Geração Comunicação
Publicado em 08 de abril de 2010 por Nicole Carina Siebel
Estou em meu quarto, fazendo meu dever de casa quando de repente escuto minha mãe chamar "Filha, vem cá!", num tom de voz meio aflito.
Encaminho-me até onde ela está e a encontro sentada na frente do computador, mirando o monitor, inexpressiva.
"O que foi?", pergunto, vendo que ela está com o editor de textos aberto.
"Como é que eu mudo o tamanho da letra desse treco?", pergunta-me ela.
"Mãe, é só apertar aqui, olha!", digo, divertida pela dúvida dela.
"Aaa!" Ela exclama admirada, e volta-se para o teclado, onde volta a digitar um texto catando as teclas do teclado como uma galinha ciscando milho.
Eu dou uma risadinha abafada e volto para meu quarto pensando no quão boba era a dúvida de minha mãe com relação ao editor de textos. Computador pra mim não é mistério, assim como para a maioria dos meus amigos. Nós somos da geração das telecomunicações, das fibras ópticas, botões e da comida instantânea.
Mas então fico pensando em minha mãe... Quando ela tinha a minha idade ela nem sabia o que era um computador. Ligações telefônicas ainda eram demoradas e dependiam de uma telefonista. E televisão era coisa rara. Só rádio mesmo e daqueles enormes, que nem fita cassete tinham... Hoje nós temos computadores, laptops, MP3, celulares, e inúmeros recursos tecnológicos que nos permitem uma comunicação tão rápida e eficiente que nem nos damos conta! Passamos horas navegando na internet enquanto ouvimos músicas famosas no mundo todo, ou então ligamos a televisão e vemos notícias sobre acontecimentos passados do outro lado do mundo.
Fico imaginando como deveria ser há uns 500 anos atrás... Para uma notícia chegar deveria demorar um bocado... Tudo por cartas e ainda por cima sem "Sedex".
É mesmo fantástica a comunicação... Poder se expressar é uma maravilha e ter tantos meios para faze-lo é ainda mais fantástico. Posso conversar com amigos distantes apertando um único botão.Mas será que às vezes isso não se torna um tanto excessivo ou até mesmo prejudicial?
Se antes se enfrentava problemas com analfabetos, hoje temos os problemas com os mal alfabetizados... Quem jamais viu alguém escrever "serto"? E sem falar naquelas abreviações fantásticas que encontramos na internet... "Td", "vc"... Se esse código se resumisse ao uso na internet, certamente não representaria um problema, mas infelizmente não é bem assim e as professoras de português hão de concordar comigo...
Além dos assassinos de português, a facilidade de comunicação também gera uma série de crimes ligados a roubos de contas bancárias, senhas, informações confidenciais e uma série de outras coisas.
No fim de tudo, comunicar-se é bom, e ter recursos para faze-lo é ótimo, mas se não utilizarmos o direito de expressão e os meios de comunicação com ética e responsabilidade eles podem tornar-se inviáveis. E, claro, como tudo, em excesso pode nos prejudicar.
Sou despertada de meus devaneios pela voz de minha mãe.
"Filha, como eu salvo isso aqui?", grita ela lá do computador.
Sacudo a cabeça e volto até ela com muita paciência.
Encaminho-me até onde ela está e a encontro sentada na frente do computador, mirando o monitor, inexpressiva.
"O que foi?", pergunto, vendo que ela está com o editor de textos aberto.
"Como é que eu mudo o tamanho da letra desse treco?", pergunta-me ela.
"Mãe, é só apertar aqui, olha!", digo, divertida pela dúvida dela.
"Aaa!" Ela exclama admirada, e volta-se para o teclado, onde volta a digitar um texto catando as teclas do teclado como uma galinha ciscando milho.
Eu dou uma risadinha abafada e volto para meu quarto pensando no quão boba era a dúvida de minha mãe com relação ao editor de textos. Computador pra mim não é mistério, assim como para a maioria dos meus amigos. Nós somos da geração das telecomunicações, das fibras ópticas, botões e da comida instantânea.
Mas então fico pensando em minha mãe... Quando ela tinha a minha idade ela nem sabia o que era um computador. Ligações telefônicas ainda eram demoradas e dependiam de uma telefonista. E televisão era coisa rara. Só rádio mesmo e daqueles enormes, que nem fita cassete tinham... Hoje nós temos computadores, laptops, MP3, celulares, e inúmeros recursos tecnológicos que nos permitem uma comunicação tão rápida e eficiente que nem nos damos conta! Passamos horas navegando na internet enquanto ouvimos músicas famosas no mundo todo, ou então ligamos a televisão e vemos notícias sobre acontecimentos passados do outro lado do mundo.
Fico imaginando como deveria ser há uns 500 anos atrás... Para uma notícia chegar deveria demorar um bocado... Tudo por cartas e ainda por cima sem "Sedex".
É mesmo fantástica a comunicação... Poder se expressar é uma maravilha e ter tantos meios para faze-lo é ainda mais fantástico. Posso conversar com amigos distantes apertando um único botão.Mas será que às vezes isso não se torna um tanto excessivo ou até mesmo prejudicial?
Se antes se enfrentava problemas com analfabetos, hoje temos os problemas com os mal alfabetizados... Quem jamais viu alguém escrever "serto"? E sem falar naquelas abreviações fantásticas que encontramos na internet... "Td", "vc"... Se esse código se resumisse ao uso na internet, certamente não representaria um problema, mas infelizmente não é bem assim e as professoras de português hão de concordar comigo...
Além dos assassinos de português, a facilidade de comunicação também gera uma série de crimes ligados a roubos de contas bancárias, senhas, informações confidenciais e uma série de outras coisas.
No fim de tudo, comunicar-se é bom, e ter recursos para faze-lo é ótimo, mas se não utilizarmos o direito de expressão e os meios de comunicação com ética e responsabilidade eles podem tornar-se inviáveis. E, claro, como tudo, em excesso pode nos prejudicar.
Sou despertada de meus devaneios pela voz de minha mãe.
"Filha, como eu salvo isso aqui?", grita ela lá do computador.
Sacudo a cabeça e volto até ela com muita paciência.