Fatores que interferem com a concentração de uma equipa de futebol
Publicado em 14 de janeiro de 2015 por Pedro Ferreira
Jogar “em profundidade”, na gíria futebolística, designa normalmente um esquema tático que dá preferência aos lances destinados a alcançar, com a maior rapidez possível, a grande área adversária. Este tipo de futebol é a antítese, por exemplo, do futebol de posse de bola, baseado no passe curto, que tanto se tem divulgado nos últimos anos, a partir da escola do Barcelona.
O futebol “em profundidade”, pelo contrário, baseia-se no passe longo, à distância, capaz de surpreender o adversário e rejeitando, portanto, um esforço continuado de posse de bola. Os técnicos adeptos deste sistema aceitam com facilidade um tempo de posse de bola inferior ao do adversário pois o seu principal objetivo é criar o efeito-surpresa em passes longos e rápidos. Desta forma, para colocar em prática estes princípios, é necessário que a equipa disponha de algumas condições essenciais, como as que se seguem:
1. Existência de jogadores rápidos nas faixas laterais do terreno
Para que o futebol em profundidade resulte é essencial explorar as faixas laterais; assim é preciso que os dois laterais da defesa sejam muito rápidos a sair para o meio campo adversário, tanto em posse como em desmarcação. Da mesma forma, a equipa deve dispor de um par de extremos com as mesmas caraterísticas, capazes de entrar no ataque em posse e em combinação com o lateral em cada um dos flancos. A maior parte das pessoas que faz apostas online prefere as equipas que atuam desta maneira, pois consideram-nas mais eficazes e letais.
2. Uma zona central consistente capaz de “segurar” o adversário
Recuperando a bola e lançado os ataques na direção das alas. Esta zona central, constituída geralmente por dois defesas centrais e dois médios de cariz defensivo, deve estar preparada, portanto, para suster as ofensivas adversárias mas também para distribuir jogo em profundidade. Da mesma forma a equipa deve dispor de um médio ofensivo situado atrás do ponta de de lança, vulgarmente designado por “número dez” capaz de distribuir jogo ofensivo, jogando também de costas para a baliza, colocando a bola nos extremos para que estes usem as faixas para descer até à linha de fundo e, a partir daí, efetuar cruzamentos.
3. Desenvolvimento de dinâmicas eficazes na transição em passes rápidos
Vulgarmente designam-se por “tabelinhas” ou “triangulações”, constituem um tipo de passe curto essencial para o jogo em profundidade: dois ou mais jogadores efetuam passes entre si a grande velocidade, correndo na direção da baliza adversária. Estes movimentos são fundamentais no jogo em profundidade, permitindo ludibriar a defesa contrária, ultrapassando os defesas em posse de bola.
4. Necessidade de aprimorar as desmarcações (jogo sem bola)
Em consonância com o treino do passe longo: é necessário que a equipa tenha automatismos capazes de explorar da melhor maneira o terreno livro, colocando os seus jogadores em posições que permitam as arrancadas súbitas na direção da baliza adversária, colocando a bola à distância, com passes longos e precisos. Para isso, a equipa deve dispor de dois ou três jogadores com essa competência, a de colocar passes longos em boas condições.
Em conclusão, a profundidade do futebol de uma equipa dependem muito da existência de jogadores com um perfil muito bem definido, detentores de uma assinalável capacidade de passe à distância, bem como de jogadores rápidos capazes de fazer desmarcações rápidas e surpreendentes.