0. Introdução

O debate sobre género se instaurou, questionando ordens epistemológicas, atravessando territórios disciplinares, instaurando diálogo entre um movimento social - o feminismo -, e a academia. Com o enfoque de género desvendaram-se pluralidades, heterogeneidades e singularizações nas classes sociais1, contrapondo-se portanto a saberes universais e finalistas e à referência suprema das ciências sociais. Identificar regularidades, hegemonias e chegar a leis universais. É um conhecimento que privilegia práticas, fascina-se, como a história nova, com a margem, o dia-a-dia, a experiência, não fosse o saber quotidiano um conhecimento que une o “saber como” e o “saber para que”.

É sobre este (Género) que o presente trabalho tenciona debruçar-se ao focar mas sobre: Género no discurso das Ciências Sociais, nele, conceitos de género, origem do termo e suas primeiras utilidades ou significações, a influência do feminismo no discurso sobre género nas ciências sócias e outros aspectos seram relevados ao longo do desenvolvimento deste trabalho. 

0.1. Objectivos

Com este trabalho, o grupo tenciona alcançar os seguintes objectivos.

0.1.1. Geral

ü  Compreender género no discurso das ciências sociais.

0.1.2. Específicos

ü  Conceituar género;

ü  Descrever as origens do discurso sobre género;

ü  Identificar os precursores e os factores que contribuíram para o seu desenvolvimento;

ü  Valorizar o papel do feminismo no desenvolvimento do discurso sobre género.

0.2. Metodologia

A metodologia é definida como sendo as etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Nas ciências sociais os principais métodos de procedimento são: histórico, comparativo, monográfico ou estudo de caso, estatístico, tipológico, funcionalista, estruturalista e etnográfico, (LAKATOS/MARCONI; 1991:106).

Com vista ao enriquecimento do conteúdo, o estudo irá se apoiar ao método de pesquisa bibliográfica que, em linhas gerais é um apanhado sobre os principais trabalhos científicos já realizados sobre o tema escolhido e que são revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes. Ela abrange: publicações avulsas, livros, jornais, revista, vídeos, internet, etc. Esse levantamento é importante tanto nos estudos baseados em dados originais, colhidos numa pesquisa de campo, bem como aqueles inteiramente baseados em documentos, (SILVA,2001:34).

1. Género no discurso das ciências sociais

1.1. Conceito

Na tentativa de conceituar o género, Scott (1990:5), definiu este como sendo, “a percepção das diferenças entre os sexos, sendo constructo significante a demarcar relações de poder no meio social.

Ainda Scott argumenta que este conceito foi criado para opor-se a um determinismo biológico nas relações entre os sexos, dando-lhes um carácter fundamentalmente social. “O género enfatizava igualmente o aspecto relacional das definições normativas da feminidade” (Scott;1990:6).

Assim como enfatiza Mello (2010:3) que o género é um conceito das ciências sociais, produzido na década de 1970, que se refere à construção social do sexo, fazendo distinção entre o dimorfismo sexual da espécie humana e a caracterização de masculino e feminino que acompanham, nas culturas, a presença de dois sexos na natureza, ou seja, há machos e fêmeas na espécie humana, mas a qualidade de ser homem e ser mulher é condição realizada pela cultura.

A palavra sexo ainda para Mello, passa a designar especificamente a caracterização anátomo-fisiológica dos seres humanos. O sexo é dado pelas características biológicas: nasce-se macho ou fêmea da espécie humana. Ao passo que o género é o modo como as sociedades olham e pensam as pessoas do sexo masculino e as pessoas do sexo feminino; é a consequência do sexo numa organização social. Ou seja: não nascemos mulheres ou homens: tornamo-nos mulheres ou homens. É o trabalho de elaboração simbólica que a cultura realiza sobre a diferença anátomo-fisiológica (Idem).

Aliando-se a este ponto de vista, acrescenta Vilella & Arilha (2003:115) que:

Enquanto seres sexuados, percebemo-nos e situamo-nos no mundo como mulheres ou como homens. Tal percepção, embora tome como base a anatomia corporal visível, é mais prescritiva do que descritiva, pois o que é captado da corporeidade não é apenas “tenho uma vagina” ou “tenho um pénis”, e sim, “devo ser, sentir e me comportar deste ou daquele modo”. O género constitui o modo como nos relacionamos com nós próprios e com o outro. Assim, incide no processo de produção simbólica, definindo a maneira como cada um percebe o mundo, apreende os códigos de interpretação da cultura e estabelece pautas de interacção com o outro, marcando a actuação social de cada indivíduo.

