Juliano Vilmar Dos Santos

Orientador Educacional

Função Social da Educação

RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo debater a função social da educação, o qual foi feita através de uma entrevista com uma professora do Ensino Fundamental, bem como a problematização do currículo de Geografia da turma do 8° ano Ensino Fundamental,e a importância que tais conteúdos representam para nossos alunos .

Palavras-chave:

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho resulta de uma pesquisa de campo e bibliográfica, requisito de avaliação na disciplina de Prática Educativa, no curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi.

O paper tem como objetivo principal trazer a função social da escola. Veremos que uma escola compromissada com o seu papel na sociedade deve se preocupar com as crianças que passam por suas mãos, transmitindo não apenas o currículo escolar, mas também desenvolvendo a criticidade, o questionamento, a sede por aprender, a criatividade, etc.

Analisaremos a disciplina de Geografia do 8 ° ano e qual a função Social que cada conteúdo representa. Questionarei a professora se na sua opinião todo o conteúdo da Grade de Geografia tem importância para a vida social e o que esse conhecimento traz de benefício para os nossos alunos.

2 Função Social da Escola

Às vezes, nós profissionais da educação, somos indagados sobre qual a importância da escola. Muitas vezes, até por nossos alunos que inocentemente dizem aquelas belas frases de sempre: Para que estudar isso; Meu tio nem estudou e vive muito bem; A escola não serve para nada, etc. São frases que à vezes escutamos mas que por ignorância ou por não dar muito interesse a pergunta não a respondemos.

Primeiramente, temos que esquecer a escola do passado, onde era destinada somente as elites da sociedade que sendo instruídos manipulavam os analfabetos. Depois, já com o acesso de toda a população na escola, do ensino baseado no medo, e do mecanicismo, em que o professor era o dono do saber e o aluno apenas era um ouvinte. Porque como nos traz Walzer (1999 ) se a educação fosse meramente reprodutora não haveria necessidade de existirem, para além da instituição da família, as instituições escolares, uma vez que a família parece cumprir perfeitamente o papel reprodutor de um conjunto de hábitos, costumes e tradições. Nota-se que a educação da escola não busca apenas reproduzir o que foi deixado pela sociedade de legado, mas também construir sujeitos críticos e aptos a entender o que nos rodeia no mundo atual.

Além de se compartilhar com este pensamento, TORRES (2006), enfátiza que “uma das funções sociais da escola é preparar o cidadão para o exercício pleno da cidadania vivendo como profissional e cidadão. Se pode delinear esta preparação não como apenas o repasse aos alunos dos conteúdos constantes nas matrizes, mas preponderantemente no fato de que o aluno deve interagir com seu meio ao estudar, por exemplo Geografia, e saber que tipo de clima predomina em sua cidade, qual o tipo de solo que pisa. Também pode se exemplificar esta interação quando o aluno visualiza as mídias sobre meio ambiente, e sabe qual é a origem da água que consome e onde ela é descartada; que em frente a sua escola é um ponto de poluição sonora; que o lixo que está na calçada provoca enchentes.

Temos que formar cidadãos que interajam com os conteúdos ensinados e não apenas recebedores de conteúdo. No mundo atual, a escola preocupada com o papel social tem que se preocupar com a formação do individuo enquanto cidadão e repensar a sua forma de ensinar os seus alunos, deve mostra caminhos, bem como mostrar como procurar tais caminhos. A escola deve intermediar no processo de ensino-aprendizagem, deve dar suporte ao aluno para que construa suas próprias teias do conhecimento. Deve despertar no aluno, também a criatividade, a motivação pelo estudo, pelo que ele representa na sociedade e que o estudo é umas das formas de reverter as desigualdades sociais.

2.1 ANALISE DO CONTEÚDO DE GEOGRAFIA

Visto a função social da escola, passaremos agora a analisar o conteúdo da disciplina de Geografia do 8 ° ano e qual a sua importância para os nossos alunos. Trabalharei pelo conteúdo central de cada bimestre e logo após a opinião da professora. O conteúdo central do primeiro bimestre é o Espaço Geográfico Mundial. A professora comentou sobre a importância de conhecer as mudança que ocorreram no mundo após a Segunda Guerra Mundial . È importante para sabermos como o Capitalismo se disseminou, o que havia por traz das lutas entre o Capitalismo e o Socialismo, porque há riquezas em alguns países e em outros há tanta pobreza,etc. Entender com isso, que o cidadão precisa estar preparado a lidar com as novas tendência do trabalho, ser qualificado, fazendo a diferença com criatividade, dinamismo, criticidade, etc. São atributos que o cidadão precisa estar apto a fim de sobreviver com o perfil econômico do momento. Por fim, a professora disse que todo ano eles vão a uma fábrica para conhecer o trabalho em grande escala. Outra característica do Capitalismo.

