O filme “Tempos Modernos” colocou suas observações e ansiedades numa comédia. Foi possível perceber o trabalho monótono e desumano acometido aos que se prestavam ao trabalho, alguns até servindo como cobaias para testes. O filme mostra a luta contra esse mundo. Poderíamos qualificar os loucos como Charplin de rebeldes ou vítimas de uma sociedade desequilibrada por conta de uma Estrutura Social em conflito ocasionado na época pela crise econômica. Ainda nesse tempo se permitia sonhar, ainda se permitia cantar e ser feliz, Charplin encontrou uma mulher, que igualmente a ele, desfavorecida, o fez companhia durante longos anos, que se dispões a enfrentar, juntos, as crises que estariam por vir. Tempos Modernos ilustra a sobrevivência do homem nas condições sócio-econômicos do século XX e continua sendo válido desde o ponto de vista humano no século XXI.  Coligando o filme a abordagem da Estrutura e Organização Social, percebemos que os momentos de cumplicidade, carinho, e encorajamento de Charplin e a pequena órfã são o que defende Radcliffe-Brown quando diz que as relações sociais de pessoa para pessoa são parte de uma Estrutura Social, um conjunto de relações que ligam os serem humanos, que formam uma estrutura de relações cuja continuidade é mantida através do funcionamento de elementos estruturais, tais como o que os unia para permanecerem juntos mesmo no fracasso, mesmo na crise, mesmo na fome quando tudo estava perdido e que não havia outra saída a não ser procurar um novo caminho, um novo horizonte. E Radcliffe-Brown ainda completa dizendo que “as relações sociais só são observadas e só podem ser descritas com referência ao comportamento recíproco das pessoas relacionadas. A forma da estrutura social tem, portanto, de ser descrita pelos padrões de comportamento a que conformam indivíduos e grupos nas suas inter-relações”.  

Na visão de Morris Ginsberg o termo estrutura é o complexo dos principais grupos e instituições que constituem as sociedades, ou seja, dispõe das relações entre grupos sociais. Já Brown e Barnett falam em outros termos, o do Privilégio, de fazer acreditar que todos são iguais, mas nessa época, os que tinham privilégio eram que pouco foram afetados com a crise econômica pós-guerra. Os ricos, bancários, pouco sabiam o que significava, só os pobres operários, é que sentiam na pele as pressões da desigualdade. As funções clandestinas, tais como as apresentações em que a órfã fazia em uma casa de show, isso era considerada prática de uma organização social não oficial, que acontecia mas em virtude da falta de emprego, qualificação e estudo.

Foi o desequilíbrio no sistema social que provocou as revoluções e guerras, proporcionando a pobreza, desemprego, greves e fura piquetes, intolerância, desigualdades econômicas, tirania da máquina, tudo o que se podia perceber no filme “Tempos Modernos”. Podemos dizer que o Sistema Estrutural é o que justifica o estudo como por exemplo a crise sofrida nos anos 30, interferiu na vida desses dois personagens, onde foi demonstrada as posições sociais.