A imprensa faz apologia ao sistema capitalista como sendo o vencedor da Guerra Fria e, portanto, superior ao chamado socialismo real (comunismo) do Leste Europeu em suas virtudes de proporcionar um país mais rico (potência econômica) apontando o caso da Alemanha. Contudo, o artigo omite que a antiga Alemanha Ocidental e demais países desenvolvidos da Europa Ocidental só alcançaram o desenvolvimento econômico e social após a II Guerra Mundial quando implantaram profundas reformas sociais democratas em seu sistema econômico. Essas reformas tinham inspiração socialista e estavam longe de qualquer receita capitalista liberal tradicional. Por exemplo, houve grande intervenção do Estado nas políticas sociais, criando Sistemas Públicos de Saúde, Educação e de Previdência, alguns deles universais, ou seja, para toda a população. Outra área que recebeu maciços investimentos públicos foi a de infra-estrutura; como no setor de energia, telecomunicação, transportes, habitações populares, etc. Podemos citar países como a própria Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Benelux e países Nórdicos como exemplos de economias onde o capitalismo passou a conviver com a práxis socialista até que foram aplicadas algumas reformas neoliberais realizadas nos anos 80 e 90 que trouxeram inúmeros malefícios à população desses países. Apesar disso, essas economias ainda guardam um forte legado da social-democracia sem a qual não apresentariam os melhores indicadores sociais do mundo, com menores disparidades de renda, melhor saúde e educação. No caso de países que se mantiveram fieis aos princípios do capitalismo liberal tradicional, como os EUA, onde ocorreu a depreciação de todos esses indicadores, excluindo significativas parcelas da população dos benefícios do crescimento econômico. Existem 50 milhões de estadunidenses que não possuem seguro de saúde público ou privados, um contingente (16,6% da população) impensável numa economia rica e desenvolvida. O sistema educacional básico público dos EUA está entre os piores do mundo desenvolvido e o privado é caro e inacessível para a população pobre. Todos esses fatos talvez possam explicar como o capitalismo puro é totalmente inviável para sustentar uma sociedade mais justa e igualitária.