PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais

Curso de Ciências Contábeis

 3º Período Manhã

Contabilidade Intermediária

Direito do Trabalho e Legislação Previdenciária

Filosofia: antropologia e ética

 

 

 

 

 

Carla Thamiris Santos Amorim
Kelly Tomaz
Paloma de Freitas Carvalho
Verônica Cardoso Fernandes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GESTÃO AMBIENTAL:

conceitos, características e aplicações na atividade rural

 

 
 
 
 
Belo Horizonte
21 outubro 2013
Carla Thamiris Santos Amorim
Kelly Tomaz
Paloma de Freitas Carvalho
Verônica Cardoso Fernandes
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GESTÃO AMBIENTAL:

conceitos, características e aplicações na atividade rural

 

 

 

 

 

Relatório apresentado às disciplinas: Contabilidade Intermediária, Direito do Trabalho e Legislação Previdenciária, Filosofia: antropologia e ética do 3º Período do Curso de Ciências Contábeis Manhã do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH.

Professores: Haroldo de Almeida

                    João Virgílio

                    Rafael Ornelas Machado

 

 

 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

21 outubro 2013

GESTÃO AMBIENTAL:

conceitos, características e aplicações na atividade rural

 

RESUMO

 

Com o aumento da demanda no setor da agricultora, tanto os produtores rurais como os profissionais gerenciais devem estar atentos a sustentabilidade e a preservação ambiental. Esta pesquisa tem como objetivo caracterizar as práticas de gestão ambiental e suas aplicações adotadas em propriedades rurais localizadas no município de Ipaba-MG. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre gestão ambiental, contabilidade rural e sustentabilidade. Posteriormente, foi elaborado um roteiro de entrevistas articuladas com o referencial teórico direcionado aos produtores rurais, em seguida, foram entrevistados 3 (três) produtores. Após a análise dos dados, constatou-se que a maioria dos produtores se preocupa com a gestão ambiental rural, porém, alguns ainda não a introduziram em suas propriedades.

 

PALAVRAS-CHAVES: Contabilidade Rural, Gestão Ambiental, Produtor Rural, Sustentabilidade.

 

1 INTRODUÇÃO

 

            O presente trabalho acadêmico tem por objetivo, desenvolver a noção da Gestão Ambiental, seus conceitos, características e aplicações na atividade rural. Obteve-se como referencial teórico literaturas e outros meios para o conhecimento do tema e estudo de caso.

Conhecer um tema tão abrangente e altamente discutido na atualidade não é tarefa fácil, dessa forma, a escolha de um subtema partiu da necessidade e curiosidade de analisar a importância da Contabilidade Rural e dos Produtores Rurais. Como citado por Calderelli (2003) que define Contabilidade Rural como “aquela que em suas normas baseadas na orientação, controle e registro dos atos e fatos ocorridos e praticados por uma empresa cujo objeto de comércio ou indústria seja agricultura ou pecuária”, e  O Manual de Orientação da Previdência Social na Área Rural, (2003, p.21), descreve o produtor rural como “pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve, em área urbana ou rural, atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem como a extração de produtos primários, vegetais ou animais, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou prepostos”.

A abordagem desses dois conceitos no tema da Gestão Ambiental justifica-se, pela necessidade do conhecimento e aplicação no dia a dia de várias pessoas principalmente na parte interiorana do país. Assim, a qualificação de profissionais com essa temática contribuirá para o esclarecimento e crescimento na formação pessoal e/ou profissional dos autores desse trabalho capacitando-os no possível auxílio de outras pessoas que não detém do mesmo conhecimento.

            A finalidade é analisar o assunto proposto de maneira ordenada e sintética. Inicialmente, pretende-se definir e confrontar os conceitos da Gestão Ambiental, posteriormente, identificar por meio de entrevistas de campo a comparação da teoria com a prática concluindo no final a comunicação dos resultados enfim atingidos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

 

O meio ambiente é um elemento primordial para a vida, pois dele se extrai todos os utensílios essenciais para a subsistência do ser humano. Dele originam-se todas as matérias-primas a serem utilizadas na produção de produtos industriais e regula todo o fornecimento dos recursos essenciais à vida.

A gestão ambiental é a área responsável pela garantia do uso racional dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade. Planeja, cria, executa e controla projetos que visam à preservação do meio ambiente. Analisa a poluição industrial do solo, da água, do ar e a exploração dos recursos naturais, com base nos dados encontrados elabora medidas a fim de minimizar a agressão ao meio ambiente ocasionada pela ação humana. Pode atuar tanto no planejamento, quanto na recuperação e manejo de áreas degradadas. Seu objetivo é sempre a sustentabilidade.

