Marli Ramos Santos da Silva

Resumo

Este é um estudo onde se provoca uma reflexão sobre, Formação Continuada dos Professores provocando profundas transformações sociais, principalmente na área da educação, uma forma de fornecer aos professores acesso a pensamentos autônomos e a produção de saberes específicos referentes à sua profissão que servem de base para sua prática educativa, vai estimular sua perspectiva crítica-reflexiva, facilitando as dinâmicas de autoformação participativa, e a construção de sua identidade pessoal e também profissional.

Palavras-chave: educação, professores, formação continuada.

Abstract

This is a study where it causes a reflection on, Continuing Teacher Education causing profound social transformations, especially in the area of education, a way to provide teachers access to independent thought and the production of specific knowledge related to their profession that underpin for their educational practice, will stimulate their critical-reflexive perspective, facilitating the dynamics of participatory self-training, and building your personal and also professional identity.

Keywords: education, teachers, continuing education.

 

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

A Formação Continuada dos Professores deu-se inicio a partir da década de 80, onde provocou profundas transformações sociais, principalmente na área da educação. Somente na década de noventa, que foi denominada “Década da Educação” a formação deprofessores ganha uma importância em função das reformas educativas, através da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96, que alicerça as reformas políticas do país. “A formação continuada ou capacitação começa a ser assumida como fundamental, a fim de se alcançar o sucesso nas reformas educacionais”. (IMBERNÓN, 2010). Ela além de incentivar os docentes a investir em sua formação continuada, assegura as mesmas melhorias das condições de trabalho, bem como nas condições devida desse profissional.

O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional. (LIBÂNEO, 2004, p.227)

Atualmente vivemos em uma sociedade onde os cidadãos são tem a possibilidade de serem formadores de suas próprias idéias a partir de suas vivências e suas opiniões, tendo o direito de expressar seu ponto de vista e de serem críticos, por isso a importância de uma formação sólida dos profissionais da educação, pois, eles são os representantes da formação futura e o exercício da cidadania, através da formação estão aptos para acompanhar as mudanças que a educação enfrenta no seu cotidiano e não sofram impactos em suas práticas.

Não basta que esses profissionais da educação obterem um diploma para serem considerado um educador, precisa estar sempre inovando suas práticas do dia a dia, fundamentadas nas teorias, é através de uma reflexão critica e eficaz que promoverá uma ensino-aprendizagem significativo aos alunos e, estar atento a realidade de suas praticas pedagógicas. Perrenoud (1993, p. 185) denomina a formação continuada como "profissionalismo aberto", o qual ele situa o professor como:

O centro do processo da melhoria da qualidade da educação. Os professores, individualmente ou em grupo, são considerados responsáveis pela análise das necessidades da escola [...], são considerados como líderes inovadores, capazes de auto - aperfeiçoamento, de analisar as suas próprias ações, de identificar e reagir às necessidades dos alunos, de analisar o resultado das suas intervenções.

A formação continuada é uma forma de fornecer aos professores acesso a pensamentos autônomos e a produção de saberes específicos referentes à sua profissão que servem de base para sua prática educativa, esta formação vai estimular sua perspectiva crítica-reflexiva, facilitando as dinâmicas de autoformação participativa, e a construção de sua identidade pessoal e também profissional “e que fomente a autonomia dos professores na gestão a de sua própria formação”, (Imbernón, 2010), através da formação o professor tem oportunidade de questionar o desenvolvimento de seu trabalho e sua prática pedagógica, e fazer uma analise do resultado obtido em relação ao ensino aprendizagem de seus alunos. Para isso, a formação do professor e o desenvolvimento dos saberes docentes exigem qualificação, valorização profissional epolíticas adequadas, considerando também o ambiente de trabalho do professor.

A formação passou a ser um trabalho coletivo nas escolas deixou de ser desejo de alguns professores e dirigentes, para uma necessidade cada vez maior, a partir do momento que foi dada a essas escolas a liberdade de tomar decisões, ou seja, a autonomia para elaborar seus próprios projetos pedagógicos. Criou-se a necessidade do pensar e trabalhar no coletivo, das tomadas de decisões, especialmente, do compromisso de cada professor de levar para suas salas as decisões tomadas no decorrer da elaboração do projeto da escola. (CARVALHO, 2003). Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vistas à construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional. (NÓVOA, 1992). A formação sugere um envolvimento e um investimento que passa pela iniciativa e autonomia do professor, ou seja, a proposta de formação de professores requer uma formação sólida, porque ensinar é uma tarefa complexa, para que o professor consiga definir o que ensinar como ensinar e por que ensinar, de forma que os alunos aprendam.

Os objetivos pedagógico-políticos na formação do professor deverão proporcionar ao aluno uma sólida formação nos conteúdos básicos, nos fundamento da educação e nos métodos de ensino, de forma a assegurar que o futuro professor seja capaz de selecionar conteúdos e métodos representantes do saber cultural e científico em termos de seus valores formativos, significância e utilidades para interversão na prática social. (LIBÂNEO, 1985, apud PIMENTA e GONÇALVES, 1992, p. 120).

