EISENSTEIN, Sergei.  Que Viva México. 1931

Franciele Sabrina Tiecher[1]

Sergei Mikhailovich Eisenstein nasceu em 23 de janeiro de 1848, em Riga, Império Russo. É considerado um dos maiores cineastas do início do século XX, sendo um dos responsáveis pela consolidação da linguagem da imagem em movimento. “Que Viva México” é um de seus filmes, mas o projeto fora interrompido por falta de recursos financeiros.[2]

A presente resenha buscará justamente analisar os elementos que compõe o filme “Que Viva México” que é caracterizado pela falta de diálogo com apenas faixas de músicas e narração, sendo que o mesmo é considerado como “inacabado”, tem como intenção mostrar justamente o México em 1930, até o período da revolução mexicana.

O filme inicia-se com uma contextualização do México, e das dificuldades encontradas para a execução do filme, como os problemas financeiros.

Logo após inicia-se o Prólogo que mostra o velório de um mexicano, ao mesmo tempo em que se passa para as paisagens e a vida selvagem na região, destacando os costumes e o modo de vida.

Sandunga (valsa tradicional no México), ganha destaque na narrativa onde mostra um casamento indígena a dança, o casamento, as vestimentas, o preparo das refeições. Todos os rituais que compõe o momento do casamento, dando destaque para a preparação.

Após a Sandunga, o autor demonstra a Fiesta, com enormes bonecos, os homens reproduzem o caminho percorrido por Jesus até a crucificação, com cruzes, e bênçãos, também nota-se a imagem da virgem de Guadalupe (muito devotada no México).

 Neste contexto também é demonstrado pelo autor o espetáculo das touradas, retratando toda a preparação do toureiro para adentrar a arena, com todos os rituais, e finalmente o espetáculo, os toureiros são ovacionados pelo povo, que é mostrado ao final com a jogada dos chapéus com dinheiro, por parte da platéia.

Com a Canção Triste, homens cansados que cantam para aliviar suas tristezas, e assim passa-se para Maguey, mostra como é feito um licor retirado de um cacto e posto para fermentação que serve para os senhores se faltarem, sendo inclusive comparados pelo autor como porcos, neste contexto é retratado um agricultor que após conhecer suma noiva Maria, tende levá-la até seu empregador, que é obrigada a servi-los, e logo desperta o interesse de um dos senhores.

O dia de festa se deve a chegada à filha do senhor, Maria deixada de lado retira-se, mas o homem a “captura”, causando a ira de seu noivo, que apesar de tudo ainda apanha, e Maria é presa em um quarto.

Todo esse episódio acaba gerando um pequeno motim onde os agricultores em busca de libertar Maria se armam para atacar seus senhores, nesse episódio a um conflito onde a filha do senhor morre, os “rebeldes” com pouca munição acabam mortos, uns por armas outros são enterrados com a cabeça de fora e pisoteados por cavalos.

O próximo “capítulo” é Soldadeira é um trecho demasiado curto no filme que trata das mulheres que acompanhavam os soldados, na luta pela revolução do México.

E por fim o Epilogo que retrata a Festa dos mortos no México ou “Dia dos Mortos”, onde toda a cidade comemora com doces em forma de caveira, com mascaras de caveira, danças, enfim uma verdadeira festa que mostram as diferentes visões de morte.

Portanto mesmo considerado uma obra “inacabada” o filme é muito importante para o entendimento das questões mexicanas, e de seus costumes como o casamento indígena e o dia dos mortos, que por uns é visto como um dia triste, enquanto que para outros é dia de festa de comemorações.

REFERÊNCIAS

EISENSTEIN, Sergei.  http://www.infoescola.com/biografias/sergei-eisenstein/ acesso em 29 de agosto de 2013.

EISENSTEIN, Sergei  http://archive.org/details/QuevivaMexico acesso em 29 de agosto de 2013.



[1] Acadêmica do VI período de História pela UNIR (Universidade Federal de Rondônia)

[2]   Sergei Eisenstein  http://www.infoescola.com/biografias/sergei-eisenstein/ acesso em 30 de agosto de 2013.