Sustentabilidade, segundo Moutinho e Pinto (2009), é um termo muito utilizado na atualidade quando o assunto é a preservação ambiental. Segundo os autores o primeiro termo que faz menção à sustentabilidade foi o ecodesenvolvimento, citado por Maurice Strong- Secretário-Geral da Primeira Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o meio ambiente, em Estocolmo, 1972, a partir daí foi fundido de tal maneira que atualmente é “a palavra da moda” (BRASIL sustentabilidade, 2013). No entanto, conforme abordado por Oliveira:

O conceito de desenvolvimento sustentável não responde com a radicalidade que lhe é exigida as questões ambientais do nosso tempo. Ele inscreve como sustentável muito do que continua a ser a manutenção de modos de produção e consumo que agudizam e impossibilitam a construção de mundo social, econômica eambientalmente justa. (2009, pag. 46).

 

Assim, percebe-se que há uma preocupação que vai muito além da análise ambiental, envolve um olhar holístico de todo o funcionamento de uma sociedade desde suas relações interpessoais até atingir a economia em escala global. No Brasil, conforme o artigo Sustentabilidade (BRASIL Sustentável, 2013) a sustentabilidade ganhou grandes dimensões a partir da Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO) em 1992, no Rio de Janeiro, mas as leis que tratam da conservação ambiental começaram a surgir a partir de 1981, que de acordo com Braga (2009, pag.7), merecem destaque:

ü  Lei nº 6.938 de 31/8/81: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

ü  Constituição Federal de 1988: dispõe sobre os princípios que norteiam a base da política ambiental no Brasil.

ü  Lei nº 9.605 de 8/1/97: institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema nacional de gerenciamento de Recursos Hídricos.

ü  Lei nº 9.605 de 12/2/98 – Lei de Crimes Ambientais: dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

ü  Lei nº 9.984 de 17/7/00: dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Recursos de Água (ANA) e suas providências.

ü  Resolução CONAMA nº 001/86: define as atividades que dependerão da elaboração de estudos de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA)

ü  Resolução CONAMA nº 020/86: estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional.

ü  Resolução CONAMA nº 05/88: regulamenta o licenciamento de obras de saneamento básico.

ü  Resolução CONAMA nº 001/90: define critérios e diretrizes para a emissão de ruídos.

ü  Portaria nº 036/90 – Ministério da saúde: aprova normas e o padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano, a serem observadas em todo o Território Nacional.

            Braga relata a grande importância das empresas e seu papel de responsabilidade quanto aos impactos provocados no ambiente, pois é a empresa quem mantém contato direto com a população. São elas que mudam seu comportamento criando produtos e impondo condições sócio/culturais ao consumo de novos produtos. A iniciativa privada, como relata a autora, concentra-se no ser humano, na tecnologia e no meio ambiente. As organizações transferem capital social de forma mais eficaz que o governo, pois trabalham constantemente com metas e obrigações. A empresa deve comprometer com o ser humano, desenvolver profissionais, proporcionar melhor qualidade de vida a estes, principalmente aos efeitos provocados pelas suas ações sociais, provocando assim, mudança no comportamento dos cidadãos.

         O compromisso da empresa está além do fazer, deve transparência ao seu grupo de Stakeholders (acionistas, investidores, governo, clientes, sindicatos, famílias, dentre outros).  As empresas são constituídas de homens que tomam decisões sobre o uso de recursos naturais na produção econômica, afetam a vida de outros homens que dependem dos recursos naturais para sua subsistência, de forma cíclica o homem que agride a natureza passa a ser vítima de sua própria decisão, seja para consumir um elemento natural que foi extinto, seja pela falta de consumidores do seu produto devido a uma das partes da cadeia produtiva, que outrora era seu consumidor, agora ficou sem renda.

            Contudo, para que a gestão ambiental ocorra de fato como o almejado deveriam ser concretizadas a partir da atitude de restabelecer todas as problemáticas da sociedade, o trabalho é de conscientização social, para que a ação do homem apresentada nas indústrias, empresas e em todos os seus instrumentos de produção hoje conhecidos, reconheçam suas atitudes e percebam o quanto tem agredido à própria fonte de seus recursos. Pensando assim, além de si próprio, do desejo exagerado pelo consumo compreenda o futuro de suas futuras gerações.

