde o capital intelectual é mais importante do que os músculos e com isso as organizações aumentaram as exigências qualificativas, o empregado se tornou mais seletivo e exigente, embora parece benéfica apenas para os subalternos, irá refletir no faturamento das organizações.

O funcionário satisfeito irá se sentir parte da organização, produzirá mais e melhor, prestará um serviço de qualidade e fidelizará clientes. Portanto a qualidade de vida no trabalho é uma estratégia competitiva é o diferencial que levará a empresa a aumentar seus lucros, isso só pode ser alçado com a melhoria continua. A QVT, a cada dia vem se tornando uma preocupação para organização, devido a existência de condições adequadas para a realização de um trabalho e produtividade, onde pode se destacar vários itens que formam um conjunto de fatores que interferem no desempenho do funcionário.

A QVT, representa o potencial humano, depende de como você está de bem com as pessoas e sentem trabalhando na organização, onde são capazes de satisfazer suas necessidades através do seu trabalho dentro das organizações. A sua importância varia de acordo com a cultura de cada indivíduo e cada organização, então ela não é determinada somente pelas características individuas ou situacionais, mas pela atuação dessas características individuas e organizacionais.

Segundo Werther (1983, p.47), “a qualidade de vida no trabalho é afetada por muitos fatores: supervisão, condição de trabalho, pagamento, benefícios e projetos do cargo. Porém, é a natureza do cargo que envolve mais intimamente o trabalhador”. O autor se refere que trabalhar em equipe pode ser algo complicado, pois formar uma equipe e depois colocar em cena um conjunto de diferentes personalidades, histórias de vida, experiências, visões de mundo e graus de conhecimentos.

As empresas perceberam que finalmente, os seus colaboradores são os maiores responsáveis pelo seu sucesso, portanto para as empresas se tornarem competitivas no mercado, elas estão procurando criar um clima organizacional no qual motive o trabalho em equipe e a criatividade de seus colaboradores.

Muitas empresas estão criando programas para preparar lideres, com capacidade de fazer aflorar as características dentro da equipe, mas não é fácil, pois, muitas organizações confundem o papel de liderança com o papel de chefe e acabam dificultando o papel da liderança, pois o papel do chefe pode inibir os colaboradores.

A papel do líder evoluiu e com ele foram surgindo novas características que tornaram essências, para que possa fazer a equipe a obter melhores resultados, usando a administração de conflitos, a autoestima do grupo e a atuação como agente motivacional, hoje os lideres devem atuar como agentes do intercâmbio entre empresas e seus liderados, mostrando a direção a ser seguida pela equipe, utilizando feedback sobre a atuação e sobre os resultados da equipe, e de como a empresa espera de seus colaboradores para atingir seus objetivos.

O líder deve exercer o seu papel e vencer os desafios que lhe são propostos, tendo uma boa comunicação, relacionamento interpessoal, empatia, poder de persuasão e a imparcialidade, com essas características o líder consegue obter melhores resultados para sua equipe, o líder deve descer do pedestal onde naturalmente os membros da equipe o colocam, e descer no meio de todos, falando a mesma língua.

 “(A liderança) é igualmente essencial em todas as demais funções da administração: o administrador precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar” (Chiavenato, 2000:257)

O Brasil é um país de grande território e seu povo diversificado tendo várias culturas, muitas cores e também grande diversidade sexual, um pais democrático e livre sendo permitido fazer ou deixar de fazer algo a não ser a que a lei proíba, e mesmo com toda esta diversidade não é respeitada e nem aceita no ambiente de trabalho, a diversidade sexual.

A orientação sexual um ponto que causa muita controvérsia no ambiente de trabalho. Muitas pessoas fazem suposições de colegas baseadas em gestos e de comportamento impostos pela sociedade de quem é ou não é gay, muitas vezes estão erradas, pois ninguém pode garantir qual a opção sexual de um companheiro de trabalho a não ser que ele revele.

