Dormi e acordei com o assunto sendo o fim do mundo. Pensei muito, vi pessoas com medo e para outras, simplesmente,  o tema era irrelevante. Passei a questionar algumas coisas e percebi que a maior arma que cerca a humanidade não são as armas bélicas desenvolvidas e aprimoradas diariamente com as novas tecnologias, mas sim um sorriso. Precisamente, a felicidade.

            Chega a ser bizarro e um tanto revoltante, como a felicidade alheia pode incomodar tanto as pessoas. Quase como um fato preciso e confirmado cientificamente, basta às pessoas estarem felizes que acontece alguma coisa para atrapalhar o momento que estava perfeito. E, geralmente, esse momento é atrapalhado por pessoas que não têm nada haver com a situação, ou seja, por qual motivo que as pessoas se preocupam tanto com as vidas que não são delas?

            Se o fim do mundo seria a destruição da humanidade por raios solares ou meteoros que acabariam com a Terra, seria até aceitável. Pronto, fim, acabou! Mas não, o mundo não só acabou, mas tem ficado pior diariamente, pois as pessoas esqueceram o que significa a solidariedade (e sem visar algum interesse nisso) e, principalmente, tem ficado cada vez mais raro encontrar pessoas que ficam felizes com as realizações alheias. Gente que é gente, não máquinas voltadas apenas para gerar dinheiro, para ter poder e superioridade sobre as demais pessoas a qualquer custo. Isso é ser gente? Se a resposta for afirmativa, uma parte do mundo, realmente, acabou.

O que assusta é que eu tenho apenas 23 anos, então nem quero pensar como as coisas serão quando eu tiver os meus 50. Hoje eu vivo em um mundo que o acúmulo de lixo é constante, que a inveja sobressai o amor e que um sorriso causa os mais variados sentimentos, dos melhores aos péssimos. Atualmente, as crianças não querem ser crianças, se vestem e agem como adultos em corpos minúsculos, os sentimentos são irrelevantes perante a razão e uma árvore não simboliza uma paisagem ou uma sombra em dias quentes, mas representa uma obrigação de reflorestar as áreas que nós mesmos contribuímos para devastar.

Assim caminha a humanidade, mas que de humano, pouco resta. Falar em compaixão e querer ajudar o próximo é utopia, tipo uma espécie de conto de fada que alimenta as imaginações dos menores. E as desculpas para o caos são baseadas que as pessoas não têm tempo nem para elas mesmas, que às 24 horas são insuficientes para todas as atividades diárias, então como arrumar tempo para as demais pessoas? Quem, realmente, quer, sempre arruma jeito para tudo.

Além de um cérebro, somos dotados de um coração. Então, se as pessoas não usam esse órgão que permite que estejamos vivos, definitivamente os seres humanos viraram uma nova geração de máquinas. A partir do momento que um coração não tem mais valor, não seria um asteroide ou um desastre cósmico que colocaria fim ao mundo, pois as pessoas, aos poucos, já fazem isso.

Mariana Tannous Dias Batista