            A Socióloga Oliveira (2009, p. 66) aborda que é hora de questionar o que de fato compreende a sustentabilidade, há um mundo doente, contaminado pela agressão da ação do homem ao meio ambiente. Em contrapartida, a sustentação do desenvolvimento.  O capitalismo em seu fim consumista e de acúmulo exagerado de capital seria capaz de desenvolver-se sustentavelmente?

            Como Morin (2000), bem aborda em dois dos seus sete saberes necessários para a educação do futuro é preciso humanizar o ser humano que por vez é vilão da própria criação capitalista, revelar a existência da identidade humana e seu relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie, abandonar o que o autor nomeia como indiferença. É necessário compreender o ser humano, suas necessidades, abandonar o individualismo, dentro das relações, tanto individuais quanto as de contexto global e compreender a condição planetária, as realidades de seus recursos, as visíveis perdas naturais, os riscos do pensamento capitalista na questão da produção exacerbada. Avaliar às diversas alocações sociais e suas indiferenças, os desperdícios, a educação, a má distribuição dos recursos produzidos. Somente a visão holística do homem e sua reflexão sobre sua exploração ao meio ambiente serão capazes de recuperar as perdas, reerguer a economia de forma a sustentar o desenvolvimento econômico e social, e por fim preservar a fonte geradora de toda a sobrevivência deste ciclo: o meio ambiente. Somente assim nosso universo poderá proporcionar as gerações futuras à garantia de uma vida sadia como outrora usufruímos.

3 ESTUDO DE CASO

 

O estudo de caso abordado a seguir, tem como objetivo demonstrar mediante análises e relatórios das entrevistas a importância da contabilidade rural e da gestão ambiental nos processos agropecuários dos agricultores do município de Ipaba-MG. Os dados coletados foram indicados também pelo sindicato dos trabalhadores rurais do município em questão.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipaba estão registrados aproximadamente 700 produtores rurais excluindo-se os aposentados, sendo que, a população de Ipaba, segundo o IBGE (2010) é de 16.692 habitantes.

Através dos dados coletados, observa-se que os entrevistados têm em média 32 anos de atuação como trabalhadores rurais na região e a produção destes pequenos e médios produtores têm como finalidade tanto o consumo próprio e de subsistência como a venda. São produtores individuais e utilizam a terra com lavouras temporárias e permanentes. Essas áreas utilizadas pelos produtores foram adquiridas de acordo com os dados da tabela a seguir acompanhados do tamanho da propriedade e da lavoura relacionados à quantidade produzida e o preço médio de venda:

 

Tamanho da propriedade (P) e a lavoura (L)

Quantidade produzida

Preço médio de venda ou renda

Forma de aquisição da propriedade

Edison

P- 3,27 há;

L- 3,27 há.

A produção varia de acordo com o produto produzido.

Varia de acordo com o tipo de mercadoria.

Terra arrendada

João

80 hectares

         *

             *

Terras próprias/herança

Iolanda

P-28 há;

L-8 há.

200 ton. de cana de açúcar;

10 carros de milho.

Renda de R$ 24 mil de açúcar;

R$ 6 mil de milho.

Terra própria

 Tabela 1 Dados referentes à propriedade e o cultivo

Marion (2002) menciona que, na atividade agrícola, um aspecto importante é o ano agrícola x exercício social. Porém, nessa atividade, a receita concentra-se normalmente durante ou logo após a colheita, ao contrário de outras atividades cuja receita se distribui ao longo dos doze meses. Se o ano agrícola terminar em março, o exercício social poderá ser encerrado em 31/03 ou 30/04 e assim sucessivamente, evitando-se assim, a cultura em formação por ocasião da apuração do resultado. Ao encerrar-se o exercício social antes da colheita tem-se plantas em crescimento, o que dificulta a apuração do resultado final, assim, para obter-se um resultado justo recomenda-se encerrar o exercício social após a colheita e a comercialização.

Essa comercialização é feita em feiras livres da cidade de Ipaba e no CEASA, que é localizado na cidade vizinha (Ipatinga-MG). Tendo em contrapartida uma contribuição obrigatória no valor de R$ 10,00 (dez reais) à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) paga pela utilização do local onde se instalam as feiras.

