A gestalt-terapia parte da premissa básica que a natureza humana é organizadora, como um todo, onde suas partes, ou seja, o meio, as relações interpessoais, sua vida interior (individualidade, sociabilidade) tem suas particularidades e influências neste todo. No entanto, a soma dessas partes com o mundo psíquico reflete necessariamente esse todo (bio-psico-social); onde a experiência é vivenciada pelo indivíduo neste termos e só pode ser entendida como terapêutica que trabalha o aqui e agora (presente) os fenômenos que emergem na terapia.

Segundo Hurssel (1980, apud CRITELLI, 1996, p.03) "o cliente deve ser abordado com a abstenção do terapeuta de qualquer juízo sobre o cliente, qual quer preconceito e tratá-lo sempre como um ser de relações no meio, não isolado." Sendo necessário uma visão holística do fato, sem julgamento em relação do que esse ser vivencia no meio.

A intervenção terapêutica serve para mostrar para cliente /paciente, coisas que ele não quer ver, conteúdos desagradáveis. Sendo a psicoterapia uma abordagem que mexe na estrutura egoíca do ser humano, o qual está no processo interventivo. A terapia deve ter como objetivo principal promover a auto-consciência e consciência dos outros e crescimento pessoal através da auto-responsabilidade, ou seja, é quando o paciente tem um Awareness, que se refere a capacidade de aperceber-se do que se passa dentro de si e fora de si no momento presente, em nível corporal, mental e emocional.

Construímos um mundo a partir de laços afetivos. Esses laços tornam as pessoas e as situações preciosas, portadoras de valor. Preocupamo-nos com elas. Tomamos tempo para dedicar-nos a elas. Sentimos responsabilidade pelo laço que cresceu entre nós e os outros. A categoria cuidado recolhe todo esse modo de ser. Mostra como funcionamos enquanto seres humanos (BOFF, 1999, p. 99).

Na gestalt-terapia o homem é visto como um ser particular, concreto, com vontade e liberdades pessoais, consciente e responsável.
Considero que a gestalt-terapia está no nosso cotidiano, só basta termos um ou vários problemas, casos que não foram fechados e atrapalham a nossa vivência em algum aspecto, seja bio-psico-social ou espiritual.

BIBLIOGRAFIA

CRITELLI, Dulce Maria. "Introdução" in Analítica do Sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo. EDUC: Brasiliense, 1996, p. 7-24.

BOOF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano ? compaixão pela terra/ Leonardo Boff ? Petropólis, RJ: Vozes,1994.


PERLS, F.S. (1973). A Abordagem Gestáltica e Testemunha da Terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. _____. (1942). Ego, Fome e Agressão. São Paulo: Summus, 2002.