No segundo bimestre, os alunos estudam os aspectos físicos do Continente Americano. Este conteúdo é muito importante para que o aluno possa se localizar enquanto sujeito no lugar onde vive, bem como entender os aspectos físicos dos outros países, entendendo as peculiaridades mais marcante de cada país como: vegetação, clima, fenômenos naturais mais comuns, etc . Ter consciência do papel do homem na natureza, os fenômenos físicos que estão ocorrendo nos dias atuais por cauda dele e refletir que somos nós que poderemos construir um futuro mais equilibrado ecologicamente. contra de determinada região.

No terceiro e quarto bimestre são vistos respectivamente a América Central e a América do Sul. Nestes bimestres, são vistos os países mais emergentes de cada região e todo o aspecto socioeconômico. O aluno é questionado a comparar a região Norte e a do Sul e ver as diferenças e semelhanças mais marcantes entre eles. È feita uma análise de cada sociedade, sua cultura, a localização das principais indústrias bem como a distribuição de riquezas.

Segundo a professora de Geografia, o conteúdo do 8 ° ano é muito importante para a formação do sujeito enquanto cidadão. Embora alguns achem este conteúdo desnecessário, que muitas de nossas crianças nunca iriam usar este assunto na vida, ele contribui para a formação do sujeito na sociedade, pois conhecendo os aspectos sócio-políticos em todas as suas vertentes, o sujeito constrói uma visão crítica da sociedade, e passa a ser atuante quanto aos deveres e quanto aos direitos que possui enquanto cidadão.

Entretanto, a professora relatou que o conteúdo é apenas um norte para o professor, pois embora a função social da escola esteja ligada ao currículo escolar , quem cumpre verdadeiramente a função social da escola é o professor em sala de aula. Será ele que irá transformar meros assuntos curriculares em fonte de conhecimento, trará no aluno a sede por aprender, em desvendar o que não é dito, em despertar o aluno envergonhado ou sem interesse do fundo da sala e mostra os caminhos da sabedoria, a valor de cada aula dada. Sendo que como já foi relatado acima, de nada funcionaria a escola se tivesse a única função de transpassar a cultura da sociedade aos seus alunos , pois isso a instituição familiar já a faz muito bem. A escola do milênio de nada ajudará os nossos alunos se agir desta maneira, e apenas contribuirá para formar sujeitos marginalizados e sem nenhuma expectativa de vida.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho da Prática Educativa é muito importante para o futuro educador. Sendo que o contato com um professor que já atua em sala de aula, vivenciando as suas experiências, o que ele pensa sobre a função social da escola, contribuíram na formação do Eu professor. Claro que não podemos ser ingênuos e crermos que apenas uma mera conversa com um profissional da educação deixarão o futuro professor compromissado com o que faz. Também sabemos que poderíamos ter entrevistado um professor que não visse nenhum papel social da escola, mas, mesmo assim, já teria valor o presente trabalho. Valor este que serviria de exemplo de como não deve ser o papel do professor na educação e, se por acaso concordarmos com tal opinião, que sejamos sensatos e procuremos outra profissão.

Vimos através de referências bibliográficas que a escola não é mera reprodutora de conhecimento e sim participante junto com o aluno na construção do conhecimento. Temos que reaver a forma que ensinamos os conteúdos para os nossos alunos. Será que não é mais uma informação? Que poderia muito bem ser lida em casa em frente de um computador ou assistida em frente de uma TV ! Ou não, busquei sentido para os alunos no que ensinei, me tornei indispensável no processo-ensino aprendizado, porque fui o mediador do conhecimento e o aluno conseguiu criar as suas próprias trilhas do conhecimento. E é isso que precisamos, chega de alunos dependentes, precisamos de cidadãos questionadores, pensativos, que saibam debater sobre os mais variados assuntos que convergem a nossa sociedade.

Logo, cabe a nós futuros professores levantar a bandeira por uma melhor educação. Chega de procurar desculpa para que a escola fique de mãos atadas e de apontar culpados. A única esperança de muitas crianças de saírem da miséria ainda é através de uma educação de qualidade. Que mostre que além da pobreza que habita a sua casa existe um mundo que pode ser explorado, que o mundo do conhecimento abri as portas para uma expectativa de vida melhor, desperta interesses antes desconhecidos e o aluno passa a não aceitar a situação por qual sua família vive,.O aluno irá percebendo que essa mudança está a seu alcance e que ele com a ajuda do professor poderá adquirir conhecimentos e habilidades que certamente mudarão o seu futuro enquanto cidadão.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Ed. ASSELVI, 2008.

TORRES, Sueli. Uma função social da Escola. http://www.fundacaoromi.org.br /homesite/news.asp?news=775. Capturado em 10/07/2010.

M: Walzer, Esferas da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2003.