Com a evolução da agricultura, devido ao aumento da produtividade e demanda dos produtos ofertados, os produtores rurais (grande, médio e pequeno), passaram a utilizar incorretamente adubos e defensivos químicos que porventura geraram grandes índices de intoxicação e doenças principalmente aos trabalhadores que aplicam esse composto. Ocorreram também neste processo de extensão da produção rural, um vasto desmatamento, a degradação do solo e dos recursos hídricos para o cultivo da agricultura. Gerando assim, impactos socioambientais.

De acordo com os entrevistados, todos têm consciência dos impactos da utilização dos produtos químicos na plantação, alegaram que nunca ocorreram casos de intoxicação em empregados ou familiares. Levam em conta a preservação do solo, evitam a queima do mesmo para que não percam seus nutrientes e nem se torne improdutivo. Segundo o produtor João Fernandes[1], “Faz-se o remanejo de descanso da terra. Arar a mesma é fundamental a cada término de uma plantação, para que ocorra a mistura do adubo orgânico; que está na superfície, com a parte interna do solo enriquecendo-o, e entre os processos de plantação é necessário que ocorra uma rotatividade de cultura”.

No campo do Direito do Trabalho, os empregados não possuem benefícios, pois os produtores utilizam do trabalho de diaristas sem vínculos empregatícios. Declararam também, a não utilização da Mão de obra infantil, e segundo a presidente do sindicato Iolanda Vieira de Barros[2]: “Procuramos sempre estar atentos e fazemos visitas frequentes nas lavouras para a fiscalização”.

 A Contabilidade Rural é uma ferramenta gerencial para os produtores rurais que permite, por meio da informação contábil, o planejamento e o controle orçamentário para tomada de decisões, além de contribuir para o controle dos custos e dos resultados obtidos. Essas informações são indispensáveis para planejar a diversificação de culturas e a modernização do setor. Constatou-se, porém, que a Contabilidade Rural é uma das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores residentes no município de Ipaba. Portanto, demonstram desconhecimento e o pouco interesse na utilização da Contabilidade Gerencial, mesmo porque, os contadores da região não incentivam a procura dessas informações, estão focados simplesmente nas questões burocráticas da profissão. Dessa forma, os produtores ressaltam que os benefícios proporcionados pelo profissional contábil são restritos apenas à emissão de guias, documentações e as demais legalizações.

A maior assistência técnica oferecida para os produtores rurais provém da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), vinculada à Secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem a missão de promover o Desenvolvimento Sustentável, implementa-se políticas públicas com foco na agricultura familiar. Prestam assessoria na aquisição de insumos e vendas da produção, promovem a participação na condução de programas e projetos de desenvolvimento social e econômico com elaboração de planos e projetos para propriedades e comunidades rurais bem como sua implantação, por fim, promovem eventos agropecuários para orientação na organização da produção, na classificação e embalagens dos produtos e prestação de informações ao mercado.

 

4 RESULTADO DAS DISCUSSÕES INTERGRUPAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS E NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O mundo está sofrendo inúmeras transformações no aspecto de seu atual processo produtivo, todas as profissões estão passando por reflexões sobre sua atuação dentro dessa nova esfera, o grande assunto é sustentabilidade e a preocupação em produzir sem gerar grandes perdas ao meio ambiente. Ao profissional contábil não é diferente, já existem legislações preocupadas com a contabilização das perdas ao meio ambiente, bem como as atividades sociais das organizações que o agridem utilizam para reverter esse processo.

No estudo de caso apresentado, pode-se perceber que o profissional contábil que presta serviços aos produtores rurais prende-se somente ao serviço tradicional do contabilista: gerar guias, emitir os livros contábeis e cuidar da legislação e dos processos burocráticos. No entanto, dentro da realidade dos produtores, o contabilista poderia fornecer consultorias, alertar a estes os riscos decorrentes da sua produção, propor melhores condições de trabalho aos seus funcionários e apresentar as diversas medidas propostas pelo governo para a gestão de seus serviços. Assim, proporcionaria melhorias não somente aos produtores rurais, mas também a sociedade residente ao condicionar trabalhos fixos e dignos a seus membros. O profissional contábil presente no novo cenário econômico, e de forma especifica ao município de Ipaba-MG, deve propor uma visão holística do sistema produtivo. No caso dessa região o contabilista é também o único gestor dos produtores, que em sua maioria não possuem conhecimento sobre gerenciamento. O contador deve abandonar antigos paradigmas, deixar de submeter-se apenas aos temas contábeis e fiscais, deve inteirar-se do que acontece ao seu redor, na sua comunidade e no mundo. Enfim, deve estar consciente de sua responsabilidade social e profissional.

