O debate religioso não deve ser pautado pela questão política, nem partidária. É uma decisão de cada pessoa ser religioso ou não. Entretanto esse tema tem sido incoerentemente alvo de questionamentos por supostos materialistas e leigos, com milagrosas propostas salvadoras sociais dimensionando ou cupabilizando preceitos da crença.

A fé religiosa é uma decisão pessoal e, como toda pessoa deve ser... respeitada, os seus atributos de consciência devem merecer o mesmo tratamento. É preciso refletir sobre os principais ensinamentos fundamentados na religiosidade que tem eco em nossa sociedade.

Os cristãos exaltam:
"Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também..."
Os judeus apontam:
"Não faça aos outros o que não queres que faça a ti..."
Os muçulmanos reconhecem:
"Nenhum de vós será um crente enquanto não deseje para seu irmão o que deseja para si mesmo..."

Contudo, os ensinamentos símiles, por vezes, são transformados em elementos de conflito, quando passam a instrumentalizar a ação política. Assim, a ação política, que visa a conquista, o exercício e a preservação do poder, sem medir consequencias, toma, equivocadamente, em alguns casos convenientemente, os ensinamentos religiosos e transforma-os em armas verbais contra antagônicos de mera ocasião, como em um debate virtual por exemplo.

Cabe entender que cada pessoa pode ser representada como um templo que ocupa um espaço na sociedade e, como um templo nesse espaço, deve respeitar à diversidade no templo simbolizado na figura do outro, pela prudência da tolerância, mesmo que esse seja muito diferente.
Quero pontuar que em máteria de religião, a tolerância não indica para a aceitação da crença alheia. Ela apenas preserva a consciência religiosa de cada um e os valores de cada confissão.
Portanto, diferente da política, religião e fé, bem como o profano e o sagrado, não estão para todo debate, nem para justificação coletiva.