Em princípio parece estranho que acontecimentos tão antigos possam atuar com tal intensidade, isto é, que sua recordação não sucumba ao desgaste, a que vemos sucumbir todas as nossas demais recordações.

A debilitação ou perda do estado afetivo de uma recordação depende de vários fatôres e, sobretudo, de "que o indivíduo reaja ou não energéticamente ao sucesso estimulante".

Entendemos aqui como reação toda a série de reflexos, voluntários e involuntários -- desde o pranto até o ato de vingança --, nos quais, segundo sabemos por experiência, se descarregam os afetos. Quando esta reação sobrevém com intensidade suficiente, desaparece com ela grande parte do estado afetivo. Ao contrário, se se reprime a reação, o estado afetivo permanece unido à recordação.

A evocação de uma ofensa castigada, embora só fosse com palavras, é muito diferente da que tivesse sido tolerada sem protesto.

Referências:

Obras completas Freud

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