1.2. Origem das discussões sobre o género

Inicialmente o termo “género” era utilizado praticamente como sinónimo de “mulher”. Teve sua origem no mundo académico no momento em que pesquisadoras feministas, buscavam, através dos chamados estudos sobre mulheres, desnaturalizar a condição da mulher na sociedade (Simião;2000:4).

...nesse sentido era preciso encontrar conceitos que permitissem diferenciar aquilo que as mulheres tinham de natural, permanente, e igual em todas as épocas e culturas (o sexo) daquilo que dava base para a discriminação e, por ser socialmente construído, variava de sociedade para sociedade e podia mudar com o tempo (o género) (Simião, 2000:4-5).

De acordo com Scott, a história das mulheres teria surgido nos anos 1960, com o movimento feminista exigindo que a historiografia apresentasse a participação feminina na história, resgatasse suas heroínas e que explicasse a opressão patriarcal. Estava-se num momento no qual os historiadores desfrutavam de uma “estranha imunidade”, “a de não pertencerem a nenhum sexo”; tinha-se, então, que convencê-los a assumirem que eles o possuíam, e que isso era relevante. A emergência da história das mulheres como um campo de estudo envolve, nesta interpretação, uma evolução do feminismo para as mulheres e daí para o género; ou seja, da política para a história especializada e daí para a análise (Scott;1990:8).

Foi a partir daí que o campo de investigação científico sobre as mulheres se ampliou, evidenciando a forte relação do movimento social com os estudos feministas.

2. A emergência do género nas ciências sociais

O conceito de género foi introduzido na História pela primeira vez pela historiadora Joan W. Scott com o seu famoso artigo “Gender a Useful Category of Historical Analysis”, onde dialoga com autores pós-estruturalistas como Michel Foucault e Gilles Deleuze e critica com eles a ideia iluminista da existência de um sujeito único universal com características biológicas consideradas a-históricas, que fundamentam os discursos da dominação masculina. Ao propor o uso da categoria Género para a análise histórica – e, por decorrência, para as Ciências Sociais –, pretende compreender e explicar significativamente o carácter relacional, transversal e variável dessa categoria analítica (Scavone;2008:40).

O termo foi incorporado por diversas disciplinas recebendo nuances diferentes em cada uma delas. “Assim, antropólogos, sociólogos, psicólogos, cientistas políticos foram dando cores diferentes ao conceito, conforme a bagagem conceitual específica que suas disciplinas traziam” (Simião;2000:10). Neste sentido, COSTA (1994), cita diferentes leituras que se faz da interpretação de género:

ü  Género como variável binária;

ü  Género como papéis sexuais dicotomizados;

ü  Género como uma variável psicológica;

ü  Género como tradução de sistemas de culturas; e

ü  Género como relacional.

Apresenta-se sucintamente, a seguir, estas diferenças interpretações:

ü  Género como uma variável Binária - a interpretação de género como uma variável binária (Homem X Mulher) enfoca a diferença sexual como determinante na forma como homens e mulheres se comunicam pois, segundo essa visão, “(...) homens e mulheres têm essências diferentes, coisa que reflectiria na sua forma diferente de utilizar a linguagem (os homens tenderiam a se expressar de forma mais directa e autoritária e as mulheres dominariam uma linguagem mais cheia de nuances)” (Simião;2000:11).

De acordo com esta conceituação, todos os homens e mulheres são iguais, não sendo levados em consideração a multiplicidade de masculinos e femininos e os diferentes usos que homens e mulheres fazem da linguagem.

ü  Género como papéis dicotomizados - segundo esta interpretação “a sociedade impõe certos papéis para os homens e outros para as mulheres e que vão determinar a forma como homens e mulheres se vêem e como se relacionam uns com os outros” (Simião;2000:11). Esta visão representou um avanço, pois não está mais limitada ao factor biológico como determinante das acções e reacções dos homens e mulheres, entretanto considera “ a mudança como algo que ocorre nos papéis de cada género (...) não como algo que surge dentro das relações entre os géneros em consequência da interacção dialéctica entre a prática social e a estrutura social”. Esta visão não procura entender como os papéis masculinos e femininos são definidos e quem os determina. Na análise, não são levados em consideração as relações de género e poder e outros factores que também contribuem para a definição de comportamentos como, por exemplo, raça, credo, etnia, etc., o que pode criar estereótipos de homens e de mulheres.