Deste modo, o profissional da contabilidade precisa aprender a lidar com as mudanças, alimentando idéias novas para melhorar o seu desenvolvimento profissional e interagindo com as transformações que venham engrandecer o trabalho contábil. O que não pode mais acontecer é um profissional reduzido à rotina do dia a dia das empresas, submeter-se apenas às informações de ordem econômico-financeira.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas originem o menor impacto possível sobre o meio. Esta organização vai desde a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. É a consequência natural da evolução do pensamento da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais de modo mais sábio, onde se deve retirar apenas o que pode ser reposto ou caso isso não seja possível, deve-se, no mínimo, recuperar a degradação ambiental causada.

A contabilidade rural é uma importante ferramenta gerencial que compreendemos não ser utilizada pelos produtores rurais da região, cabe, no entanto, ao contabilista destacar aos mesmos a segurança que os relatórios contábeis fornecem quanto ao seu planejamento orçamentário, controle de seus custos e na gestão do patrimônio familiar assegurando os bens deixados para os seus sucessores. Portanto, o conhecimento das informações contábeis do setor rural contribui para o melhor gerenciamento de seus produtos e serviços e proporciona eficácia do seu ciclo produtivo.

 Com isso, o profissional contábil deve acompanhar a evolução do cenário onde está envolvido, até porque é o traço do perfil quem determina a manutenção do profissional no mercado, e quando falamos em cenário não podemos deixar de falar em conhecimento, tecnologia e ética profissional.

REFERÊNCIAS

 

ANGRA, Nadine Gualberto; SANTOS, Robério Ferreira dos. AGRICULTURA BRASILEIRA: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO. Disponível em: <http://www.gp.usp.br/files/denru_agribrasil.pdf>. Acesso em: 9 out. 2013.

BARROS, Iolanda Vieira de. Produtora rural e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipaba Minas Gerais. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 9 out. 2013.

BORILLI,Salete Polônia; PHILIPPEN, Rejane Bertinatto; RIBEIRO, Rosemeri Giaretta;HOFER, Elza.O USO DA CONTABILIDADE RURAL COMO UMA FERRAMENTA GERENCIAL: um estudo de caso dos produtores rurais no muncípio de Toledo-PR. Disponível em: < http://dgx64hep82pj8.cloudfront.net/PAT/Upload/1352868/301-1124-1-PB.pdf>. Acesso em: 5 out. 2013.

BRAGA, Célia (Org.). CONTABILIDADE AMBIENTAL: ferramenta para a gestão da sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. 169 p.

BRASIL sustentável. Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/sustentabilidade >. Acesso em: 8 out. 2013.

 

BRUNS, Giovana Baggio. AFINAL, O QUE É GESTÃO AMBIENTAL? .  Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/afinal,_o_que_e_gestao_ambiental%3F.html>.  Acesso em: 14 out. 2013.

 

CALDERELLI, Antônio. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 28 ed. São Paulo: CETEC, 2003.

 

CORDEIRO, Jailma do Socorro; DUARTE, Ana Maria da Paixão. O PROFISSIONAL CONTÁBIL DIANTE DA NOVA REALIDADE. Disponível em: <http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualit as/article/viewFile/57/49>. Acesso em: 14 out. 2013.

 

DESENVOLVIMENTO DA SUSTENTABILIDADE E DA AGRICULTURA MODERNA. Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/desenvolvimento-sustentabilidade-agricultura-moderna/>. Acesso em: 8 out. 2013.

 

EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS (EMATER-MG). Disponível em: < http://www.emater.mg.gov.br/>. Acesso em: 14 out. 2013.

 

FERNANDES, João Pereira. Produtor/Empresário Rural e Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 10 out. 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 14 out. 2013.

MARION, José Carlos. Contabilidade Rural: Contabilidade Agrícola, Contabilidade

da Pecuária, Imposto de Renda, Pessoa Jurídica. 4. ed.  São Paulo: Atlas, 2002.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Disponível em: <http://www.juliotorres.ws/textos/textosdiversos/SeteSaberes-EdgarMorin.pdf>. Acesso em: 08 out. 2013.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2. ed. São Paulo: Cortez, Brasília: UNESCO, 2000. 102 p.

MOUTINHO, Paulo; PINTO, Regina P. (Org.). AMBIENTE COMPLEXO, PROPOSTAS E PERSPECTIVAS SOCIOAMBIENTAIS. In: OLIVEIRA, Nilzélia. DESAFIO AMBIENTAL NO CENÁRIO CAPITALISTA CONTMEPORÂNEO: desenvolvimento sustentável ou sustentação do desenvolvimento. São Paulo: Contexto, 2009. p. 49-68.