Os saberes pedagógicos constituem-se através do relacionamento entre professor e aluno num processo de motivação e de interesse de ambos, ou seja, na aprendizagem e nas técnicas de ensinar, os profissionais da educação estão em contato com diferentes saberes sobre a educação, onde encontraram instrumentos para instigarem e alimentarem suas práticas, confrontando e produzindo assim saberes pedagógico.

Para que se ter uma formação continuada de professores com qualidade e respeito aos anseios de inovação, para transformar sua prática é necessário investir em políticas públicas de qualidade. Para Azevedo (2003, p. 23), “política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”, é através das decisões do governo que há influência no ambiente escolar enquanto local de ensino-aprendizagem. De acordo com (Imbernón, 2010), devem-se oferecer alternativas como:

  • Proporcionar uma mudança no tipo de formação individual e coletiva dos professores;
  • Uma formação não apenas em noções ou disciplinas, mas uma formação reflexiva sobre aspectos éticos, relacionais, emocionais e atitudinais dos professores;
  • Criar estruturas organizacionais que permita a troca de experiências entre os profissionais, de forma que possam refletir e intervir sobre a prática educacional, mediante uma analise sobre a realidade do ensino;
  • Considerar as situações problemáticas da educação como um ponto de partida para a inovação e a busca de mudanças necessárias para os problemas;
  • Uma formação onde a metodologia seja baseada no conhecimento e menos transmissora, onde a vertente sociopsicopedagógica esteja incluída a atualização cientifica e técnica, com projetos inovadores;
  • Desenvolver projetos de incentivos de forma cultural durante a formação, com analise, experiência e avaliação no coletivo, com profissionalismo docente por meio de projetos;
  • Mudanças em relação à organização, de gestão, de relações de poder entre educadores;
  • Uma formação que estabelece mecanismos de inovação, com ferramentas intelectuais, que fomente sua formação.

 A formação não significa apenas aprender mais, inovar mais, mudar mais ou aquilo que se queira acrescentar aqui, mas pode ser uma arma critica contra praticas laborais, como exemplo a hierarquia, o abuso de poder, a miséria econômica de muitos educadores, o sexismo, a xenofobia, a proletarização, o individualismo, etc”. (IMBERNÓN, 2010, p. 46)

A formação é uma forma dos profissionais interagirem com as trocas de experiências, através das relações de trabalho que se rompe com o conhecimento isolado, com a falta de dialogo, impedindo que os professores repensem sobre suas práticas e na inovação das instituições.

Dentro de uma instituição é importante que haja o diálogo, pois ele é à base de qualquer trabalho a ser realizado. Quando se fala em educação e todas as coisas que nela estão ligados como, por exemplo, o agir pedagógico ou o processo de ensino aprendizagem, enfim conceitos que estão diretamente ligados para que se haja uma relação entre um e outro há uma relação entre os seres humanos, por meio de trocas que se dão na fala, no diálogo um com o outro buscando novos conhecimentos, experiências para somar com o conhecimento que cada um já tem consigo.

              Os seres humanos se constroem com diálogo, são comunicativos, buscam sempre estar em constante aprendizado através da sua interação com os demais colegas de trabalho. E tudo isso só é realizado na convivência uns com os outros e é claro através do diálogo, pois são essencialmente comunicativos. Não há progresso humano sem diálogo. Para ele, o momento do diálogo é o momento em que os homens se encontram para transformar a realidade e progredir. (GADOTTI, 1991)

              O mais importante do diálogo dentro da escola, entre os professores e todos os atores da comunidade escolar é que a experiência da prática educativa vivenciada por cada um é passado para todos, e essa troca de experiência faz com que a prática de cada um passa a ser repensada, de uma forma que cada experiência recebida seja passada para seus alunos contribuindo assim para sua formação e sua aprendizagem.

              Para que haja concretização entre a teoria e a prática pedagógica é necessária que no meio delas esteja presente o diálogo, ou seja, o diálogo não é apenas uma estratégia pedagógica é um critério de verdade. A veracidade do meu ponto de vista depende do olhar do outro, da comunicação, da intercomunicação. Só o olhar do outro pode dar veracidade ao meu olhar. O diálogo com o outro não exclui o conflito. A verdade não nasce da conformação do meu olhar com o olhar do outro (GADOTTI, 1991).

              O educador é um ser que aprende a cada dia, aprende com seus alunos e com seus colegas, aprende no dia-a-dia, é importante saber opiniões, idéias, sugestões, trocar experiências e refletir com tudo o que se aprende.

Referências

 

CANDAU, V. M. F. Formação continuada de professores: tendências atuais. Petrópolis: Vozes, 1997, p.51-68.

 

CARVALHO, Anna Maria Pessoa de: Formação continuada de professores: uma releitura nas áreas de conteúdo. São Paulo; Pioneira Thomson Learning, 2003

GONÇALVES, Carlos Luiz. PIMENTA, Selma Garrido: Revendo o ensino de 2º grau: propondo a formação de professores. – São Paulo: Cortez, 1992. – 2. ed. rev. – (Coleção Magistério. 2º grau

IMBERNÓN, Francisco. Formação Continuada de Professores; tradução Juliana dos Santos Padilha- Porto Alegre: Ortemed, 2010

NÓVOA. A. Os professores e sua formação. Lisboa: Nova Enciclopédia, 1992.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Caminhos da profissionalização do magistério. – Campinas, SP: Papirus, 19988.  – (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico)