TÍTULO: POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA

AUTORES – MARIO SERGIO CORTELLA E RENATO JANINE RIBEIRO

EDITORA PAPIRO  SETE MARES S  67 PAG

 

CAPITULO I

Indivíduo e a sociedade: Política não é coisa de idiota

“Esse termo aparece em comentários Indignados, cada vez mais frequentes no Brasil, como “política é coisa de “idiota”“. O que podemos constatar é que acabou se invertendo o conceito original de idiota, pois a expressão idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não à política. No cotidiano, o que se fez foi um sequestro semântico, uma inversão do que seria o sentido original de idiota. O que você pensa a respeito da retomada desse conceito como aquele que vive fechado dentro de si e só se interessa pela vida no âmbito pessoal? Sua expressão generalizada é: “Não me meto em política”.”

O texto acima retrata a inversão do   significado do termo “idiota” em relação a sua aplicação original, pois o idiota é o que não deseja participar das decisões preocupando-se apenas com sua situação individual.

“Vejo uma coisa meio paradoxal hoje. Por um lado, gosto muito de nosso tempo porque estamos vivendo o período de maior liberdade de toda a história. Nunca antes, na história deste mundo, houve tanta liberdade política e pessoal. Metade da humanidade se expressa, se organiza, vota, tem a orientação.

sexual de seu agrado. Logo, dessa perspectiva, a política se expandiu muito. Tanto é assim que atualmente há certa convergência de conceituação entre política e democracia. Quando os teóricos definem uma ou outra, dizem que as duas passam pela fala, pela conversa, pelo diálogo. Elas se opõem às ditaduras porque nestas não há liberdade de expressão. Daqui a um tempo é possível que

Predomine a ideia de que não há política que não seja democrática, e então talvez não se ouça mais falar em política stalinista, em política ditatorial etc. Talvez se ache que uma “política ditatorial” é uma contradição... Esse é o aspecto positivo do mundo contemporâneo. Por outro lado, o negativo – ou, pelo menos, preocupante – é o desinteresse pela política, que você apontou. Quer dizer, ao mesmo tempo em que meia humanidade está se beneficiando de avanços democráticos, boa parte das pessoas está enojada pela descoberta ou pelo avanço da corrupção (aliás, é discutível se ela realmente aumentou ou apenas se tornou mais visível).”

O texto mostra um paradoxo, pois agora que metade da população vive em democracia existe uma desvalorização da politica.