SANTOS, Edison Andrade dos. Produtor rural e Representante do Conselho Fiscal na Associação Agropecuária (APACA G) da Comunidade dos Antunes e Guerra. Entrevista concedida a Verônica Cardoso Fernandes. 13 out. 2013.

SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Manual de Orientação da

Previdência Social na área Rural. 2 ed. Brasília: INSS / SENAR, 2003.p.21.

APÊNDICE

 

Nome completo do Entrevistado:

Data de nascimento:

Grau de instrução (Escolaridade):

Questionário:

1-      Qual a finalidade principal do seu estabelecimento?

a-      Atividade de turismo recreação

b-      Produção agropecuária

c-      Beneficiamento de produtos agrícolas

d-     Atividade de lazer

2-      Quanto tempo atua na agricultura?

3-      Qual a finalidade principal da produção agropecuária nele realizado?

a-      Consumo próprio e da família em sua subsistência

b-      Vendas

4-      No caso de vendas, o que você cultiva?

5-      O seu estabelecimento é:

a-      Terras próprias – É Herança A-Sim B-Não

b-      Terras arrendadas de outros

c-      Terras ocupadas ou cedidas

d-     Terras sem titulo definitivo

e-      Terras em parceria

6-      Uso da terra:

a-      Área de lavouras temporárias

b-      Área de lavouras permanentes

c-      Area de horticultura e floricultura

d-     Outros usos de áreas

7-      Qual a condição legal do produtor?

a-      Produtor individual

b-      Condomínio, consórcio ou sociedade de empresas

c-      Cooperativa

d-     Empresa privada

e-      Outra condição

8-      Qual o tamanho da propriedade? E da lavoura?

9-      Qual a quantidade produzida?

10-  Qual o preço médio de venda?

11-  Sabe ler e escrever?

a-      Ler

b-      Escrever

c-      Sim

d-     Não

12-  Teve curso ou treinamento de qualificação profissional? A- SIM B-NÃO

13-  Você tem consciência dos impactos sofridos ao meio ambiente com a utilização de produtos químicos na sua plantação?

14-  Já houve casos de seus empregados ao utilizarem adubos e defensivos químicos sofrer intoxicação?

15-  Você sendo um pequeno/Médio produtor, leva em conta a preservação do solo? Como?

16-  De uma plantação para a outra realiza quais processos, na utilização do mesmo solo?

17-  Qual o nome do sindicato patronal a que a sua empresa rural está filiada? Qual o tipo de contribuição a que ela está obrigada? Você ocupa algum cargo na sua entidade sindical? Você participa das negociações sindicais da sua categoria?

18-   Seus empregados são conscientizados da responsabilidade social que eles devem ter para com o meio ambiente? Em caso afirmativo, de  que forma?

19-  Sua empresa já tomou alguma iniciativa no sentido de aliar a forma do trabalho de seus empregados com a defesa do meio ambiente?

20-  Como a sua empresa combate a exploração do trabalho infantil no meio rural?

21-   A sua empresa se preocupa, e de alguma maneira facilita, o acesso à educação formal aos filhos de seus empregados? 

22-   Além do salário devido e pago aos empregados, a empresa concede aos mesmos outros tipos de benefícios? Em caso afirmativo, mencionar.

23-  Onde é vendido seu produto?

24-  Você paga imposto para vender neste local? À quem? Quanto?

25-  Com qual freqüência freqüenta?

26-  É uma licença/Alvará? Qual a validade?

27-  Você possui vinculo no sindicato? Paga contribuição? Mensal ou anual? Qual valor?

28-  Você possui vínculos com escritórios contábeis da sua região?

29-  Conhece algum beneficio que um profissional contábil pode lhe trazer? Qual?

30-  Como é feito o planejamento/controle da sua plantação?

31-  De onde veio o conhecimento que você possui de planejar e de orçamentar?

32-  Caso seja oferecido a você uma consultoria que tem por objetivo trazer informações sobre planejamento, controle, orçamento, receitas e custos; estaria aberto a essa inovação e apoio externo?



                [1] Entrevista realizada com o João Pereira Fernandes, Produtor/Empresário Rural, em 10 out. 2013.

                [2]Entrevista realizada com a Iolanda Vieira de Barros, Produtora Rural e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipaba Minas Gerais, em 19 out. 2013.