INTRODUÇÃO

A filosofia nasce da vontade de explorar e explicar os porquês das coisas, as curiosidades, as indagações dos acontecimentos do mundo e seus fenômenos. Num tempo em que os valores são esquecidos, em que a competição e a manipulação torna-se universal, cabe sempre uma seletiva aos importantes (poderosos) para abastecerem o crescimento e o desenvolvimento de negociações a interesses políticos da sociedade.

Somos protagonistas de histórias, vivências e realidades de que se questionarmos, indagarmos e pensarmos sem fazermos parte da elite somos ignorados, massacrados. A educação é aliada da política e somos dizimados a aceitar. A esfera da vida prática, das pessoas que buscam conhecimentos é limita, a explorar e atender suas necessidades e sua formação como pessoa, como aprendiz. 

De acordo com Teixeira, os princípios de sua filosofia da educação seriam decorrentes de uma filosofia da educação brasileira do consequente modo: (1997, p. 252-3)

[...] Toda a educação, mesmo porque vai operar com indivíduos e recursos nacionais, tem que atender e obedecer às condições do meio. As aspirações humanas podem ser comuns a um e outro povo, mas o genius loci dará a cada uma delas matriz e característica especial. A filosofia educacional brasileira decorrerá da filosofia geral de vida de qualquer país democrático (entendida democracia como ética social) e de civilização moderna (entendida como civilização a baseada na ciência), com as adaptações necessárias à índole brasileira e às condições objetivas do Brasil”

Este trabalho de pesquisa tem como objetivo fundamental responder diferentes questões relacionadas aos fenômenos educacionais e culturais sob a égide do pensamento filosófico, refletindo: Mas o que realmente será essa educação, em que tanto se fala? Será que todos os que falam sobre a educação usam o termo no mesmo sentido, com idêntico significado? É a educação transmissão de conhecimentos?

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A educação envolve muitos saberes e fazeres que deságuam na formação e transformação do indivíduo, levando-o, ao longo de sua história, a construir, reconstruir e adequar-se a modelos e realidades sociais. De acordo com o pensamento de Ferreira (1993):

A clássica questão do por que e para que educar admite sempre várias respostas. Concepções político-filosóficas, ligadas há tempos e espaços diferentes, aparecem nos discursos do ‘dever ser’ da educação. É sempre polêmico delinear os fins da educação, e não se trata de privilegiar o indivíduo ou a sociedade. O homem concreto, produto/produtor das múltiplas relações sociais, se efetiva em interações nem sempre harmoniosas com a natureza e os outros homens. (Ferreira, 1993, p. 5)

O educador está diretamente envolvido na luta pelo poder ou, ao menos pela igualdade, visto que, educar é uma luta. então, Ferreira (1993) afirma que:

Ao transformar o mundo social e natural, o homem transforma a si mesmo, e o objetivo último dessa transformação é a supressão de suas carências, quaisquer que sejam. O educador não pode deixar de envolver-se nessa questão. Sua atividade profissional envolve aspectos políticos, econômicos e sociais e, mais do que isso, tem uma dimensão ética, cuja legitimidade está ligada a esses fins. A prática educativa sempre traz em si uma filosofia política, tenha o educador consciência disso ou não. (Ferreira, 1993, p. 5).

Para viver em sociedade não basta fazer parte da espécie humana, tem que assimilar o conhecimento atingido pela humanidade no processo do desenvolvimento histórico. Logo, a assimilação da cultura ocorre através da educação, esta sendo entendida como um processo de transmissão ativa às novas gerações dos progressos da cultura humana. Assim, o sujeito ao agir e transformar o mundo, também se transforma, alcançando níveis cada vez mais superiores de criticidade, autonomia e liberdade.

É a educação preparação para a cidadania democrática responsável?

A formação de um aluno crítico é fundamental para o crescimento do mesmo no meio social, e a eficiência e o compromisso do professor com um ensino de qualidade, faz mostrar o quanto o ensino permite participação e o desenvolvimento crítico diante das exigências da sociedade.                                                

É a educação preparação para a cidadania democrática responsável?

A escola tem a função de preparar o indivíduo para a interação e o desempenho de suas funções na sociedade que possibilitem a continuidade da vida como cidadão crítico, criativo, bem informado e capaz de agir e interagir com competência, determinação e responsabilidade.

O objetivo fundamental da escola é trabalhar a dimensão do aluno como pessoa inserida num mundo em constante transformação. Ele precisa aprender na escola conhecimentos que são necessários para a interpretação do momento em que vive para viver bem, no sentido pleno de sua realização humana e no sentido de seu conhecimento individual e social.

A escola enquanto instituição social deve ser alvo de reflexão filosófica. A educação pressupõe uma visão do homem como um ser incompleto, que aprende com as circunstâncias e de acordo com o ambiente em que está inserido. Ele pode ir se aprimorando e se educando, ao contrário dos animais, que não precisam ser educados, pois agem de acordo com os seus instintos. Só os educamos, ou domesticamos, para acomodá-los ao nosso gosto e às nossas necessidades humanas. Segundo Perrenoud (2000), “a prática reflexiva, a profissionalização, o trabalho em equipe e por projetos, a autonomia e a responsabilidade crescentes, as pedagogias diferenciadas, a centralização sobre dispositivos e sobre as situações de aprendizagem, à relação do saber e com a lei”, serão as novas bases norteadoras para o docente no desempenho de suas funções.

Segundo o PCN de língua portuguesa (BRASIL, 1998, p.22), ensino é a prática educacional que organiza a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. A aprendizagem é o processo de construção do saber e de competências básicas necessárias à apreensão, reelaboração e utilização constante de conhecimentos desenvolvidos pelo sujeito, individualmente, mediante cooperação e/ ou coletivamente.

Uma ação pedagógica fundamentada nessas concepções desvincula-se da acumulação receptiva e passiva do conhecimento, para se centrar na construção do sujeito social, interativo, capaz de pensar, cultivar competências e habilidades, criticar, criar e avaliar.

Já nascemos aprendendo, a aprendizagem é um acontecimento natural. A educação é de fato um processo natural, é uma transmissão de conhecimentos culturais, uma infinidade de saberes, ela deve preparar a humanidade para promover a compreensão, a harmonia, ela é uma atividade pratica que contribui para aprofundar o conhecimento sobre nós mesmos, tornando as pessoas mais intelectuais e pensantes.  

Poderíamos nos perguntar: pode haver educação sem que haja ensino?

E alguns autores abordam que a aprendizagem não se dá apenas naturalmente, ela também ocorre de acontecimentos sob certas condições que podem ser observadas, alteradas e controladas, conduzindo a possibilidades de examinar o processo de aprendizagem a partir dos métodos científicos, descrevendo-a em linguagem objetiva e descobrindo relações entre ela e as alterações ocorridas no comportamento humano, podendo fazer conclusões acerca do que foi aprendido, elaborar teorias e modelos científicos que expliquem essas mudanças.

Os fatores que influenciam o crescimento são, em larga escala, genericamente determinados, enquanto os fatores que atuam na aprendizagem são determinados principalmente por acontecimentos que pertencem ao meio ambiente do individuo, e que determinarão o que se vai aprender e, também em grande parte, que espécie de pessoa ele de tornará. (JARDIM, 2001, p. 65).

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