ü  Género como uma variável psicológica - De acordo com esta interpretação, utilizada maioritariamente por psicólogos, a diferença entre masculinidade e feminilidade seria uma questão de grau. Os teóricos dessa variável sugerem a construção de uma escala onde o mais masculino ficaria em um dos extremos e o mais feminino no outro e todos os indivíduos se localizariam entre os mesmos. Os indivíduos que se localizassem no centro da escala, o que era considerado ideal, seriam os andróginos. Porém, “o exame cuidadoso da validade do constructo da escala não era capaz de determinar o que exactamente estava sendo mensurado, nem o que significava”. Acrescenta-se que, o género como força ou orientação psicológica, continuou fundamentando noções tradicionais de masculinidade e feminilidade e terminou por reificar ainda mais esta mesma distinção a que se propunha dissolver (Costa;1994:152).

ü  Géneros como tradução de Sistemas culturais - Os teóricos desta interpretação afirmam que homens e mulheres vivem em mundos separados. Já na infância, meninos e meninas são educados para agir e se comunicar de forma diferenciada. A eles são ensinados direitos e deveres diferentes, criando assim as subculturas e quando tentam comunicar-se entre si geralmente são mal sucedidos (Costa;1994:153). Há que se tomar cuidado com a noção de mundos diferentes. Ela pode obscurecer a visão e impedir que se perceba de forma clara a dominação de um sobre o outro. Segundo este autor, “o discurso sobre ‘mundos separados’ põe demasiada ênfase na diferença, negligenciando as importantes semelhanças entre os seres humanos” (Costa;1994:155). Essa perspectiva vê a cultura feminina como sendo homogénea, como se todas as mulheres fossem iguais, não levando em consideração classe, raça, etnia, idade, etc.

ü  Género como relacional - A visão de género como relacional representa um avanço, pois são considerados o contexto em que os indivíduos estão inseridos, as relações de poder, as crenças, as etnias, etc., que são factores que contribuem na formação das identidades masculinas e femininas. Este grupo de teóricos sustenta que as relações de género são construídas com base na interacção social, no sistema social de relacionamento em que os indivíduos estão inseridos, abandonando a visão binária e da divisão de papéis e permitindo uma concepção dinâmica de masculinidade e feminilidade de acordo com a situação social em questão. Também permite ver a pluralidade de homens e mulheres dentro de seu contexto social, levando em consideração os vários factores que influenciam na formação da personalidade dos sujeitos. Ao se privilegiar a pluralidade, entende-se como categorias de género, além de homens e mulheres, também homossexuais, bissexuais e transexuais. Assim como acrescentou Costa, “os géneros passam a ser entendidos como processos também moldados por escolhas individuais e por pressões situacionais compreensíveis somente no contexto da interacção social” (Costa;1994:161).

É importante ressaltar que, apesar da consolidação do campo de estudos “sobre mulheres” ter ocorrido na época da eclosão da fase contemporânea do feminismo, especialmente na Europa pós-68 e nos Estados Unidos, obras anteriores a esse período foram importantes para abrir caminho para a construção de um campo de estudos, assim afirma Scavone (2008:21).

Na Sociologia, por exemplo, destacam-se as pesquisas pioneiras de Madeleine Guilbert, em 1946, que já iniciavam a investigação sobre o trabalho das mulheres. E na Antropologia, em 1948, os trabalhos de Margareth Mead, também já tratavam a condição feminina. Já no campo da Filosofia e da Literatura, Simone de Beauvoir publicou o livro O segundo sexo, em 1949, que gerou um debate político mais radical e lançou as matrizes teóricas de uma nova etapa do feminismo, A ideia central deste livro, era de que não se nasce mulher, mas torna-se mulher (Mello;2010:6).

3. O movimento feminista e as abordagens sobre o género

O contexto em que se encontra a produção teórica sobre género é o das transformações políticas, económicas e sociais pelas quais a sociedade moderna passou, criou condições para que “as ideias defendidas por essas lutas criaram condições para a emergência de uma teoria crítica feminista que, por sua vez, influenciou e incrementou estudos e pesquisas científicas sobre as relações sociais de sexo/género na academia ou fora dela” (Scavone;2008:176).

