Professor Me. Ciro José Toaldo

Nosso país passa por situações difíceis em relação ao poder, corrupção, impeachment, Operação Lava-Jato e políticos presos! E, tratando-se de poder, os olhos do mundo, voltaram-se para Cuba, pois depois de quase uma década afastado do poder, o líder cubano, Fidel Castro, morreu, aos 90 anos na última sexta, 25/11.

Acredito que a morte de Fidel pode nos levar a refletir a respeito do poder e a forma como ele deve ser exercido. Para os apaixonados pela História da América, ao se estudar a Revolução Cubana, liderada por Fidel, muitas indagações são feitas pelos estudantes!

Fidel ficou no poder por 49 anos de forma ininterrupta e renunciou à presidência do país, em 19/02/08, anunciou a renúncia após quase 19 meses de convalescença de uma grave doença - de origem intestinal -, que o levou a ceder o comando do país ao irmão Raúl Castro.

Desde sua saída, quando também se afastou do cenário público, sua imagem era vista apenas em vídeos e fotos, passou a dedicar a escrita de artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-Chefe". Certa vez escreveu: "Não me despeço de vocês, desejo apenas combater como um soldado das ideias; seguirei escrevendo sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será uma arma a mais do arsenal com a qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida." Desde sua primeira operação em 27/07/06, o dirigente comunista lutava contra a morte, abalado pela idade e uma saúde não muito forte. 'Recordista mundial' em tempo de poder, Fidel Castro foi o único líder que 70% dos cubanos conheceram, na verdade foi o maior estadista que Cuba conheceu.

Como Fidel conseguiu permanecer no poder por tanto tempo, e ainda passar o poder para seu irmão Raúl Castro? Amado por muitos, odiado por outros, conseguiu tirar Cuba de suas enormes diferenças sociais, erradicando o analfabetismo e fazendo do setor da saúde de seu país, uma referência mundial.

O poder é algo que corrompe muitos, basta fazer um analise da Lava-Jato que a Polícia Federal está realizando em nosso país. Fidel Castro não pode servir como modelo, pois a democracia não era presente naquela Ilha, bem como por ser sanguinário com seus adversários, fatos que denigrem sua imagem. Entretanto, em que pese estas características negativas, observamos que no Brasil, com a plena democracia, o poder é exercido de forma banalizada. Não se trata de defender um regime ditatorial, apenas afirmar que se tratando de poder, tanto Cuba, como o Brasil, tem muito para melhorar neste quesito!

Fidel Castro, para muitos jovens das décadas de 70 e 80, era um ídolo que venceu Fulgêncio Batista. Infelizmente por estarmos atrelado com a imprensa ligado aos Estados Unidos, país do qual Fidel era inimigo, sempre recebíamos notícias negativas a respeito de Fidel.

Em que pese os acertos ou erros de Fidel Castro, ficará um legado riquíssimo de quem esteve no poder por quase meio século. Muito ainda será estudado a respeito do uso do poder, especialmente na Ilha Cubana.

Fidel fez sua história, deixou seu legado! Cuba tem muitos desafios em relação ao poder, assim como no Brasil, existe um árduo caminho para se usar o poder para trazer benefícios a todos! O sistema ditatorial, a corrupção e, principalmente a preocupação com o próprio bolso, corrompem aqueles que usam do poder.