FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA DA PESQUISA: UM BREVE HISTÓRICO

Com a evolução dos tempos passa a surgir a necessidade de buscar formas de chegar ao conhecimento. Mas de qual conhecimento estamos falando? Sabemos que conhecer é estabelecer uma relação entre aquele que quer saber, que se procura conhecer.
A partir do momento que vamos alimentando nosso conhecimento penetramos em novas realidades, que atrelada a nossa curiosidade, passamos a construir as varias dimensões do conhecimento. Temos então o conhecimento sensível, comum, filosófico e cientifico. Cada um versa especificamente sobre determinado ponto de vista.
O conhecimento sensível é todo aquele que é perceptível pelos órgãos do sentido, é comum ao homem e aos outros animais em função de sua presença concreta. Já o conhecimento comum, senso comum, ou conhecimento empírico e transmitido de geração em geração. É o conhecimento corriqueiro, chegando a fazer parte da tradição cultural de um povo.
No conhecimento filosófico não temos a apresentação de soluções definitivas, mas este conhecimento habilita o homem a fazer uso das suas faculdades para entender o sentido da vida, esse tipo de conhecimento, se dá pela reflexão e pelo uso da razão.
No entanto, o conhecimento teológico, ao contrario do filosófico, trata de verdades e princípios, muitas vezes sem comprovação, mas que se transformam em dogmas, que são aceitos sem questionamento, isto é, é uma aceitação movida pela fé.
Finalmente, o conhecimento científico é objetivo porque explica os motivos de sua certeza, descreve os fatos comprovados por meio de experiências ou observações.
Após a separação para demonstração da dimensão do conhecimento iremos enfatizar sobre a importância e finalidade da ciência, para então adentrarmo-nos diversos métodos científicos.
A ciência atual é relativamente recente e sua evolução de fato acontece nos séculos XVI e XVII, expressa através de nomes como, Galileu, Copérnico, Descartes, entre outros. Sua finalidade é afastar o "desconhecido", aumentar o conhecimento, descobrir novos fenômenos e aperfeiçoar os métodos de pesquisa.
Durante a revolução da ciência houve acumulação de saberes, que formavam um cabedal de conhecimentos que precisava de ordem para não ser desperdiçados, surgindo assim o primeiro passo para o nascimento do método cientifico.
O método científico é um conjunto de meios, que utiliza um raciocínio lógico por meios de hipóteses, organizando os dados. Os métodos de raciocínio mais usado são: o indutivo, que consiste em observar fatos, podendo levar a uma falsa premissa, e o método dedutivo, que parte de um conceito geral para o particular, utilizando um principio reconhecido como verdadeiro.
Alem destes, tem-se ainda os métodos: experimental que é mais utilizado em experiências laboratoriais; o estatístico que apóia-se em números e na teoria da probabilidade, não afirma verdade absoluta em ciências sócias, mas aventa possibilidades; o comparativo ou de equivalência que compra fatos e identifica particularidades comuns em indivíduos ou classes; o de observação, mais utilizado nas ciências sociais, dando credibilidade na pesquisa sobre os homens e suas relações; o dialético que permite a interpretação dinâmica da realidade, admitindo que os fatos sociais não podem ser analisados isoladamente; e finalmente, o monográfico que estuda um caso em suas minúcias, podendo servir de referencias para outros que tenham semelhantes características.
Após tratar das dimensões do conhecimento, dos métodos para chegarmos ao conhecimento de fato, precisamos entender qual é a metodologia que vai definir o tipo de pesquisa que atende aos nossos objetivos. Entende-se por pesquisa, um conjunto de atividades intelectuais que leva à descoberta de novos conhecimentos.
Toda e qualquer pesquisa possui a finalidade de descobrir respostas para as questões que intrigam a cientistas e estudiosos na área. Assim sendo, a pesquisa pode ter caráter minucioso, articulado e metódico, variando em pesquisa: bibliográfica, documental, descritiva, de campo e de caso.
A pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela busca do conhecimento já explorado, no intuito de buscar-se mais. Já a pesquisa documental consiste na coleta, classificação, seleção e utilização de todas as informações.
No entanto, enquanto a pesquisa descritiva, descreve características de uma população ou fenômeno, a pesquisa de campo observa o contexto no qual é detectado um fato social. Sendo assim, cabe a pesquisa experimental determinar um objeto de estudo para definição do controle de experimento, observando assim, os efeitos das variáveis sobre o objeto de estudo.
Dentre tantos tipos e pesquisa, ainda temos a pesquisa participante, onde ocorre a interação entre o grupo pesquisado, e o pesquisador, porem, não havendo interferência do pesquisador, a pesquisa-ação, que consiste na participação ativa do pesquisador, e concluindo temos a pesquisa expost-facto, que versa sobre um fato já ocorrido, não sendo possível controlar suas variáveis.
Partindo destes pressupostos adentramos na pesquisa etnográfica e nas técnicas de pesquisa. A pesquisa etnográfica pode ser desenvolvida por sociólogos ou por estudiosos, sendo que cada um busca seu objetivo. No caso do estudo feito por sociólogos, busca-se descrição cultural de determinada população e o estudo desenvolvido por estudiosos tem o intuito de entender o processo educativo.
Assim sendo, as técnicas de pesquisa são utilizadas na busca de dados durante a realização de uma pesquisa e que pode ser dividida em observação e entrevista. As técnicas de observação se subdividem em: não participante (onde o grupo não sabe que está sendo observado); participante (onde o observador se identifica, revela sua intenção mas não interfere no ambiente a ser investigado) e a participante e ativa (onde o pesquisador revela sua intenção de pesquisa).
As técnicas de entrevistas, se dividem em estruturada e não-estruturada. Na entrevista estruturada pode ser elaborado um questionário ou formulário com diversas perguntas que serão utilizadas para coleta de dados do pesquisador. Esse questionário poderá conter questões abertas ou subjetivas e fechadas ou objetivas. Nas questões subjetivas o entrevistado vai ter de buscar sua própria resposta, porém, nas questões objetivas já contem as alternativas, obrigando de certa forma ao entrevistado escolher sua resposta.
Ao contrario de entrevista estruturada, na não-estruturada, o pesquisador pode ou não ter roteiro de perguntas. Ele pode fazer perguntas que não estejam no roteiro, mas que sirvam para suprir sua curiosidade.
No entanto, a história de vida, consiste na mais complexa entrevista, merecendo vários encontros entre pesquisador e pesquisado, para obtenção de dados bem detalhados sobre a vida do individuo.
Portanto, para se desenvolver um projeto de pesquisa é primordial o estudo dimensional do conhecimento, dos métodos de pesquisa e das técnicas de pesquisa, para daí então, formatar a idéia principal a ser observada, experimentada e possivelmente divulgada.

Referencias Bibliográficas

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23 ed. ver. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica. 11 ed. 3 reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.