FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
De acordo com o texto de Sérgio Haddad, a educação continuada é um processo de construção que se dá por toda a vida, onde se instiga a busca por mais conhecimentos.
Alguns pontos cruciais para a evolução da educação continuada é, a importância da terceira idade para a economia do país, a exigência do mercado de trabalho, e a redução do tempo de trabalho durante a vida.
A educação continuada está sendo inserida em espaços não formais, como em empresas, que investem na qualificação de seus profissionais, podendo juntar lazer, educação, cultura e comunidade.
No Brasil, encontra-se um grande número de jovens e adultos em programas de educação continuada. Isso nos é explícito com os seguintes dados do município de São Paulo com pessoas entre 15 e 64 anos:
Quase a metade dos entrevistados (45,6%) declararam haver participado de algum programa educativo nos 12 meses que antecederam a entrevista: 19,5% no ensino formal nos níveis fundamental, médio e superior ? e 26,1% em programas de ensino não formal, voltados a qualificação profissional ou ao desenvolvimento pessoal. Outros 15,1% declararam não ter feito curso nos últimos 12 meses, mas que já tinham feito algum em período anterior. (RIBEIRO,1999, pág. 114).
A educação popular ganhou força quando foi utilizada para qualificar a sociedade civil garantindo o controle social e as políticas públicas populares.
Essa modalidade possui atributos claros que estão inseridos na EJA, como avaliar a necessidade do aluno, dialogar, trabalhar assuntos que façam parte de suas vidas, inserir suas realidades em sala de aula, trabalhar culturas e diversidades.
Hoje, a visão que se almeja para educação continuada é o desenvolvimento humano, e não apenas o desenvolvimento profissional.
Pensando na realidade brasileira, analiso que ainda se tem grandes etapas para se vencer, eliminar discriminações, conceitos e pré-conceitos que excluem parte da sociedade e minimizam os direitos da população. Como nos mostra Haddad:
O índice de analfabetismo dos brasileiros com mais de 15 anos chega a 23% no Nordeste, enquanto esse índice é de 7,7% na região sul. Se tomarmos apenas a zona rural nordestina a taxa sobre para 38,3%, muito acima da média nacional, que é de 13%. (...) as mulheres brancas o índice de analfabetismo é de 12,6% enquanto entre as mulheres negras é de 32,7%. Se tomarmos ainda os dados relativos à renda familiar em 1990, constataremos que entre os que têm renda maior que 2 salários mínimos, os analfabetos representam apenas 3,8%, mas são 45% entre aqueles cuja renda familiar per capita não ultrapassa ¼ do salário mínimo. (HADDAD, pag.09)
Analisando esses dados, fica claro a necessidade de políticas públicas mais claras, que sejam voltadas para essa modalidade e que analisem os déficits do país. Pois ainda vivemos em um país voltado para o futuro, que esquece do presente, das pessoas que precisam fazer a diferença no hoje.
O que é investido em educação de jovens e adultos, é para qualificar o mercado, e não para desenvolver o ser humano.
Penso que as políticas públicas para se obter uma educação continuada ainda são excludentes, deixando grande parte da população de fora da "educação para todos".
Então acredito que nosso país ainda tem um longo caminho pra se chegar no real conceito de educação continuada, é preciso rever políticas, prioridades e direitos para desenvolver um país que necessita de seus jovens e adultos na construção do hoje.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HADDAD, Sérgio A EDUCAÇÃO CONTINUADA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL Disponível em: http://www.uab.furg.br//course/view.php?id=249 Acesso em: 17/março/2010 às 16:35hs.
RIBEIRO, Vera Maria. Analfabetismo e Atitude. São Paulo, Ação Educativa
Papirus.1999.