O feminismo, movimento que teve como substrato material a sociedade urbano-industrial moderna, cuja configuração se acelerou justamente nesse período e foi marcada pela entrada das mulheres no mercado de trabalho, a qual se ampliou progressivamente no decorrer do século XX. Aos poucos, as mulheres passaram a ter uma dupla jornada de trabalho (doméstica e extra doméstica) e, com isto, a nova responsabilidade de conciliar vida profissional com vida familiar.

Scavone (2008), aponta um outro factor importante neste processo, que foi o advento da contracepção medicalizada e segura nos anos de 1960, dando possibilidade às mulheres de escolherem o número de filho/as que desejavam e romperam com o determinismo biológico e social da maternidade.

Os estudos de género e feministas tiveram a influência das lutas por redistribuição, justiça e direitos políticos e sociais e/ou por lutas pelo reconhecimento e/ou identitárias. O principal objecto de estudo era a transformação das relações de dominação e poder masculinos no contexto mais amplo da sociedade. “Buscaram compreender os problemas que constituem as relações de género na sociedade, trazendo-os para o debate e a reflexão política e sociais mais amplos, associando-os em determinadas análises, à classe e à raça, especialmente no Brasil e no restante da América Latina” (Scavone;2008:176). Esses estudos contribuíram para mostrar o alcance da disparidade social, política, económica, cultural e científica de género.

A teoria de género resulta sobretudo, de um diálogo com o pensamento social, em suas diferentes abordagens. A incorporação dessa teoria nas Ciências Sociais é efectivada pela utilização cada vez mais recorrente de seus principais conceitos – género, relações sociais de sexo, patriarcado, dominação masculina – e pelas implicações que os acompanham. Há uma articulação da teoria de género com reflexões políticas e sociais mais amplas.

4. Género e trabalho

Lobo (1991:203) indica que o uso do conceito de género na Sociologia do trabalho coincidiria com “a problematização da subjectividade e também com as identidades presentes no mundo do trabalho”.

Ao relacionar género e trabalho, Castro (1992:82) destaca que os estudos iniciais, feministas, em particular na década de 70, privilegiaram a valorização social do trabalho doméstico, ressaltando também a articulação entre produção e reprodução, rompendo enfoques economicistas na análise das relações sociais.

Em princípio, o objectivo essencial dos debates feministas, era de tirar a mulher da invisibilidade social e por ressaltar a vitalidade da vida quotidiana, sexualizada, que se afirmaria por distintos espaços, a tónica do conhecimento sobre mulher e trabalho foi destacar denúncias e apelar para a especificidade. Contudo, algumas vezes se resvalou para o uso acrítico e universalizante de alguns esquemas analíticos.

4.1. A actualidade e os problemas sociais e sociológicos do género  

A violência doméstica, sexual, familiar, a pouca presença das mulheres nos espaços públicos de poder institucional, a responsabilidade feminina pelo espaço privado, o machismo manifesto e o dissimulado, e o assédio sexual e moral no trabalho constituem-se alguns dos inúmeros problemas sociais e sociológicos que passaram a ser tratados pela Sociologia sob a óptica de género por meio de pesquisas empírico-teóricas (teses, dissertações, monografias, livros, artigos), tornando visíveis as implicações sociais, políticas e económicas da dominação masculina (Mello;2010:12).

5. Conclusão

Termina assim o presente trabalho da cadeira de Género, onde se debruçou sobre o género no discurso das Ciências Sociais. Ao longo de realização do mesmo, foi possível constatar que género é um conceito das ciências sociais que procura explicar as diferenças entre sexos construídas pela própria sociedade, isto é, não são as formas fisionómicas de homem ou mulher que definem o género, mas, são formas socialmente construídas onde as crianças logo na sua infância, são educadas como devem se comportar, agir, comunicar e se inserir na sociedade segundo os seus sexos.

As discussões sobre género, sobretudo no discurso das ciências sociais começam quando as feministas, principalmente Joan Scott introduz na História, alguns conceitos ou abordagens reclamando o lugar da mulher na história, pois para esta autora, não fazia sentido que as mulheres fossem discriminadas em toda a história sendo apenas deixadas para o segundo plano. Depois deste faço, varias ciências como a Psicologia, a Sociologia, Antropologia, a própria História e outras, começam a fazer abordagens incluindo o papel da mulher na sociedade.  

6. Referências bibliográficas

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