UNIVERSIDADE FEDERAL DA  PARAÍBA

                                                                        CURSO DE LETRAS 

  JACINTO R. FONTES 

FICHAMENTO: Lutar com Palavras 

ARARUNA, 2012                                         

RESUMO

                Irandé Antunes inicia seu livro, Lutar com palavras-coesão e coerência dando ênfase ao subtítulo coesão e coerência  de modo a destacar algumas questões ligadas ao estudo do português. A partir de questões simples mais evidenciadas tais como: o que é coesão? Do que se trata texto incoerente? É notável que questões como estas acima citadas são o ponto de partida que a autora desenvolve sua obra tentando criar assim uma ponte entre o autor e o leitor. Para Irandé, a coesão tem por objetivo manter as partes do texto ligadas, isto é, as ideias devem estar intercaladas para manter a continuidade temática. Isso significa que a sequência temática é de fundamental importância para a coesão, pois, do contrário, pode-se perder o fio de unidade que garanta o seu sentido.

PALAVRAS-CHAVE

Coesão; coerência; texto; palavra; relações textuais; intertextualidade; linguística.

              No primeiro capítulo são tecidas algumas considerações acerca das insuficiências do ensino de língua no Brasil, evidenciadas pelas dificuldades que os alunos, do nível médio e mesmo os universitários, apresentam em se expressar oralmente, em produzir textos relevantes, bem como em ler textos com eficácia. A estas defasagens, Antunes atribui o descaso para com as atividades de leitura e de escrita, na maioria das vezes, secundárias ao estudo da gramática ou, quando desenvolvidas, realizadas apenas com fins escolares, sem incitar interesses nos alunos que mal reconhecem quais são suas finalidades.

                 Enfatiza Antunes o fato de que é objetivamente necessária a compreensão deste processo chamado escrita, partindo dos seguintes princípios: a) escrever é uma atividade comunicativa que aproxima o autor do leitor e vice-versa; b) escrever é uma atividade sócia corporativa, isto é, a obrigatoriedade de participação por meio de opiniões, assim fica mais fácil assimilar e obter respostas contundentes, ”duas cabeças pensam melhor que uma”, que conseguintemente os conduzirá a um denominador comum;  e c) a escrita é uma atividade contextualizadora no tocante que a escrita depende de fatores para sua melhor interpretação  tais como: tempo, cultura, espaço no qual as pessoas ou o público-alvo estão inseridos(as). Antunes, também focaliza que a escrita é uma atividade dirigida haja vista que escrever é uma atividade textual, que depende, portanto de uma organização de palavras e frases que ao se colidirem dão forma estrutural e sentido ao discurso.

                Observa-se que Depois de transmitir e esclarecer ao leitor quanto ao  processo de atividade de escrever, Antunes descreve agora sobre o que coesão, e conduz o leitor a entender quais os Mecanismos necessários que levam a se ter um entendimento de texto. Coesão é o mecanismo que unifica diversos elementos textuais para dar sentido e proporcionar unidade temática no decorrer do discurso afirma a Antunes. Percebe-se no decorrer do livro que a autora utiliza de recursos ao qual Ela constitui dada reflexão ao afirmar relação entre coesão e outros elementos tais como: a reiteração por vez dividida em repetição por sua vez, está subdividida em três estratégias para não empobrecer o texto: 1) a paráfrase; Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual; 2) o paralelismo;  consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. É a simetria da frase. O princípio do paralelismo é facilitar a leitura do enunciado e proporcionar clareza à expressão.  e 3) a repetição propriamente dita.  Substituição de termos em comum, associação, trata-se de uma forma de seleção lexical, e ainda conexões que por vez exerce funções e relações sintático-semânticas.

              Contudo, considerando a repetição como recurso textual significativo e alargando o âmbito da conexão para incluir não apenas os nexos que se estabelecem entre termos, mas ainda aqueles que ocorrem entre períodos, parágrafos e até blocos maiores de um texto, o livro inova desmistificando ideias difundidas em muitos manuais de redação e gramáticas que tacham as repetições como marcas da oralidade que “mancham” os textos escritos e reduzem os conectores a um olhar puramente classificatório.

