Refletindo sobre um texto que estava lendo, percebi que na maioria das vezes os docentes não são críticos em relação a própria prática (com raras exceções), discutir sobre as formas de ensinar/aprender, na maioria das vezes está relacionada com a capacidade que o aluno tem ou não de assimilar os conteúdos ou os ensinamentos a ele dispensado. Dentro das universidades particulares, os mandos e desmandos de alguns ensinadores é VERGONHOSO, os discentes mesmo pagando as mensalidades não são ouvidos. Por que o problema é sempre com o aluno e não com o professor? E não falo apenas com propriedade de aluno, relato apenas o que tenho visto e escutado por alguns colegas. Ao contrário das universidades públicas onde os diretórios acadêmicos tem poder de decisão, seja por pressão social, judicial e as vezes até por imposição.
Essa tarefa de dar voz a quem precisa ser ouvido, é uma questão de qualidade, pois, temos que levar em conta a relação de serviço (claro que não deveria ser assim, mas o é) o que paga por ele e o recebe de forma satisfatória. Não basta apenas um caixinha de sugestões, ou conversar mal determinadas e escondidas da massa... o debate é necessário.
No meu caso, aluno de graduação em enfermagem, desde sempre estudo sobre a formação desse profissional, e de como devemos direcionar todo o processo de ensino e aprendizagem, e por vezes fico triste ao perceber que na sua grande maioria, os docentes são caracterizados pela falta de interesse por essa formação. Mas o que podemos esperar de profissionais que mesmo graduados "enfermeiros", não possuem pós -graduação, se quer o mestrado; seria possível ensinar sem saber metodologia de ensino? Se pode ensinar sem ser comprometido com a formação do profissional? Dificilmente a auto-crítica faz parte do dia-a-dia desse docente.
Não falo em tecer comentários um do outro sobre como melhor ensinar, muito menos de um professor criticando outro na frente dos alunos, refiro-me a questão de ser consciente do seu papel, de sua capacidade ou não de ensinar, e essa reflexão não tem que partir do aluno como intuito de prejudicar, ou até mesmo alertar a instituição sobre a capacidade do educador, mas dele próprio, e na maioria das vezes esse educador, com dificuldades de ensinar, é um ótimo profissional da assistência, do cuidado, mas infelizmente o que é levado em conta, são suas experiências fora da docência. "GRANDE ERRO".
Se não formos críticos, nunca chegaremos a excelência que tanto esperamos, a qualidade do ensino que tanto buscamos, segundo Geraldo Grossi: " Se nós avaliarmos o professor que não tem condições de ser docente, a instituição em que ele se formou deve ter uma co-responsabilidade e sofrer as consequências".
Logo, a instituição deve primar pela excelência de seus mestres, valorizar sim, a formação miníma de mestrado, sendo pré-requisito para exercer a docência, e se não acontecer, que qualidade teremos, se não se exigir, por que motivo os profissionais irão buscar a especialização?
Gostaria de saber quais serão os desafios para melhorar a qualidade do ensino?
Quais as medidas deveriam ser tomadas à cerca da capacitação dos docentes, em especial dos profissionais enfermeiros?
Buscamos a melhoria do ensino e não abrimos mão disso, e essa melhoria dar-se-á a medida que abrirmos intensas discussões entre discentes e docentes, no que se refere as práticas pedagógicas existentes, seria o que sabe ensinar versus o que tem sede de aprender, dessa interação poderão surgir frutos surpreendentes, novas práticas, novas metodologias, novas dimensões do processo ensino e aprendizagem...enfim uma prática transdiciplinar!