Quando ouvimos a notícia de que ocorreu um genocídio ou então quando lemos nos livros de história sobre uma ocorrência genocida, vem logo à mente o fato de que houve a morte de inúmeras pessoas em um determinado local, país ou região. O genocídio é um crime rejeitado pelas organizações internacionais e condenado pela Organização das Nações Unidas e pelos próprios Estados dentro de sua ordem jurídica interna.

Não existe um número certo para que se tenha a nítida certeza que houve um genocídio em tal lugar. Podemos identificar um ato genocida tanto quando morrem 10.000 pessoas quanto 5.000. A classificação de genocídio não está ligada a números e sim, à natureza dos atos, dos objetivos...

Qual a diferença entre genocídio e terrorismo?

Este é um tema delicado, deve-se ter muito cuidado quando se pretende diferenciar estes dois atos que envolvem morte de várias pessoas. O termo genocídio vem de uma mistura do grego e do latim, onde génos quer dizer família, tribo ou raça, sendo que o sufixo da palavra quer dizer matar. Os objetivos do genocídio podem muitas vezes se confundir com os objetivos do terrorismo quando o genocídio pode seguir uma ordem política, religiosa, nacional, racial e por diferenças étnicas e culturais. Mas terrorismo e genocídio, mesmo tendo por vezes características parecidas -- "não são as mesmas coisas" -- visto que, um terrorista não tem em suas necessidades um tipo de limpeza étnica, social, a destruição de uma civilização, nação, cultura ou grupo racial e sim, influenciar e interferir na política, intimidar e coagir uma sociedade, muitas vezes arraigados à uma causa religiosa.

Ampliando. O terrorismo não persegue uma mudança na natureza étnica e social de uma determinada região e sim uma mudança política, religiosa e por vezes econômica. Já o genocídio, mesmo seguindo objetivos parecidos e com a intenção de matar pessoas não é considerado um ato terrorista, assim como houve em Ruanda na década de 1990, como quando os Curdos sofreram nas mãos do ditador iraquiano Saddam Hussein no Iraque, ou os Judeus quando Hitler quis "varrê-los" da Alemanha...

Segue-se o exemplo do Japão que os norte-americanos interpretaram e divulgaram para a opinião pública internacional que os países tríplices Alemanha -- Itália e Japão (segundo os próprios norte-americanos denominaram) pertenciam ao Eixo do Mal , e eram raças dominadoras e exploradoras e teriam que ser dizimadas...

Sob um pretexto político: intimidar as autoridades japonesas -- jogaram-se as bombas atômicas nas cidades respectivas para desestimular o povo japonês em persistir na guerra -- note que haviam civis nas cidades -- alheios aos embates e interesses políticos entre o Imperador japonês e o Alto Comando norte-americano -- e estes mesmos civis trucidados (muitas crianças, entre eles) eram representantes legítimos de uma etnia que era vista pelos norte-americanos como o Eixo do Mal...

Assim como, hoje, os norte-americanos, vêem os muçulmanos (leia-se árabes) como os mentores intelectuais do Terrorismo. Em que cabem alguns registros históricos anteriores, as primeiras ações terroristas de que se tem fatos documentados, foram, inequivocadamente, as "ações de guerrilha" comandadas pelo coronel Khadafi -- líder da Líbia --, visto que elas, tecnicamente, diferiam das ações de uma guerra convencional.

Vale lembrar que "as bombas de Napalm" lançadas contra civis no Vietnam não foram classificadas nem como ato terrorista e nem como genocídio. Eram apenas "exercícios militares" testando uma nova tecnologia bélica em ALVOS HUMANOS...

O genocídio é uma forma de discriminação objetivada por fatores políticos, religiosos e culturais, de acordo com a situação, considerado um crime não somente na ordem doméstica dos Estados, mas também, na ordem internacional.

A Convenção para a prevenção e a repressão do crime de Genocídio de 1948 argumenta no segundo artigo que genocídio é "qualquer ato cometido com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso... Observa-se então, que o genocídio, assim como o terrorismo, é considerado, pelos Estados, um crime contra o direito internacional, e assim sendo em alguns casos, contra os direitos humanos, e tais atos de violência deverão ser coibidos, proibidos e punidos seja em matéria de âmbito doméstico ou internacional, como regem os dispositivos da Convenção para a prevenção e a repressão do crime de Genocídio e também, a Resolução N. 1.373 do Conselho se Segurança, de 28.09.2001 de Combate ao Terrorismo e a Convenção Interamericana contra o Terrorismo de 2002.

Em tempo e a tempo:

O maior genocídio OFICIAL da contemporaneidade foi o Holocausto -- o extermínio de 06 (seis) milhões de judeus pelas forças militares alemães -- é bom que se diga "forças militares" para isentarem o ilustre povo alemão -- vítima de um Estado totalitário -- que fez o uso da força -- da repressão e da propaganda política para reprimir e alienar consciências e iniciativas que pudessem revoltarem-se contra o estado de coisas, atuante na época.

Reinaldo Müller > "Reizinho"