Dezembro é o mês das compras. Imbatível, é a época em que a maioria das pessoas correm para as lojas para comprar presentes de Natal, comes e bebes para a ceia, roupas para usar na festa.

A parte mais difícil é trabalhar até o dia 23 ou 24 em horário comercial, ou mesmo fazendo serão por conta dos consumidores e não poder cuidar da própria Ceia com tempo hábil. Triste é ter que ir ao supermercado no dia 24, dividir os corredores com dezenas de carrinhos e enfrentar uma fila interminável para passar no caixa. Ir à feira livre é preparar-se para ser assaltado. O preço das frutas e legumes chega a triplicar!

O pior é ser pobre e ter que fazer isso tudo contando apenas com 13º salário. Trabalha-se o ano inteiro esperando com ansiedade pelo 13º e descobre-se que não sobra nada após as Festas.

Quem tem criança em casa sente muito mais, a ilusão do Papai Noel começa a rondar a vizinhança desde o mês de outubro.

Na véspera de Natal, é rara a casa em que não se cozinha o dia inteiro. Prepara-se uma enorme comilança para a Ceia, e após algumas poucas horas em que a família começa a atacar a mesa, chega à consciência de que mais uma vez fizeram comida demais.

Muitas famílias passam dias comendo pernil, peru, tortas, sobremesas cremosas, pudins, gelatinas coloridas, bolinhos de bacalhau, etc.

Come-se tanto, que se passa o resto do ano sem sentir saudade da Ceia de Natal.

O duro é que algumas pessoas têm tanto e outras tantas têm quase nada, ou nada mesmo.

As mesas de Natal acabam sendo um tremendo pecado capital: a gula. Se pelo menos toda família que tem muito lembrasse de dividir com outra família que tem pouco, quem sabe os lixos ficariam mais vazios e as barrigas das crianças mais pobres ficariam mais cheias.

Quem sabe chegará o dia em que haverá condição para que todos possam se alimentar com dignidade e que as famosas Ceias Natalinas deixem de ser uma sessão desperdício para tornar-se apenas um momento de consagração, não custa nada sonhar!