FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS PARA A INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ


ROCHA, Douglas Diego Palmeira


1. Iniciação à Vida Cristã

- A Iniciação à Vida Cristã é tarefa central e cumprimento do mandato missionário do Cristo (Mt 28,19-20).
- “Impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade de iniciação cristã, que além de marcar o que, dê também elementos para o quem, o como e o onde se realiza. Dessa forma, assumiremos o desafio de uma nova evangelização, à qual temos sido reiteradamente convocados” (DA, 287).
- A comunidade deve estar sempre aberta à acolhida de novos membros e confia aos catequistas à missão de introduzi-los no mistério da vida cristã.


2. Formação como prioridade

- CR e DNC: confirmam todo o empenho de priorizar a catequese e sua formação na Igreja do Brasil.
- DNC: 7º Cap.: ministério da catequese e seus protagonistas (indicações para formação dos catequistas).
- “o momento histórico em que vivemos, com seus valores e contra valores, desafios e mudanças, exige dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização. Neste contexto, a formação catequética de homens e mulheres é prioridade absoluta” (DGC 234; DNC 252).
- Formação que ajude às pessoas a anunciar com a vida e comuniquem com eficácia a boa notícia do Evangelho favorecendo a implantação de uma nova mentalidade.

3. Formação no Documento de Aparecida

- “Aqueles que serão seus discípulos já o buscam (cf. Jo 1,38), mas é o Senhor quem os chama: ‘Segue-me’ (Mc 1,14; Mt 9,9). É necessário descobrir o sentido mais profundo da busca, assim como é necessário propiciar o encontro com Cristo que dá origem à iniciação cristã. (DA 278)
- “A conversão pessoal desperta a capacidade de submeter tudo ao serviço da instauração do Reino da vida. Os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir atitude de permanente conversão pastoral, que implica escutar com atenção e discernir ‘o que o Espírito está dizendo às Igrejas’ (Ap 2,29) através dos sinais dos tempos em que Deus se manifesta” (DA 367).


4. Catequese Mistagógica (At 8, 30-31.34.35)

- Mistagogia: processo que conduz ao mistério que, na iniciação cristã, é o próprio Cristo (Cl 2, 19).
- A catequese mistagógica tem a função de anunciar com fervor o querigma, pois anunciar Jesus Cristo vivo é uma tarefa que o batismo nos impõe.
- Descobrir os “novos areópagos” hoje constitui-se, num grande desafio para a catequese.
- “ser cristão é ser Igreja; ser cristão é ter sido e continuar a ser transformado pessoalmente, a dimensão eclesial é mediação para a realização pessoal. Na Igreja e através dela, Deus opera, em cada membro da Igreja, a salvação” (TABORDA, 2001, p. 31)
- O anúncio é a comunicação da mensagem evangélica, o mistério de salvação realizado por Deus para todos em Jesus Cristo, com o poder do Espírito Santo. (...) Conduz naturalmente a uma catequese sólida (cf. DA 10).
- Do termo mistério resultam as expressões mystagogeó, inicio no mistério, mystagógos, o iniciador, e mystagógia, ação de conduzir ao mistério ou a ação pelo qual o mistério nos conduz.


5. O Mistério nas Sagradas Escrituras

- O termo Mysterion aparece também nas Sagradas Escrituras (cf. Sb 6,22. 22, 2; Dn 2, 18-19. 2, 27-29.47).
- Já no Novo Testamento, o termo mysterion aparece por 27 vezes (cf. Mc 4,11; Mt 13, 11; Lc 8,10)
- São Paulo utiliza por 20 vezes em seus escritos (cf. Ef 3,9; Cl 1,26-27; 2Tm 1,9-10; Tt 2,11).
- E no livro do Apocalipse de São João a palavra mysterion aparece por 4 vezes (cf 1,20; 10,7; 17,5.7).
- O anúncio feito pelo mistagogo, levanta questões que o iniciante traz em seu íntimo (cf. RAHNER, p. 48).

6. A situação atual da formação dos catequistas

- “O fruto da evangelização e catequese é o fazer discípulos” (cf. DNC, 34; Rm 10, 14-15).
- Não é suficiente aumentar os conhecimentos para saber anunciar, mas sim a forma com que ensinamos.
- Faz-se necessário uma mudança de ótica.
- “As indicações pedagógicas adequadas à catequese são aquelas que permitem comunicar a totalidade da Palavra de Deus no coração da existência das pessoas” (DGC 146; Rm 10,8; 2Cor 4,5).
- Constata-se também que muitos dos nossos formadores não estão em condições de acompanhar os catequistas.
- “apesar da boa vontade, a formação teológica e pedagógica dos catequistas não costuma ser a desejável. Os materiais e subsídios são com freqüência muito variados e não se integram em uma pastoral de conjunto; e nem sempre são portadores de métodos pedagógicos atualizados” (DA 296).
- É necessário aprender com o Mestre Jesus. (cf. Mt 11,29; Lc 24,32; Jo 20-22; Mt 28, 19-20).

7. Uma proposta formativa

- Para a Iniciação Cristã que hoje tanto desejamos, há que investir na formação dos catequistas.
- Considerar: a) A comunidade cristã como educadora e formadora. Ela educa-forma com a sua vida.
b) A colaboração da família. Ela é a primeira educadora da fé de seus filhos
8. Uma nova figura de catequista para a iniciação à vida Cristã
- A realidade atual exige de nós, educadores na fé, a darmos novos passos. Se necessário, mudamos também de direção (Ef 2,19-22).
- O novo catequista procurará desenvolver um projeto de formação permanente e global suscitando a conversão e o crescimento na fé.

Fontes Bibliográficas:

- CELAM. Documento de Aparecida. 14ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2013.
- CNBB. Doc. 26: Catequese Renovada – conteúdos e métodos. São Paulo: Paulinas, 2001.
- CNBB. Doc. 84: Diretório Nacional da Catequese. Brasília: Edições CNBB, 2006.
- CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório Geral da Catequese. Disponível em: http://www.vatican.va/roman _curia/congregations/cclergy/documents/rc_con_ccatheduc_doc_17041998_directory-for-catechesis_po.html
- RAHNER, K., O desafio se ser cristão. Petrópolis: Vozes, 1978.
- TABORDA, F. Nas fontes da vida cristã. Uma teologia do batismo-crisma. São Paulo: Edições Loyola, 2001.