GERENCIANDO EMOÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES

Sabemos que o ser humano é movido pelas suas emoções. Hoje, muitos artigos, textos e livros como “Inteligência Emocional”, “O Erro de Descartes”, “Energia Emocional” entre outros nos mostra que estudos a respeito do assunto estão avançando, e muitos comportamentos têm sido explicados a partir da premissa do “homem emocional”.

Praticamente muito já se falou sobre gerenciamento, planejamento, controle, execução, qualidade, métodos organizacionais, motivação, lideranças, etc. Em todos os aspectos, são inúmeras as teorias gerenciais. Entretanto, o “gerenciamento” da emoção, que é uma dimensão incrivelmente importante, tem sido negligenciado. Em meu trabalho, que realizo com organizações e seus colaboradores, observo que esse aspecto tem sido simplesmente deixado ao acaso ou, se utilizado, por uma fração imperceptível de gestores mais sensíveis.

O gerenciamento da emoção passa primeiro pela autogerência da emoção. Torna-se impossível lidar com as emoções dos outros sem que conheçamos nossas próprias emoções. Por que é tão importante o gerente aprender o gerenciamento da emoção. As pessoas necessitam de reconhecimento pelo que fazem; pelo seu bom trabalho realizado. Isso está diretamente ligado ao processo de auto-estima e motivação. É sabido que dificilmente alguém motiva alguém, na realidade o que existe é auto-motivação, pois quando se é reconhecido pelo bom trabalho realizado, o indivíduo internaliza esse reconhecimento e assim passa a realizar trabalhos sempre melhores. Podemos chamar a isto de “alegria”, “satisfação”, ora, o que mais as pessoas gostam quando estão alegres é compartilhar essa alegria. Para muitos gestores a dificuldade de lidar com a própria emoção faz com que se sinta incomodado com a alegria ou felicidade no outro. Colaboradores me dizem: “- Parece que nada que faço é suficientemente bom para agradar meu chefe e/ou gerente”. É necessário, se quisermos manter um clima de entusiasmo dentro das organizações, que os gestores aprendam a reconhecer os esforços dos seus colaboradores.

Tudo na vida é uma cadeia de acontecimentos. Investimento no Humano é por conseqüência, a visão gerencial de longo alcance. Obviamente, investir no humano não é simplesmente pegar os colaboradores e mandá-los para cursos ou treinamentos fora ou mesmo dentro da instituição. Investir no humano significa muito mais que isso; significa comprometer-se com as pessoas.

Em nenhuma outra época o gerenciamento das emoções teve peso tão grande como nos tempos atuais. Trabalhar num clima de apreensão, stress, medo, tristeza e insegurança certamente não são a melhor forma de se conseguir produtividade.

Pode parecer que esse texto esteja sugerindo que o gestor deva ser um super-homem. Além de ter todas suas atribuições, mais esta! Lidar com as emoções dos colaboradores.

Também nunca se disse que gerenciar é fácil... Lidar com pessoas por si só já é difícil, que dirá quando esse “lidar” envolve relação de influência. Porque gerenciar é influenciar.

O mundo empresarial incorporou um novo paradigma: Gerenciar pessoas é a função mais importante de qualquer líder ou gerente, portanto, temos que aprender a gerenciar emoções... Mas para ter êxito em um ambiente extremamente competitivo, é necessário flexibilidade para mudar e agilidade na mudança.

O mundo muda, os conceitos mudam, as formas de gerenciamentos mudam e também as pessoas mudam. Portanto, é fundamental que saibamos onde e quando precisamos mudar. Faça uma reflexão e veja se você não tem a ilusão de ser mais importante para sua empresa do que seu emprego para você. Na maioria das vezes, nos acomodamos e passamos a nos sentir seguro demais, sem nos darmos conta das mudanças que estão ocorrendo e da nossa necessidade de mudar.

Quem observa mais, quem amplia seus horizontes, quem investe em conhecimentos tem mais condições de criar, inovar, gerar soluções. Como disse Camplow há mais de 30 anos: “Os comportamentos adequados a uma posição organizacional não são adquiridos de uma vez e completamente quando a posição é assumida, mas são aprendidos e reaprendidos durante o período de uma carreira.”

Aprender a lidar com as emoções, sejam elas próprias ou dos outros, tornou-se um enorme diferencial no mundo corporativo, administrar os sentimentos diante das mais variadas situações tornou-se uma estratégia de carreira e um potencial para a performance profissional.

Quem adquire a capacidade de administrar as emoções estará mais preparado para receber e dar feedback. A pessoa que trabalha o lado emocional melhora significativamente a sua qualidade de vida, uma vez que não permite que acontecimentos “sem importância" a torne um forte candidato a problemas de saúde como, por exemplo, hipertensão, enxaquecas, dores musculares, depressão, entre outros.

Quando o profissional administra bem suas emoções, são significativas as chances dele se sentir bem no ambiente de trabalho. Há quem não tenha se dado conta, mas quando os profissionais amadurecem as emoções e administram bem as situações na empresa, tanto os índices de absenteísmo quanto de turnover caem. É bom lembrar que quando se está bem na organização, as chances das pessoas faltarem ou procurarem por outra oportunidade diminui.

Concluindo, é muito fácil observar o que acontece nas maiorias das empresas quanto á questão do emocional. As empresas tratam o ser humano como se ele só pensasse. A parte emocional não é considerada. Acontece que o homem é um animal racional – animal sente; racional pensa.

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