FORMAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DOS MUNICÍPIOS DO SERTÃO DE PERNAMBUCO
Publicado em 28 de maio de 2010 por Djalmira Sá Almeida
Não há dúvidas de que a cultura de Parnamirim está intimamente vinculada à política fundiária, à pecuária e à religião católica imposta no período da colonização. A influência da atividade política, da criação de gado e da doutrina cristã é inegável, não só pela aparência na arquitetura das cidades do sertão como também pelos símbolos da igreja presentes no município de Parnamirim e cidades circunvizinhas. Constata-se que são as mesmas marcas presentes da cultura pastoril e católica em todas as cidades do sertão nordestino, colonizadas por descendentes de portugueses. No início do povoamento do sertão pernambucano a pecuária e a exigência de propagação da religião justificava a instalação das fazendas, começando sempre pela construção de capelas e pelos costumes caracteristicos da população que cria gado: vaquejadas, vestuário de couro, alimentação à base de leite e manifestações culturais fundamentadas nos mitos e lendas do interior, tais como: cantorias, toadas, rezas, danças, narrativas e "causos" do folclore da vida campesina.
Em todos os municípios do interior, as fazendas eram instaladas em terras de domínio da igreja, os registros de posses e doações desses domínios eram feitos pelo estado, necessariamente a migrantes católicos descendentes de portugueses, sob a custódia da igreja, distribuição feita principalmente aos que revelassem alguma vocação para a prática da doação e para a pecuária e agricultura de subsistência. No caso da Fazenda do Saco, as terras eram de propriedade de Senhora Santana que, embora jurisdicionadas ao município de Cabrobó, foram parar em mãos ideais para a política colonizadora da época. Os tenentes coronéis tornavam-se fazendeiros quando auxiliavam as milícias do imperador a penetrar no sertão, demarcando terras, definido fronteiras, pois ao mesmo tempo em que desenvolviam a pecuária e defendiam a fé católica, ainda tinham o dever de proteger o território do sertão, nomeando seus rios, florestas e campos com a toponímia portuguesa, mesmo que para isso fosse preciso escravizar negros, perseguir índios e banir qualquer outro tipo de seita ou crença que ameaçasse a cultura do colonizador, em nome de Deus e da Monarquia. Vale ressaltar que, para ter domínio sobre a terra arrendada ou de alguma maneira adquirida, a condição principal era doar um terreno para construção de uma igreja; também deveria o arrendatário ou novo dono, no caso de sítios, construir uma capela, geralmente de frente para um rio ou estrada, em sinal de quem está acolhendo e protegendo quem chegar, além de se comprometer a manter os moradores fiéis na doutrina católica, sob pena de perder a hegemonia.
Neste terceiro capítulo, a ênfase é dada ao conjunto das cidades sertanejas que começaram a partir da construção de suas capelas. Por essa razão, foram reunidas todas as igrejas com seus respectivos padroeiros e padroeiras, cuja influência sobre a cultura e devoção foi implantada em cada cidade, mesmo naquelas que surgiram muito mais tarde, de modo que ficou consolidada a religião católica e a criação de gado nos espaços que correspondem hoje às mesorregiões do sertão de Pernambuco.
Em todos os municípios do interior, as fazendas eram instaladas em terras de domínio da igreja, os registros de posses e doações desses domínios eram feitos pelo estado, necessariamente a migrantes católicos descendentes de portugueses, sob a custódia da igreja, distribuição feita principalmente aos que revelassem alguma vocação para a prática da doação e para a pecuária e agricultura de subsistência. No caso da Fazenda do Saco, as terras eram de propriedade de Senhora Santana que, embora jurisdicionadas ao município de Cabrobó, foram parar em mãos ideais para a política colonizadora da época. Os tenentes coronéis tornavam-se fazendeiros quando auxiliavam as milícias do imperador a penetrar no sertão, demarcando terras, definido fronteiras, pois ao mesmo tempo em que desenvolviam a pecuária e defendiam a fé católica, ainda tinham o dever de proteger o território do sertão, nomeando seus rios, florestas e campos com a toponímia portuguesa, mesmo que para isso fosse preciso escravizar negros, perseguir índios e banir qualquer outro tipo de seita ou crença que ameaçasse a cultura do colonizador, em nome de Deus e da Monarquia. Vale ressaltar que, para ter domínio sobre a terra arrendada ou de alguma maneira adquirida, a condição principal era doar um terreno para construção de uma igreja; também deveria o arrendatário ou novo dono, no caso de sítios, construir uma capela, geralmente de frente para um rio ou estrada, em sinal de quem está acolhendo e protegendo quem chegar, além de se comprometer a manter os moradores fiéis na doutrina católica, sob pena de perder a hegemonia.
Neste terceiro capítulo, a ênfase é dada ao conjunto das cidades sertanejas que começaram a partir da construção de suas capelas. Por essa razão, foram reunidas todas as igrejas com seus respectivos padroeiros e padroeiras, cuja influência sobre a cultura e devoção foi implantada em cada cidade, mesmo naquelas que surgiram muito mais tarde, de modo que ficou consolidada a religião católica e a criação de gado nos espaços que correspondem hoje às mesorregiões do sertão de Pernambuco.