O sol – Meu aliado.

Os raios do sol desciam como filetes alegres e descompassados, ele não percebia a aflição fria de minha carne, que saltitava diante o cenário novo da vida que agora possuo. O sol tem esperança - e nunca a perde, ele quer sempre mudar a trajetória dos momentos, ele aquece, esquenta, tenta, falha ...
...
Eu adoro perceber as suas tentativas, vejo-o longe, sozinho, autônomo, numa solidão brilhante, como quem está satisfeito com ela; Como quem não precisa apelar por uma companhia; Como quem está sendo avistado distantemente, mas tendo certeza dos elogios. Vejo-o centrado, compenetrado, cumprindo suas dolorosas 12 horas por dia, sacrificando-se, mas convicto que é apenas o seu trabalho, sua missão. Então chega às seis da noite e ele se abaixa, esquece-se da sublimidade que possui, da força que tem, dos raios que doou ao longo do dia, e se esconde no seu canto; calado, único, na satisfação de ter sido vislumbrado, mas faminto de acordar a luz do dia seguinte... Discreto, feliz, desajeitado às vezes, se escondendo em certos instantes atrás das nuvens – suas aliadas. Se ocultando atrás do trabalho árduo - mas levado na alegria – atrás da neblina das emoções, se contendo.

Disfarçando – quem sabe – gotas necessárias de chuvas; torrentes de lágrimas do céu, uma multidão de águas guardadas, escondidas, sonegadas.

E mesmo assim ele ainda anda contente, vivendo de doar brilho, luminância, calor, afeto. Vendo tudo em sua volta passar pela agressão do tempo. O sol não, não se submete ao tempo; ele esteve lá, ele sempre esteve lá. Quieto, tímido e ao mesmo tempo, radiante, cheio de calor e amor pra dar.
(Bruno Silva)
Voz do autor:
*Para mais textos... www.bsproducao.blogspot.com
*Para comentários e contatos, ou para receber meus escritos: [email protected]
* Curta muito.