FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
Por
Alexandre Fernandes Dantas

Filosofia e Educação são duas áreas do conhecimento. Pois a área do conhecimento exige uma pergunta primordial: De que maneira o ser humano adquire novas formas de conhecimento do mundo que o rodeia?

A Filosofia nos leva à indagação: Para que serve a educação? Quais são os fins?

É importante delimitar o alcance que estamos discutindo, ou seja, falamos do Homem ocidental ou oriental.

Na realidade estamos nos restringindo ao Homem ocidental, tendo como ponto de partida a Grécia Antiga.

Nessas questões iniciais destaca-se uma faculdade do ser humano: o poder de abstrair e refletir sobre o que existe humano. Aqui, duas questões emergem: uma geral, as diversas finalidades (ou sentidos) em vista das quais se dirige o processo educativo. E a outra, técnica, dos procedimentos que exigem conhecimentos específicos das situações concretas e dos meios que podem ser empregados em funções daquelas.

Dois educadores de destaque que privilegiaram uma reflexão sobre os fins da educação em detrimento dos vários procedimentos técnicos foram Johann Pestalozzi (1746-1827) e Georg Kerschensteiner (1854-1921).

Pestalozzi defendia a crença no processo educativo como meio supremo para o aperfeiçoamento individual e social. Acreditava que "a educação se constrói numa tensão permanente entre os desejos do homem natural individual e o desenvolvimento da natureza humana universal". Ou seja, a educação produz a universalidade a partir da particularidade e esta a partir daquela.

Kerschensteiner deu realce ao ensino profissional, ao desenvolvimento do sentido de responsabilidades cívicas, a preservação do bem público e a participação do cidadão nos assuntos de interesse geral. Defendia a existência de vínculos entre o processo educativo e a vida.

Por outro lado, os educadores Johann Herbart (1776-1841) e John Dewey (1859-1952) se detiverem fundamentalmente na formulação e análise de métodos, a partir de fins previamente estabelecidos.

Herbart contribui para o reconhecimento da pedagogia como ciência. Foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia, tendo como objetivo a Ética e meios a Psicologia.

Dewey contribuiu para a divulgação da sua Escola Nova, recusando a ideia de que o princípio educativo esteja marcado pela instrução; propõe um educar voltado para a ação. Para ele o conhecimento é uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo, é a experiência que será o tom de acerto da educação.

Dessas duas correntes sobressai a questão dos "fins" pois é próprio do pensamento filosófico formular indagações que versam sobre o estar do homem no mundo, com a introdução de valores e da moral.