Iza Aparecida Saliés 

A Política de Formação de Professor ainda não deu conta de uma formação de professores tanto inicial com continuada para a Educação de Jovens e Adultos. As formações que acontecem são rápidas, com pouco tempo e conteúdo, por isso deparamos com professores atuando nessa modalidade sem nem mesmo entender as especificidades pedagógicas, cuidado com os conhecimento e domínio de metodologias diferenciadas que possam dar significado ao aprendizado deles.

Evidenciamos ainda, uma formação de professor, tanto inicial e continuada, precária para essa modalidade de ensino, pois a Política de Formação de Professor não contemplam e nem dá o tratamento devido.

Urge rever o Currículo do Curso de Pedagogia e garantir na Política Educacional, uma formação de professor focada para as especificidades e necessidade de aprendizagem para jovens e adultos, de modo que possa subsidiar os professores para a sua prática pedagógica na EJA.

Pelo fato da formação inicial não atender as demandas pedagógicas, quanto às teorias e práticas necessárias para a formação do professor, então repcisamos oferecer bases teóricas, conceituais e práticas, pois esta modalidade exige um currículo que contemple os saberes que eles construídos nas práticas sociais, à diversidade cultural e vivência e as experiências do do mundo do trabalho.

Atualmente a formação continuada vem sendo utilizada para preencher as lacunas da formação inicial dos professores egressos das Licenciaturas e da própria Pedagogia, pois estes chegam para a prática com defasagem de conteúdos específicos da sua disciplina e de teorias de aprendizagem, ou seja desconhcem as especificidades pedagógicas dessa modalidade de ensino.

Para Ângela Kleiman (2006) [1], a formação continuada deve existir para o professor aprender coisas novas, aprofundar, não é para remediar, para aprender aquilo que deveria aprender na formação inicial. Só que, a formação continuada oferecidas para os professores tem servido para reparar as falhas da formação inicial, tanto nas etapas de ensino como nas modalidades da Educação Básica.

Alguns teóricos defendem que o conceito de formação, seja ele inicial ou continuada, compreende a formação do professor do inicio da formação, da sua profissão docente e também, durante o percurso da docência devendo ser realizada por toda sua vida profissional.

Mesmo com a soma de esforços dos Sistemas de Ensino, articulados, ainda assim, a  Formação Continuada, constitui-se uma ação fundamental para uma Educação de Jovens e Adultos de qualidade. Como afirma Machado (2000: 15) “Há um desafio crescente para as universidades no sentido de garantir/ampliar os espaços para discussão da EJA, sejam nos cursos de graduação, pós- graduação e extensão.

A formação de professor da Eja a priori deve estar respaldada na elaboração e desenvolvimento de uma Proposta Pedagógica que possa de fato partir da realidade deles, valoriazando os saberes acumulados, e ainda, focando para a  área do seu interesse dos jovens e adultos. Isso implica numa nova prática pedagógica por parte do porfessor, há necessidade de inovação pedagógica, de modo que op rofessor esteja munido de conhecimentos teórico- prática, específicos dessa modalidade, só assim poderemos de fato atender as demandas de aprendizagem deles.  

E para finalizar, cito Tardif, (2000:18) que diz 'começam a trabalhar sozinhos, aprendendo seu ofício na prática e constatando, na maioria das vezes que esses conhecimentos proposicionais não se aplicam bem na ação cotidiana”.Realmente , quando deparamos com uma sala de aula  que requer cuidados quanto à clientela por trata-se de jovens e adultos, pessoas com saberes do cotidiano,precisam da escola para apenas transformar esses saberes em conhecimentos elaborados, sistematizados pela escola.

Referências

ANTINORO, Marlene A. de C. Educação para jovens e Adultos. Relatório final de estágio. Faculdade de educação, Universidade de Brasília, 2000.

BORGES, Lívia F. F. Prática de ensino na pedagogia: Construindo um novo currículo. Trabalho apresentado no 10º ENDIPE, Rio de Janeiro, Maio de 2000.

FÁVERO, Osmar et ali. Formação de professores para Educação de jovens e adultos trabalhadores: a proposta Da faculdade de educação da Universidade Federal Fluminense. Trabalho apresentado na 22ª Reunião Anual da ANPED, Caxambu - MG, 26 a 30 de setembro de 1999.

FREITAS, Helena C.L. de O trabalho como princípio articulador na prática de ensino e nos estágios. Campinas: Papirus, 1996

PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente E formação: perspectivas sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1993.

TARDIFF, Maurice. Saberes profissionais dos professores e Conhecimentos  Universitários : elementos para uma Epistemologia da prática profissional dos professores e suas Conseqüências em relação ã formação para o magistério. Revista Brasileira de Educação. N. 13, Jan/Fev/Mar/Abr, 2000.

Revista da Alfabetização Solidária – Políticas públicas em Eja/Alfabetização Solidária. v.8, n. 8/9, 2008/2009.São Paulo;Terceira Margem, 2009.

UNESCO – Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília.2008

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[1] Linguistica aplicada à formação de professor. Portal Ceale http:/www.fae.ufmg.br