Fome em campos abundantes
Publicado em 01 de junho de 2010 por ZILMA LOPES
A realidade de viver em um país que convive com a fome é horrenda. Ainda mais, se o país for como o Brasil, um celeiro de alimentos. Isso acontece, sobretudo, por causa do egoísmo dos detentores da maior parte das riquezas do país ao se preocupar apenas com o próprio estômago.
Como maior produtor de vários itens agrícolas e um dos cinco maiores exportadores de alimentos, o Brasil só aumenta os incentivos voltados para o mercado externo, ao passo que diminui a produção para o mercado interno, agravando assim as taxas de fome crônica no país, onde cerca de 32 milhões de pessoas sofrem com essa realidade.
É difícil entender como em um país onde os recordes de produção agrícola são crescentes no decorrer dos anos, a fome faz parte do cotidiano de um número alarmante de pessoas. É notável a raiz desse problema: a péssima distribuição de renda no país, uma vez que apenas 10% dos brasileiros retêm a maior parte das riquezas.
Alterar essa situação significa alterar a vida da sociedade, o que pode não ser desejável, visto que contrariaria os interesses e privilégios dos grupos dominantes. É muito mais cômodo e mais seguro responsabilizar o excessivo crescimento populacional ou as intempéries naturais como causas da fome e da miséria que assombram a grande maioria do contingente populacional.
Possuímos, além de recursos e tecnologia, alimento suficiente para todos e, por isso, podemos sim, vencer a fome. Só que para isso, é necessário alimentar um espírito solidário para derrotar o vírus do egoísmo e abdicar do sonho consumista, ilusoriamente inculcado pela propaganda e implementar uma globalização solidária. Isto principalmente porque é inadmissível a existência de famintos em uma região como abundância de alimentos.
Quem já presenciou a ganância com que os moradores de rua devoram os restos de alimento, considerados "inadequados para consumo" pelos grandes restaurantes brasileiros, pôde perceber que, como bichos insaciáveis, essas pessoas renunciam a dignidade humana a fim de matar a fome que lhes mata. Isso se dá sem que, muitas vezes, se dêem conta de que seus verdadeiros assassinos estão de terno discutindo os "interesses do país".
Como maior produtor de vários itens agrícolas e um dos cinco maiores exportadores de alimentos, o Brasil só aumenta os incentivos voltados para o mercado externo, ao passo que diminui a produção para o mercado interno, agravando assim as taxas de fome crônica no país, onde cerca de 32 milhões de pessoas sofrem com essa realidade.
É difícil entender como em um país onde os recordes de produção agrícola são crescentes no decorrer dos anos, a fome faz parte do cotidiano de um número alarmante de pessoas. É notável a raiz desse problema: a péssima distribuição de renda no país, uma vez que apenas 10% dos brasileiros retêm a maior parte das riquezas.
Alterar essa situação significa alterar a vida da sociedade, o que pode não ser desejável, visto que contrariaria os interesses e privilégios dos grupos dominantes. É muito mais cômodo e mais seguro responsabilizar o excessivo crescimento populacional ou as intempéries naturais como causas da fome e da miséria que assombram a grande maioria do contingente populacional.
Possuímos, além de recursos e tecnologia, alimento suficiente para todos e, por isso, podemos sim, vencer a fome. Só que para isso, é necessário alimentar um espírito solidário para derrotar o vírus do egoísmo e abdicar do sonho consumista, ilusoriamente inculcado pela propaganda e implementar uma globalização solidária. Isto principalmente porque é inadmissível a existência de famintos em uma região como abundância de alimentos.
Quem já presenciou a ganância com que os moradores de rua devoram os restos de alimento, considerados "inadequados para consumo" pelos grandes restaurantes brasileiros, pôde perceber que, como bichos insaciáveis, essas pessoas renunciam a dignidade humana a fim de matar a fome que lhes mata. Isso se dá sem que, muitas vezes, se dêem conta de que seus verdadeiros assassinos estão de terno discutindo os "interesses do país".