CITAÇÕES

(...) As inquietações deixadas pela constatação de que ”como está não pode ser” nem sempre trazem muitas pistas de como “deveria ser”. (Antunes, 1.1;p.23)

(...) faltam orientações mais condizentes com as reais possibilidades de apreensão dos grupos menos especializados. (Antunes,1.1; p.24)

Já  não causa surpresa o fato de se constatar que os alunos, até mesmo na universidade, demonstram ter dificuldades significativas na expressão oral, na leitura e na escrita de determinados gêneros mais formais .(Antunes, 1.2; p25)

Escrever é como falar, uma atividade de interação de intercâmbio verbal. Por isso é que não tem sentido escrever quando não se está procurando agir com outro, trocar alguma ideia, dizer-lhes algo, sob algum pretexto. Não tem sentido o vazio de uma escrita sem destinatário, sem alguém do outro lado da linha, sem uma intenção particular. (Antunes,1.3.1 p. 28)

Tal como falar, escrever é uma atividade necessariamente textual. Ninguém fala ou escreve por meio de palavras ou de frases justapostas aleatoriamente, desconectadas, soltas, sem unidade. O que vale dizer: só nos comunicamos através de textos. Sejam orais ou escritos. Sejam eles grandes médios ou pequenos. Tenham muitas, poucas, ou uma palavra apenas. (...) (Antunes,1.3.4 p30)

“1.3.6. Escrever é uma atividade intencionalmente definida. Escreve-se para se obter  determinado fim, para cumprir determinado objetivo. Na verdade, nenhum dizer é simplesmente um dizer.” (ANTUNES, p.33)

“1.3.9. Escrever é uma atividade que retoma outros textos, isto é, que retoma a outros dizeres. De forma mais ou menos explícita, estamos sempre voltando a outras fontes. (...) Nunca somos inteiramente originais. Nosso discurso vai-se compondo pela ativação de conhecimentos já adquiridos. (...) 1.3.10. Por últimos, gostaria de lembrar que a escrita é uma atividade em relação de interdependência com a leitura. Ler é a contraparte do ato de escrever, que como tal, se complementam. O que lemos foi escrito por alguém, e escrevemos para que a outra leia.” (ANTUNES, p.35)

“O que quero sublinhar aqui é que não se pode, ingenuamente, esperar que, sem aplicação, sem reflexão, sem tentativas, muitas e persistentemente continuadas, se possa chegar a desenvolver as habilidades de ler e escrever textos relevantes e adequados aos muitos propósitos interativos de nosso dia a dia.” (ANTUNES, p. 39)

 APRECIAÇÃO CRÍTICA

O livro Lutar com palavras - coesão e coerência de Irandé Antunes no meu ponto de vista exerce  grande importância no campo acadêmico em se tratando de linguística. Por influenciar  diretamente os “envolvidos” neste campo tão vasto que é a língua portuguesa; Pude observar a preocupação da autora em relação  que expõe de forma objetiva sua preocupação com a norma culta da escrita e tenta resgata - lá através  de algumas explanações dirigidas ao leitor para uma maior observância na forma de escrever. Esta preocupação não se limita a questionamentos, mais intercala com o leitor regras básicas e métodos necessários para à continua forma de fazer textos, alegando Ela que a escrita começa no falar; o que é a mais pura veracidade. Antunes questiona também que a escrita depende de fatores para sua melhor interpretação tais como: tempo, cultura, espaço no qual as pessoas ou o público-alvo estão inseridos (as).

Sua narrativa segue por um caminho onde leva o leitor a  ver-se agora parte integrante dessa interação; tornando-o agora, depois desta aula de conhecimento um outro mediador deste conhecimento.

Concordo com a autora com o uso de recursos como a paráfrase. O paralelismo e a repetição propriamente dita, uma forma de seleção lexical ou reiteração. Estes recursos abrem espaço para a  explanação de diálogos sócio cognitivos.

O livro Lutar com palavras – coesão e coerência  nos abre um leque de informações importantes  a respeito da gramática e sua devida aplicação no campo da língua portuguesa.

REFERÊNCIA BOBLIOGRÁFICA

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras – Coesão e coerência. 1ª edição. São Paulo:

Parábola, 2005.