FORMAÇÃO DOCENTE EM DESCOMPASSO COM A QUALIDADE !
Publicado em 28 de outubro de 2009 por RODRIGO GONÇALVES COSTA
Refletindo sobre um texto que estava lendo, percebi que na maioria das vezes os docentes não são críticos em relação a própria prática (com raras exceções), discutir sobre as formas de ensinar/aprender, na maioria das vezes está relacionada com a capacidade que o aluno tem ou não de assimilar os conteúdos ou os ensinamentos a ele dispensado. Dentro das universidades particulares, os mandos e desmandos de alguns ensinadores é VERGONHOSO, os discentes mesmo pagando as mensalidades não são ouvidos. Por que o problema é sempre com o aluno e não com o professor? E não falo apenas com propriedade de aluno, relato apenas o que tenho visto e escutado por alguns colegas. Ao contrário das universidades públicas onde os diretórios acadêmicos tem poder de decisão, seja por pressão social, judicial e as vezes até por imposição.
Essa tarefa de dar voz a quem precisa ser ouvido, é uma questão de qualidade, pois, temos que levar em conta a relação de serviço (claro que não deveria ser assim, mas o é) o que paga por ele e o recebe de forma satisfatória. Não basta apenas um caixinha de sugestões, ou conversar mal determinadas e escondidas da massa... o debate é necessário.
No meu caso, aluno de graduação em enfermagem, desde sempre estudo sobre a formação desse profissional, e de como devemos direcionar todo o processo de ensino e aprendizagem, e por vezes fico triste ao perceber que na sua grande maioria, os docentes são caracterizados pela falta de interesse por essa formação. Mas o que podemos esperar de profissionais que mesmo graduados "enfermeiros", não possuem pós -graduação, se quer o mestrado; seria possível ensinar sem saber metodologia de ensino? Se pode ensinar sem ser comprometido com a formação do profissional? Dificilmente a auto-crítica faz parte do dia-a-dia desse docente.
Não falo em tecer comentários um do outro sobre como melhor ensinar, muito menos de um professor criticando outro na frente dos alunos, refiro-me a questão de ser consciente do seu papel, de sua capacidade ou não de ensinar, e essa reflexão não tem que partir do aluno como intuito de prejudicar, ou até mesmo alertar a instituição sobre a capacidade do educador, mas dele próprio, e na maioria das vezes esse educador, com dificuldades de ensinar, é um ótimo profissional da assistência, do cuidado, mas infelizmente o que é levado em conta, são suas experiências fora da docência. "GRANDE ERRO".
Se não formos críticos, nunca chegaremos a excelência que tanto esperamos, a qualidade do ensino que tanto buscamos, segundo Geraldo Grossi: " Se nós avaliarmos o professor que não tem condições de ser docente, a instituição em que ele se formou deve ter uma co-responsabilidade e sofrer as consequências".
Logo, a instituição deve primar pela excelência de seus mestres, valorizar sim, a formação miníma de mestrado, sendo pré-requisito para exercer a docência, e se não acontecer, que qualidade teremos, se não se exigir, por que motivo os profissionais irão buscar a especialização?
Gostaria de saber quais serão os desafios para melhorar a qualidade do ensino?
Quais as medidas deveriam ser tomadas à cerca da capacitação dos docentes, em especial dos profissionais enfermeiros?
Buscamos a melhoria do ensino e não abrimos mão disso, e essa melhoria dar-se-á a medida que abrirmos intensas discussões entre discentes e docentes, no que se refere as práticas pedagógicas existentes, seria o que sabe ensinar versus o que tem sede de aprender, dessa interação poderão surgir frutos surpreendentes, novas práticas, novas metodologias, novas dimensões do processo ensino e aprendizagem...enfim uma prática transdiciplinar!