Muitos gays, lésbricas, travestis, transexuais, são obrigados a não revelar sua orientação sexual, devido ao preconceito de seus colegas no ambiente de trabalho com medo de ser prejudicados na sua carreira profissional, por sofrerem represarias este grupo faz parte de um dos mais marginalizados dentro da empresa, por ser uma minoria diferente de outras eles tem dificuldade em obter seus direitos dentro da empresa que trabalham.

Aqueles que se expõem dentro da empresa são vítimas de piadas perseguições, sentem-se oprimidos, coagidos não aguentando mais essa descriminação pedem para sair.

No ambiente de trabalho muitos heterossexuais se sentem incomodados em trabalhar com homossexuais.

Não se devem encarar esta situação como normal, o normal seria tentar diminuir o preconceito contra essas pessoas e igualar seus direitos com os demais cidadãos.

No Brasil existem algumas empresas que tentam pôr fim a essa situação ressaltando a necessidade de promoção que possam pôr fim a esses abusos cometidos contra esta minoria nos locais de trabalho.

O homossexual passa por diversas situações nas empresas, desde o processo de seleção de pessoal quando ele e avaliado, se a empresa descobrir se ele é homossexual ou declarar sua orientação sexual, pode não ser selecionado e se já estiver trabalhando uma possível perda de uma promoção devido a sua orientação sexual alguns chegam a ganhar menos que os heterossexuais nos mesmos cargos.

Desta forma o indivíduo passa a esconder a sua orientação sexual com medo de represarias.

Algumas empresas preferem que o gay não revele a sua opção que se mantenham no “armário” para não causar conflitos no ambiente de trabalho.

Com tudo isso, empresas vêm dando um pequeno passo para tentar igualar o combate da discriminação.

Entretanto, estamos muito longe de alcançar essa igualdade, homossexuais não têm direitos concedidos aos seus parceiros tais como benefícios de plano de saúde concedidos para os parceiros ou parceiras, para seus heterossexuais.

Estamos no século XXI, e ouvimos que o mundo está se tornando cada vez mais igual, com todo esse discurso vemos que as empresas se preocupam com o lucro e a produtividade.

CONCLUSAO

O grau onde os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidade pessoais por meio de suas experiências e chamada de qualidade de vida.

Essa qualidade afeta diretamente as atitudes pessoais e comportamentais que são importantes para a produtividade individual, como a motivação para trabalhar, a adaptabilidade de mudanças no ambiente de trabalho criatividade e vontade de inovar e aceitar mudanças.

A busca pela qualidade total, que era voltada somente para o aspecto organizacional, deve agora voltar a sua atenção para a qualidade de vida no trabalho, sempre buscando a maior participação das empresas.

            A liderança pretende responder ás condições de emancipação, de autonomia e de construção da história, e a mesma não pode esta separada da ética e da democracia, pois “a questão ética tornou-se inseparável da democrática, na medida em que a democracia afirma os princípios da igualdade, da justiça, da liberdade e da felicidade como direitos universais, criados pelos agentes sociais, assim como o princípio do direito às diferenças, universalmente reconhecidas como legítimas por todos” (Chauí, 1994).

Como já vimos a diversidade nas empresas é uma tendência cada vez maior de ter equipes mistas, com o objetivo de ter uma discussão de idéias e visões, entre todos os colaboradores, a diversidade não é apenas incluir pessoas com deficiência física, mas é permitir que raças, credos, classes socias diferentes, homossexuais, entre outros, que possam viver no mesmo ambiente e competir como igual.

afinal o conceito de diversidade está ligado ao respeito à individualidade dos empregados de uma organização, e para isso deve-se criar oportunidades iguais para todos os niveis, planejamento de carreira para todos os cargos, são essas ações que a equipe de RH deve se preocupar e colocar em praticas a curto e médio prazo.

REFERÊNCIAS

1 - DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo da psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez/Oboré, 1992.

2 - CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição compactada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

3 - CAMPOS, Vicente Falconi. TQC - Controle da qualidade total. 2. ed. São Paulo: Bloch, 1992..

4 - Chauí, Marilena. (1994). Ética e democracia. São Paulo. Snd.