Jogar “em profundidade”, na gíria futebolística, designa normalmente um esquema tático que dá preferência aos lances destinados a alcançar, com a maior rapidez possível, a grande área adversária. Este tipo de futebol é a antítese, por exemplo, do futebol de posse de bola, baseado no passe curto, que tanto se tem divulgado nos últimos anos, a partir da escola do Barcelona.
O futebol “em profundidade”, pelo contrário, baseia-se no passe longo, à distância, capaz de surpreender o adversário e rejeitando, portanto, um esforço continuado de posse de bola. Os técnicos adeptos deste sistema aceitam com facilidade um tempo de posse de bola inferior ao do adversário pois o seu principal objetivo é criar o efeito-surpresa em passes longos e rápidos. Desta forma, para colocar em prática estes princípios, é necessário que a equipa disponha de algumas condições essenciais, como as que se seguem:

1. Existência de jogadores rápidos nas faixas laterais do terreno

Para que o futebol em profundidade resulte é essencial explorar as faixas laterais; assim é preciso que os dois laterais da defesa sejam muito rápidos a sair para o meio campo adversário, tanto em posse como em desmarcação. Da mesma forma, a equipa deve dispor de um par de extremos com as mesmas caraterísticas, capazes de entrar no ataque em posse e em combinação com o lateral em cada um dos flancos. A maior parte das pessoas que faz apostas online prefere as equipas que atuam desta maneira, pois consideram-nas mais eficazes e letais.

2. Uma zona central consistente capaz de “segurar” o adversário

Recuperando a bola e lançado os ataques na direção das alas. Esta zona central, constituída geralmente por dois defesas centrais e dois médios de cariz defensivo, deve estar preparada, portanto, para suster as ofensivas adversárias mas também para distribuir jogo em profundidade. Da mesma forma a equipa deve dispor de um médio ofensivo situado atrás do ponta de de lança, vulgarmente designado por “número dez” capaz de distribuir jogo ofensivo, jogando também de costas para a baliza, colocando a bola nos extremos para que estes usem as faixas para descer até à linha de fundo e, a partir daí, efetuar cruzamentos.

3. Desenvolvimento de dinâmicas eficazes na transição em passes rápidos

Vulgarmente designam-se por “tabelinhas” ou “triangulações”, constituem um tipo de passe curto essencial para o jogo em profundidade: dois ou mais jogadores efetuam passes entre si a grande velocidade, correndo na direção da baliza adversária. Estes movimentos são fundamentais no jogo em profundidade, permitindo ludibriar a defesa contrária, ultrapassando os defesas em posse de bola.

4. Necessidade de aprimorar as desmarcações (jogo sem bola)

Em consonância com o treino do passe longo: é necessário que a equipa tenha automatismos capazes de explorar da melhor maneira o terreno livro, colocando os seus jogadores em posições que permitam as arrancadas súbitas na direção da baliza adversária, colocando a bola à distância, com passes longos e precisos. Para isso, a equipa deve dispor de dois ou três jogadores com essa competência, a de colocar passes longos em boas condições.

Em conclusão, a profundidade do futebol de uma equipa dependem muito da existência de jogadores com um perfil muito bem definido, detentores de uma assinalável capacidade de passe à distância, bem como de jogadores rápidos capazes de fazer desmarcações rápidas e surpreendentes.